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Coca-Cola descobre que americanos ainda adoram refrigerantes

Consumidores se distanciaram dos adoçantes artificiais, mas os resultados foram impulsionados pelos ganhos da Diet Coke e da Coca-Cola Zero

A Diet Coke, em particular, conseguiu a retomada após uma grande reformulação (Coca-Cola/Divulgação)

A Diet Coke, em particular, conseguiu a retomada após uma grande reformulação (Coca-Cola/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 24 de abril de 2018 às 17h12.

A Coca-Cola tem trabalhado com novas bebidas de todos os tipos -- desde vinagre para tomar até vitaminas com proteína. Mas neste trimestre uma das grandes fontes de crescimento foi um segmento mais familiar: o de refrigerantes gaseificados.

Apesar de os consumidores americanos supostamente terem se distanciado dos adoçantes artificiais, os resultados da empresa no primeiro trimestre foram impulsionados pelos ganhos da Diet Coke e da Coca-Cola Zero. A Diet Coke, em particular, conseguiu a retomada após uma grande reformulação que gerou o primeiro crescimento na América da Norte desde o quarto trimestre de 2010.

“Tivemos um início forte ao devolver a Diet Coke ao crescimento na América do Norte”, disse o CEO James Quincey, na manhã de terça-feira, em conferência com analistas. “Reconhecemos que ainda estamos em uma fase muito precoce do processo, mas fomos encorajados pela resposta inicial do consumidor. E é importante dizer que tenho a satisfação de ver a equipe realizar ações corajosas para mudar a trajetória dos resultados.”

A notícia a respeito dos refrigerantes é motivo de otimismo para uma empresa que tem tido dificuldades para mostrar aos investidores o caminho do crescimento -- embora ainda haja um longo caminho pela frente para a retomada completa.

O renascimento da Diet Coke é um feito particularmente notável, considerando que o refrigerante teve anos de declínio devido a mudanças no gosto dos consumidores americanos. Apesar de continuar sendo o terceiro maior refrigerante gaseificado dos EUA, a Diet Coke registrou queda de 4,3 por cento no volume no ano passado, segundo a revista Beverage-Digest.

Novo visual

Mas parece que os americanos ainda não desistiram dos refrigerantes dietéticos, afinal de contas, e esperavam apenas uma mudança de visual. A Coca-Cola lançou em janeiro a maior reformulação da história de sua marca original com zero caloria, lançando a Diet Coke clássica e quatro novos sabores em latas mais altas e mais finas, o que impulsionou a recuperação americana. A nova versão da Coca-Cola Zero também foi recompensada: em todo o mundo, a marca registrou ganhos de dois dígitos. Até mesmo a Coca-Cola clássica cresceu 3 por cento.

“Espero que a tendência continue”, disse Quincey sobre a recuperação da Diet Coke. “Estou incentivando a equipe a continuar aprendendo e a ousar na próxima série de ações.”

A fonte de crescimento foi surpreendente, disse Dara Mohsenian, analista do Morgan Stanley. A composição das vendas orgânicas “foi diferente do que esperávamos”, disse, em nota a clientes.

Produtos mais saudáveis sem a marca Coca-Cola, como águas e sucos, também se saíram bem. A aquisição de marcas menores de crescimento elevado faz parte da estratégia da Coca para diversificar o portfólio e atingir os consumidores em mais ocasiões de consumo.

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