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Chinês Haitong deixa marca Besi e promete ampliar operação

A operação vai envolver a imediata troca da marca em todo o mundo

Mudança: a operação vai envolver a imediata troca da marca em todo o mundo (Rafael Marchante/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 11h38.

São Paulo - Nove meses após comprar os ativos de banco de investimento do Banco Espírito Santo, o grupo chinês Haitong conseguiu autorização de órgãos reguladores de mais de uma dezena países, entre eles o Banco Central brasileiro, para concluir a aquisição feita em dezembro de 2014, por ¤ 397 milhões.

A operação vai envolver a imediata troca da marca em todo o mundo. O segundo maior banco de investimento da China diz que a mudança do nome será combinada com um aumento de investimentos em várias subsidiárias, incluindo a brasileira.

A compra do Besi, braço de investimentos do Banco Espírito Santo, deu-se depois da criação do Novo Banco - empresa que reuniu os ativos de qualidade da instituição.

As dificuldades do Grupo Espírito Santo, um dos donos da Portugal Telecom, sócia da operadora brasileira de telefonia Oi , ficaram evidentes quando a Rioforte, outra holding que pertencia ao grupo, deu um calote de ¤ 897 milhões na PT. A operação afetou a imagem da Oi e expôs os problemas estruturais enfrentados pelo conglomerado português.

A ordem do Haitong é deixar o Besi para trás.

Para virar a página, o grupo vai dedicar as próximas semanas à contextualização do grupo Haitong - cujo valor de mercado era de US$ 42 bilhões em maio, segundo o jornal Financial Times - para os atuais e futuros clientes, disse ao Estado ontem o presidente do Haitong Bank, José Maria Ricciardi, que pertence à família Espírito Santo e foi mantido pelos chineses à frente do banco de investimento.

"A marca do Banco Espírito Santo foi completamente destruída (pelas repercussões dos escândalos), então não fazia mais sentido mantê-la", afirmou.

O objetivo da instituição é mostrar que a troca será benéfica: "Mesmo quando o BES estava nas alturas, sempre havia uma limitação de capacidade por causa do tamanho da economia de Portugal."

Uma campanha de marketing, que será realizada nos 15 países onde o braço de investimentos estava presente, vai tentar deixar claro que o nome Haitong vem acompanhado de uma capacidade bem maior de investimento.

No Brasil, segundo Ricciardi, será mantido o atual comando da operação, que deve ganhar nas próximas semanas um reforço na área de investimentos. O objetivo, diz o executivo, é continuar as contratações no País, apesar da crise econômica. "Não digo que seremos o maior banco de investimentos do Brasil, mas certamente entraremos para o time das instituições de primeira linha."

Ponte para a Ásia

O objetivo é que a filial brasileira do Haitong Bank sirva como uma "ponte" para a atração de investidores chineses para empresas locais e para a possibilidade de explorar emissões nos mercados da Ásia.

"Temos um banco no Brasil, e não uma mera subsidiária", disse o executivo. "E ainda temos o Bradesco como sócio, com uma participação de 20%."

Ao longo de 2015, o Besi fez um "road show" com os principais investidores institucionais e bancos brasileiros para explicar as possibilidades de negócio. O banco está interessado nas áreas de commodities, infraestrutura e também em private equity (compra de participações em empresas).

Segundo ele, a internacionalização dos investimentos é uma necessidade chinesa à medida que o crescimento do mercado interno começa a se enfraquecer.

"O que os bancos de investimento chineses querem agora é o mesmo que os americanos fizeram no passado: usar o dinheiro da economia interna para crescer no exterior." Ricciardi diz que bancos como Goldman Sachs e o Merrill Lynch cresceram com essa estratégia no passado. São passos que agora o Haitong tenta seguir.

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São Paulo - Nove meses após comprar os ativos de banco de investimento do Banco Espírito Santo, o grupo chinês Haitong conseguiu autorização de órgãos reguladores de mais de uma dezena países, entre eles o Banco Central brasileiro, para concluir a aquisição feita em dezembro de 2014, por ¤ 397 milhões.

A operação vai envolver a imediata troca da marca em todo o mundo. O segundo maior banco de investimento da China diz que a mudança do nome será combinada com um aumento de investimentos em várias subsidiárias, incluindo a brasileira.

A compra do Besi, braço de investimentos do Banco Espírito Santo, deu-se depois da criação do Novo Banco - empresa que reuniu os ativos de qualidade da instituição.

As dificuldades do Grupo Espírito Santo, um dos donos da Portugal Telecom, sócia da operadora brasileira de telefonia Oi , ficaram evidentes quando a Rioforte, outra holding que pertencia ao grupo, deu um calote de ¤ 897 milhões na PT. A operação afetou a imagem da Oi e expôs os problemas estruturais enfrentados pelo conglomerado português.

A ordem do Haitong é deixar o Besi para trás.

Para virar a página, o grupo vai dedicar as próximas semanas à contextualização do grupo Haitong - cujo valor de mercado era de US$ 42 bilhões em maio, segundo o jornal Financial Times - para os atuais e futuros clientes, disse ao Estado ontem o presidente do Haitong Bank, José Maria Ricciardi, que pertence à família Espírito Santo e foi mantido pelos chineses à frente do banco de investimento.

"A marca do Banco Espírito Santo foi completamente destruída (pelas repercussões dos escândalos), então não fazia mais sentido mantê-la", afirmou.

O objetivo da instituição é mostrar que a troca será benéfica: "Mesmo quando o BES estava nas alturas, sempre havia uma limitação de capacidade por causa do tamanho da economia de Portugal."

Uma campanha de marketing, que será realizada nos 15 países onde o braço de investimentos estava presente, vai tentar deixar claro que o nome Haitong vem acompanhado de uma capacidade bem maior de investimento.

No Brasil, segundo Ricciardi, será mantido o atual comando da operação, que deve ganhar nas próximas semanas um reforço na área de investimentos. O objetivo, diz o executivo, é continuar as contratações no País, apesar da crise econômica. "Não digo que seremos o maior banco de investimentos do Brasil, mas certamente entraremos para o time das instituições de primeira linha."

Ponte para a Ásia

O objetivo é que a filial brasileira do Haitong Bank sirva como uma "ponte" para a atração de investidores chineses para empresas locais e para a possibilidade de explorar emissões nos mercados da Ásia.

"Temos um banco no Brasil, e não uma mera subsidiária", disse o executivo. "E ainda temos o Bradesco como sócio, com uma participação de 20%."

Ao longo de 2015, o Besi fez um "road show" com os principais investidores institucionais e bancos brasileiros para explicar as possibilidades de negócio. O banco está interessado nas áreas de commodities, infraestrutura e também em private equity (compra de participações em empresas).

Segundo ele, a internacionalização dos investimentos é uma necessidade chinesa à medida que o crescimento do mercado interno começa a se enfraquecer.

"O que os bancos de investimento chineses querem agora é o mesmo que os americanos fizeram no passado: usar o dinheiro da economia interna para crescer no exterior." Ricciardi diz que bancos como Goldman Sachs e o Merrill Lynch cresceram com essa estratégia no passado. São passos que agora o Haitong tenta seguir.

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