Sala de aula da Cogna: empresa de educação divulga resultados nesta quinta-feira (Germano Lüders/Exame)
Mariana Desidério
Publicado em 24 de março de 2022 às 06h00.
Executivos da gigante de educação Cogna têm dito que a empresa vive um ponto de inflexão depois de um longo inverno. Nesta quinta-feira, após o fechamento do mercado, a companhia divulga seus resultados do quarto trimestre de 2021 e do consolidado do ano. Os números vão apontar se essa mudança de ventos está de fato em curso e qual afinal é o ritmo dessa retomada.
O mercado não espera resultados surpreendentes. Assim como no terceiro trimestre, que trouxe números ainda pouco consistentes. O Credit Suisse espera que a Cogna tenha receitas maiores que as do trimestre anterior, principalmente por conta dos resultados de Vasta, sua subsidiária de serviços para a educação básica.
No entanto, pelas contas do banco, as receitas devem ter queda de 16% na comparação anual, pressionadas por tickets mais baixos no ensino superior, tanto no presencial quanto no online. O banco espera receita de 1,3 bilhão no trimestre, ante 1,6 bilhão no quarto trimestre do ano anterior.
Os números da base de alunos também não animam. Na expectativa do Credit, a Cogna deve terminar o trimestre com uma base de estudantes um pouco menor que a do trimestre anterior, devido à evasão. A visão do banco é que “a empresa está progredindo para lentamente reconstruir sua base de estudantes”, mas que esse é um processo que levará anos.
A boa notícia é que a melhora na inadimplência deve contribuir para um caixa mais saudável, ainda que a maior relevância dos cursos online e híbridos implique em ticktes menores.
A meta dos executivos da Cogna é que a mudança de rumo fique mais clara com os números de 2022. “Após ter sido atingida em cheio pela pandemia, a administração agora está mais otimista sobre o futuro”, escreveram analistas do BTG Pactual em relatório do início do mês, após encontro com a companhia.
O número de alunos deve aumentar este ano tanto nos cursos presenciais quando no ensino à distância, diz o banco. No entanto, a empresa ainda acredita que sua base de estudantes no segmento presencial – que tem o ticket mais alto -- só deve crescer de novo em 2023 /2024, diz o BTG. No ensino à distância deve haver expansão na base de alunos, mas com alguma desaceleração. As margens do negócio também devem seguir pressionadas pela inflação em 2022.
Apesar do otimismo, o cenário se mostra ainda nebuloso para a Cogna. Os resultados divulgados hoje vão indicar por quanto tempo.