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Hering subestima demanda no 4o tri; ações caem mais de 10%

Crescimento levou a empresa a ter vendas abaixo do previsto no último trimestre de 2012, com um desabastecimento das lojas


	Fábrica da Hering em Blumenau: vendas brutas de outubro a dezembro subiram menos que o esperado por analistas
 (Germano Lüders/EXAME)

Fábrica da Hering em Blumenau: vendas brutas de outubro a dezembro subiram menos que o esperado por analistas (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2013 às 17h17.

São Paulo - A Cia Hering admitiu nesta quinta-feira que errou ao subestimar o potencial de crescimento da demanda no último trimestre de 2012, principalmente em dezembro, o que levou a empresa a ter vendas abaixo do previsto no período mais importante para o varejo, com um desabastecimento das lojas.

A divulgação na noite de quarta-feira de que as vendas brutas de outubro a dezembro contra um ano antes subiram menos que o esperado por analistas motivava forte queda das ações da varejista de vestuário nesta sessão na Bovespa, com desvalorização de mais de 10 por cento.

"Tivemos difícil aceleração para atender a demanda que se aqueceu... A cadeia de suprimentos não conseguiu atender como esperávamos e o abastecimento aconteceu muito próximo do Natal", disse o presidente-executivo da Cia Hering, Fabio Hering, em teleconferência com analistas, se r eferindo a atrasos no suprimento tanto pela produção própria quanto de terceiros.

A receita bruta da companhia cresceu 10,7 por cento no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. Já as vendas totais da rede Hering Store subiram 14,8 por cento no período, enquanto no conceito "mesmas lojas" ficaram ligeiramente negativas, em 0,2 por cento.

"Não esperávamos um desempenho de vendas tão fraco no quarto trimestre, o que agora confirma nossa visão cautelosa (quanto à ação)", afirmaram analistas do BTG Pactual, em nota.

A equipe do BTG projetava alta de 15,5 por cento em receita bruta e vendas mesmas lojas 7 por cento maiores.


Com os resultados abaixo do esperado também pela própria empresa, que estimava crescimento na base "mesmas lojas" de um dígito, Hering reconheceu que "foi um erro não preparar a cadeia de suprimento em setembro para atender o crescimento em dezembro".

"Não estávamos preparados para uma reação... Houve no trimestre uma desestocagem da rede e não conseguimos atender toda a demanda que houve e no tempo necessário", acrescentou ele. "Erramos ao não acreditar no potencial de crescimento (da demanda) e levou tempo para reagirmos." Mas, apesar deste cenário, o executivo assinalou que os efeitos vistos no fim de 2012 não serão recorrentes e que "estamos muito bem estruturados para atender crescimentos futuros".

"Estamos otimistas com 2013, acabamos de construir um centro de distribuição novo e os últimos showrooms foram animadores", disse.

O desempenho no fim do ano também foi prejudicado pela tendência do consumidor buscar presentes de Natal de valor mais baixo, de cerca de 40 reais, segundo o presidente-executivo da Cia Hering, o que pressionou o desempenho em mesmas lojas.

Ainda, diante da necessidade de acelerar o abastecimento de última hora, Hering afirmou que os custos no quarto trimestre também foram afetados e que a margem bruta do período deve ficar mais pressionada que o esperado. "Por outro lado, a rede de lojas teve um fluxo de clientes extraordinário", ponderou.


A ação da varejista registrava forte baixa, com a maior perda entre os papéis que integram o principal índice acionário do mercado local. Às 14h40, Cia Hering recuava 10,4 por cento, a 39,01 reais, perto da mínima do dia até o horário. O Ibovespa caía 0,28 p or cento.

A Cia Hering divulga os resultados consolidados para o quarto trimestre em 21 de fevereiro.

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