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Chuvas e etanol limitam vendas de açúcar do Brasil

Um dólar forte levou as usinas brasileiras a venderem açúcar para exportação, mas chuvas, uma crescente demanda por etanol e uma seca no NE refrearam entregas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2013 às 17h08.

São Paulo - Um dólar forte levou as usinas brasileiras a venderem açúcar para exportação, mas chuvas, uma crescente demanda por etanol e uma seca no Nordeste do país refrearam uma onda de entregas físicas da commodity no mercado internacional no momento.

Responsável por metade das exportações mundiais de açúcar, o Brasil está no pico de uma colheita recorde de cana no centro-sul que deve resultar em produção de 35,5 milhões de toneladas de açúcar.

Após recuar desde o início de 2011, os preços futuros do açúcar atingiram um ponto de apoio técnico e conseguiram registrar uma recuperação de cerca de 5 % desde que atingiram a mínima de três anos de 16,17 centavos por libra-peso em 13 de junho.

Mas operadores e analistas estão sendo cautelosos ao chamar tal nível de piso. O recente apoio aos preços coincidiu com um clima chuvoso atípico no centro-sul, principal cinturão de cana do Brasil.

"Algumas grandes usinas no Mato Grosso do Sul e Paraná perderam dez dias de moagem no início de junho, e as chuvas devem paralisar a colheita por mais alguns dias nesta semana", disse o meteorologista da Somar, Gustavo Verardo.

O clima deve se tornar mais seco sobre o cinturão da cana em julho e agosto, no entanto, acrescentou ele, permitindo o avanço da moagem.

A moagem de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil na primeira quinzena de junho foi prejudicada pelas chuvas, assim como ocorreu na quinzena anterior, disse a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) nesta quarta-feira.

O presidente da consultoria Job Economia, Júlio Borges, disse que as chuvas devem apenas dar um apoio de curto prazo para os preços físicos e futuros, acrescentando que o clima mais seco em setembro de 2012 reverteu os efeitos do clima chuvoso entre maio e junho na última safra.

"Tudo depende do clima ao longo de toda a safra ", disse ele.

Operadores também se disseram baixistas em relação aos efeitos do enfraquecimento do real ante o dólar em 10 % desde o início de maio, o que faz com que os produtores locais vendam açúcar em um mercado internacional já excedente, enfraquecendo os preços.


"As usinas com problemas de liquidez, especialmente --nós estamos falando de cerca de 20 % de todas as usinas-- estão saltando sobre esta queda no real para vender açúcar físico no mercado FOB", disse o chefe local de vendas de uma grande trader asiática.

Arnaldo Correa, diretor da Archer Consulting, calculou que as usinas estão recebendo 60 reais (27 dólares) a mais por tonelada exportada de açúcar do que em 13 de junho, quando os preços atingiram a mínima.

"Ainda temos que ver se esse é um piso", disse Correa. "O mercado do açúcar está tão ruim, que qualquer pequena melhoria vai parecer grande", acrescentou.

As exportações de açúcar melhoraram, com 1,44 milhão de toneladas sendo enviadas nas primeiras três semanas de junho, quase o mesmo que o volume total exportado em maio, e acima do 1,29 milhão de toneladas registrados em junho de 2012.

Mas as chuvas devem permanecer um risco para o carregamento nos portos, onde os terminais não são cobertos, disse a Somar.

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São Paulo - Um dólar forte levou as usinas brasileiras a venderem açúcar para exportação, mas chuvas, uma crescente demanda por etanol e uma seca no Nordeste do país refrearam uma onda de entregas físicas da commodity no mercado internacional no momento.

Responsável por metade das exportações mundiais de açúcar, o Brasil está no pico de uma colheita recorde de cana no centro-sul que deve resultar em produção de 35,5 milhões de toneladas de açúcar.

Após recuar desde o início de 2011, os preços futuros do açúcar atingiram um ponto de apoio técnico e conseguiram registrar uma recuperação de cerca de 5 % desde que atingiram a mínima de três anos de 16,17 centavos por libra-peso em 13 de junho.

Mas operadores e analistas estão sendo cautelosos ao chamar tal nível de piso. O recente apoio aos preços coincidiu com um clima chuvoso atípico no centro-sul, principal cinturão de cana do Brasil.

"Algumas grandes usinas no Mato Grosso do Sul e Paraná perderam dez dias de moagem no início de junho, e as chuvas devem paralisar a colheita por mais alguns dias nesta semana", disse o meteorologista da Somar, Gustavo Verardo.

O clima deve se tornar mais seco sobre o cinturão da cana em julho e agosto, no entanto, acrescentou ele, permitindo o avanço da moagem.

A moagem de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil na primeira quinzena de junho foi prejudicada pelas chuvas, assim como ocorreu na quinzena anterior, disse a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) nesta quarta-feira.

O presidente da consultoria Job Economia, Júlio Borges, disse que as chuvas devem apenas dar um apoio de curto prazo para os preços físicos e futuros, acrescentando que o clima mais seco em setembro de 2012 reverteu os efeitos do clima chuvoso entre maio e junho na última safra.

"Tudo depende do clima ao longo de toda a safra ", disse ele.

Operadores também se disseram baixistas em relação aos efeitos do enfraquecimento do real ante o dólar em 10 % desde o início de maio, o que faz com que os produtores locais vendam açúcar em um mercado internacional já excedente, enfraquecendo os preços.


"As usinas com problemas de liquidez, especialmente --nós estamos falando de cerca de 20 % de todas as usinas-- estão saltando sobre esta queda no real para vender açúcar físico no mercado FOB", disse o chefe local de vendas de uma grande trader asiática.

Arnaldo Correa, diretor da Archer Consulting, calculou que as usinas estão recebendo 60 reais (27 dólares) a mais por tonelada exportada de açúcar do que em 13 de junho, quando os preços atingiram a mínima.

"Ainda temos que ver se esse é um piso", disse Correa. "O mercado do açúcar está tão ruim, que qualquer pequena melhoria vai parecer grande", acrescentou.

As exportações de açúcar melhoraram, com 1,44 milhão de toneladas sendo enviadas nas primeiras três semanas de junho, quase o mesmo que o volume total exportado em maio, e acima do 1,29 milhão de toneladas registrados em junho de 2012.

Mas as chuvas devem permanecer um risco para o carregamento nos portos, onde os terminais não são cobertos, disse a Somar.

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