Negócios

Citigroup volta a investir no Brasil ao deixar varejo para trás

O Citi, que ainda é o 2º maior banco estrangeiro do país, planeja aumentar em cerca de 5% sua exposição a créditos com risco-Brasil neste ano

Citi: Em outubro, o Citi concluiu a venda de seu negócio de varejo local para o Itaú Unibanco (Emmanuel Dunand/AFP)

Citi: Em outubro, o Citi concluiu a venda de seu negócio de varejo local para o Itaú Unibanco (Emmanuel Dunand/AFP)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 18 de maio de 2018 às 11h33.

Depois de vender sua divisão de varejo no Brasil no ano passado, o Citigroup está usando os recursos para expandir.

O Citi, que ainda é o 2º maior banco estrangeiro do país, planeja aumentar em cerca de 5% sua exposição a créditos com risco-Brasil neste ano, disse Marcelo Marangon, presidente, em entrevista em São Paulo.

A carteira, contabilizada tanto no Brasil, em reais, como em dólares fora do país, soma cerca de US$ 20 bilhões, segundo uma pessoa a par do assunto.

“Nosso foco é concentrar todos os esforços em fortalecer ainda mais o banco de atacado, que sempre foi nosso principal e mais rentável negócio no Brasil”, disse Marangon.

Em outubro, o Citi concluiu a venda de seu negócio de varejo local para o Itaú Unibanco, o maior banco da América Latina em valor de mercado, por um total anunciado de R$ 710 milhões, como parte do plano do presidente global, Michael Corbat, de cortar custos e impulsionar o retorno.

O Itaú está levando um total de 71 agências e 315.000 clientes, disse Marangon. O Citi pretende usar os recursos obtidos na venda como parte de um investimento maior no Brasil, disse ele, sem citar números.

"Não estamos reduzindo o patrimônio líquido do banco ao deixar o varejo para trás, e, dessa forma, há até mais espaço no capital disponível para aumentar os empréstimos locais a empresas", disse Marangon, acrescentando que o Citigroup tem cerca de R$ 8 bilhões de capital em suas unidades no Brasil.

O Citi continua com 2.500 funcionários, o 2º maior número entre os bancos estrangeiros no Brasil, atrás somente do espanhol Santander; está também em 2º lugar em ativos e patrimônio líquido, segundo Marangon.

"Nos últimos cinco anos, temos investido em corporate banking, ganhando mercado, e já temos posições de liderança, e essa estratégia não muda ao deixarmos o varejo para trás", disse Marangon, que era responsável pelo banco corporativo e de investimentos do Citi antes de assumir como presidente no Brasil no final de 2017.

O plano agora é ganhar posições de liderança em outros mercados, incluindo financiamento de projetos e banco de investimento, ao mesmo tempo em que pretende investir em tecnologia, pessoal e no prédio da avenida Paulista, em São Paulo, a sede do banco no Brasil, disse Marangon.

O Citigroup contratou Marcelo Millen, ex-co-chefe do banco de investimento do Credit Suisse no Brasil, para liderar a divisão de mercado de capitais/renda variável no Brasil. Ele começa no banco no dia 19 de julho.

Em novembro, o banco trouxe Daniel O’Czerny, ex-executivo do HSBC Brasil, para ser responsável pela área de financiamento de projetos e de infraestrutura. A equipe de O’Czerny tem três pessoas para cobrir clientes e vai contratar mais dois executivos, disse Marangon.

Eduardo Miras, ex-co-chefe do banco de investimento do Morgan Stanley para o Brasil, juntou-se à equipe no ano passado para liderar o mesmo negócio no Citigroup. Rafael Pagano e Antonio Coutinho vieram com ele.

Miras disse que o Citi está fortalecendo laços com empresas com menos de R$ 1,5 bilhão por ano de receita, alavancando a plataforma do banco comercial e capturando oportunidades deixadas por concorrentes.

Setores de saúde e educação estão entre os novos focos do banco de investimento, de acordo com Marangon.

Acompanhe tudo sobre:BancosCitiCitigroup

Mais de Negócios

Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro: o que aconteceu com as grandes lojas que bombaram nos anos 80

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases

Ele trabalhava 90 horas semanais para economizar e abrir um negócio – hoje tem fortuna de US$ 9,5 bi