Focada em nuvem, SAP dribla crise e cresce na América Latina
Mesmo com os desafios macroeconômicos, as receitas com software e soluções em cloud computing cresceram dois dígitos no segundo trimestre
Luísa Melo
Publicado em 22 de julho de 2016 às 10h04.
Última atualização em 25 de outubro de 2016 às 11h26.
São Paulo - Com a aposta em computação em nuvem , a SAP tem impulsionado seus negócios na América Latina .
Apesar dos desafios macroeconômicos enfrentados na região, em especial no Brasil, as receitas com software e soluções em cloud computing cresceram dois dígitos no segundo trimestre.
A empresa alemã não abre os números locais exatos, mas, globalmente, as vendas para o segmento aumentaram 11%.
"A nuvem é uma tendência. Porque sua implementação é rápida e não depende de Capex (dinheiro gasto com compra de bens, por exemplo), só existe o custo da operação. Ela também permite a gestão de muitas áreas diferentes em um só lugar", diz o presidente da SAP América Latina, Claudio Muruzábal.
Segundo ele, ao optar por esse tipo de serviço, o cliente acaba economizando no longo prazo.
De acordo com um levantamento da consultoria IDC, ao menos 40% dos gastos corporativos com TI estarão centrados em nuvem até 2018.
No Brasil, uma das corporações que abraçaram essa tecnologia foi a Cielo, que passou a usar a solução SucessFactors, da SAP. Por meio dela, a empresa vai gerenciar pagamentos, planos de carreira e outras ferramentas de RH.
Nichos de mercado
No país, o setor financeiro foi um dos que mais contrataram os produtos e serviços da SAP. As vendas para esse nicho cresceram três dígitos.
Um dos clientes é o Itaú, que adotou a solução SAP HANA, plataforma de big data que processa informações em tempo real.
"Assim, o banco vai atender melhor os correntistas no mundo digital", afirma Muruzábal.
Tempos ruins?
Em épocas de crise, é comum que as empresas busquem soluções tecnológicas para cortar custos e se manterem competitivas.
"O melhor exemplo disso é o nosso crescimento em um cenário que não é favorável", diz o executivo.
Análises publicadas pela SAP em seu balanço semestral preveem que os gastos com TI devem crescer 1,5% no mundo todo neste ano, mas, na América Latina, eles devem encolher 0,8%.
A queda, segundo o documento, "pode ser atribuída ao declínio da confiança nos negócios em alguns países da região – mais particularmente, no Brasil".
A longo prazo, porém, a expectativa é de que os investimentos na área voltem a ganhar força por aqui, com eventual aumento de 2,7% em 2020. Os números foram estimados pelo Gartner Group.
Muruzábal não se arrisca a traçar um cenário para a retomada da economia brasileira, mas diz que a SAP "está comprometida com o desenvolvimento das empresas do país, desde as grandes até as pequenas".
Resultado
No mundo todo, o faturamento da SAP foi de 9,9 bilhões de euros no primeiro semestre, um salto de 5% sobre igual intervalo de 2015.
Desse total, 8,2 bilhões vieram das receitas com nuvem e software, os produtos que mais crescem.
O lucro líquido chegou a 1,3 bilhões de euros, aumento de 57% na mesma comparação, e a margem operacional foi de 20,9%.
Já quando recortado apenas o segundo trimestre, as receitas somaram 5,2 bilhões de euros, aumento de 5% ante os mesmos meses do ano anterior.
O lucro líquido chegou a 813 milhões de euros no período, expansão de 2%.