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Com Kiss no catálogo, gravadora sueca chega ao Brasil de olho em funk, sertanejo e até o trap

A Snafu Records oferece adiantamentos financeiros sobre os catálogos dos artistas e depois monetiza essas músicas em diversas frentes

“O Brasil se encaixa em nosso modelo de negócios: fornecer financiamento e suporte ao crescimento, enquanto permanecemos 100% independentes”, diz Laura Monzonis, gerente sênior de A&R da Snafu (Snafu/Raphael Rolim)

“O Brasil se encaixa em nosso modelo de negócios: fornecer financiamento e suporte ao crescimento, enquanto permanecemos 100% independentes”, diz Laura Monzonis, gerente sênior de A&R da Snafu (Snafu/Raphael Rolim)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 12h37.

Última atualização em 1 de novembro de 2024 às 12h58.

A gravadora sueca Snafu Records desembarca oficialmente no Brasil, trazendo a promessa de um modelo diferente para artistas independentes: apoio financeiro sem que eles precisem vender seus direitos autorais.

Com um investimento previsto de cerca de 10 milhões de dólares até 2025, a Snafu planeja atrair nomes do cenário nacional e expandir seu catálogo de artistas por aqui.

Conversas preliminares com nomes como Seu Jorge, Alok e Vitor & Léo, além da equipe de Marília Mendonça, já estão acontecendo, mas nenhum contrato foi firmado até o momento.

Entre os parceiros financeiros da Snafu está Björn Ulvaeus, ex-integrante do lendário grupo ABBA e fundador da empresa de entretenimento Pophouse (do mesmo grupo controlador da Snafu), que recentemente adquiriu a marca, catálogo e propriedade intelectual da banda Kiss por cerca de R$ 1,5 bilhão.

Esse investimento no país ocorre em um momento em que o setor musical está cada vez mais dominado por grandes plataformas, como TikTok e Spotify, que já transformaram a forma de consumir e monetizar música. Os artistas que mais se destacam hoje são aqueles que conseguem emplacar uma música viral na plataforma de vídeos chinesa.

Por que o Brasil?

A Snafu busca não apenas explorar o potencial do Brasil como mercado consumidor, mas também transformar a música brasileira em um produto de exportação, algo que pode render lucros significativos a longo prazo.

“O Brasil realmente se encaixa em nosso modelo de negócios: fornecer financiamento e suporte ao crescimento, enquanto permanecemos 100% independentes”, diz a gerente sênior de A&R da Snafu, Laura Monzonis.

Os gêneros brasileiros de funk, trap e MPB, assim como o sertanejo e o pop nacional, são as apostas da gravadora sueca para atrair novos talentos e expandir seu catálogo.

“Estamos vendo crescimento no trap e no rap local. Esses gêneros ressoam com a juventude brasileira e encontraram uma tração significativa em plataformas como o TikTok”, completa Monzonis. A gravadora já atua com uma base de cerca de 40 artistas, incluindo nomes locais como MC Laranjinha e Pacificadores.

O que propõe a Snafu?

O modelo de negócios da Snafu oferece adiantamentos financeiros sobre os catálogos dos artistas, para monetizar essas músicas em diversas frentes – de campanhas no TikTok à sincronização em comerciais e filmes.

Esse sistema permite que os artistas mantenham o controle sobre seus direitos autorais, sendo apresentado pela Snafu como “independente” e “flexível”.

Ainda assim, vale lembrar que essa proposta não é gratuita. Para a Snafu, trata-se de um investimento estratégico: a gravadora lucra principalmente com royalties e licenças para mídia, visando maximizar o valor de cada catálogo.

Como a Snafu lucra?

A estratégia de monetização da Snafu é clara: diversificar as fontes de receita ao máximo para garantir o retorno sobre o investimento.

Após adquirir os direitos de sincronização de um catálogo, a Snafu busca aumentar sua presença em plataformas digitais e redes sociais, como o TikTok, que possui grande alcance entre jovens consumidores brasileiros.

Além disso, a empresa fecha parcerias para usar as músicas em comerciais, séries de TV e filmes, além de desenvolver estratégias para impulsionar as canções em redes de streaming, consolidando um modelo de negócios focado em monetizar a música no ambiente digital e no consumo rápido.

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