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Com maquininhas e Natura, Santander foca no empreendedor e pessoa física

Banco, que teve lucro de R$ 12 bilhões em 2018, espera crescimento nas linhas de crédito para pessoa física, microempreendedores e pequenas empresas

Santander: para a pessoa jurídica, o foco é ampliar o acesso a capital de giro para pequenas e médias empresas (Alexandre Moreira/Brazil Photo Press/Folhapress)

Santander: para a pessoa jurídica, o foco é ampliar o acesso a capital de giro para pequenas e médias empresas (Alexandre Moreira/Brazil Photo Press/Folhapress)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 31 de janeiro de 2019 às 17h42.

Para o Santander, o segredo para o crescimento é o pequeno empreendedor e a pessoa física. O banco, que anunciou lucro líquido de 12,4 bilhões de reais em 2018, prevê crescimento nas linhas de crédito voltadas a esse público, enquanto a demanda de grandes empresas por empréstimos deve demorar a se recuperar.

Para a pessoa jurídica, o foco é ampliar o acesso a capital de giro para pequenas e médias empresas. O lançamento de uma linha de crédito para revendedoras da Natura, que deve ser detalhado em fevereiro, é a iniciativa mais recente do banco para se aproximar de um público ainda pouco atendido, pessoas físicas e microempreendedores, que têm pouco acesso a capital de giro.

Ainda de olho no microempreendedor, o Santander passou a vender sua maquininha Getnet para pessoas físicas em agosto.

Já no segmento de pessoa física, o banco espera crescimento nas linhas de crédito imobiliário e na área de cartões para os próximos trimestres. O Santander firmou uma parceria com a construtora MRV para linhas de financiamento de imóveis ainda na planta. Busca também melhorar os benefícios de seu cartão de crédito. “A concorrência mostrou que isso é importante para o consumidor, mas não precisa ser uma fintech para ter boas opções em cartão”, afirma Sérgio Rial, presidente do Santander.

O foco nesses setores é, em parte, resultado da queda do segmento de grandes contas. Com a crise econômica, as grandes empresas tomaram menos crédito dos bancos. No último ano, a participação das grandes contas na carteira de crédito do Santander caiu de 32,4% para 27,9%.

O cenário não deve mudar no curto prazo, acredita Rial. “Ainda há uma capacidade ociosa no Brasil muito grande, não há demanda das empresas por crédito para expandir”, diz. Segundo ele, as empresas também buscam mais o mercado de capitais para financiamento de suas operações.

Mesmo assim, a carteira total de crédito do banco cresceu 12% no período, para 305,3 bilhões de reais. O maior crescimento veio de crédito a pessoas físicas e de financiamento ao consumo, que cresceram 22,6% e 19,5% em um ano, respectivamente. Juntas, essas duas categorias representam quase 60% de sua carteira, contra 55% um ano atrás. As pequenas empresas são responsáveis por 12,3% da carteira, estável em relação a 2017.

As PMEs e pessoa física historicamente têm índices de inadimplência superiores a grandes empresas. A inadimplência acima de 90 dias é de 3,9% para pessoa física e de 1,9% para a pessoa jurídica. No entanto, o banco acredita que a qualidade de sua carteira de crédito não deve cair.

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