Negócios

Cenário de 2018 é positivo para margens, diz presidente da Smiles

"Devemos manter margens [operacionais] acima de 40% no ano que vem", disse Leonel Andrade em entrevista

Smiles: nos últimos anos, essa margem tem oscilado de 37 a 47% (foto/Divulgação)

Smiles: nos últimos anos, essa margem tem oscilado de 37 a 47% (foto/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 21h51.

São Paulo - A aceleração das compras com cartões e a gradual retomada das ofertas de voos pelas companhias aéreas compõem um cenário positivo para manutenção das margens operacionais da Smiles, disse o presidente da companhia, Leonel Andrade.

"Devemos manter margens acima de 40 por cento no ano que vem", disse Andrade em entrevista à Reuters nesta sexta-feira, referindo-se à diferença entre o preço que a empresa paga na compra e venda de milhas.

Nos últimos anos, essa margem tem oscilado de 37 a 47 por cento, oscilação que refletiu em parte a movimentação do dólar, moeda que impacta cerca de 30 por cento do resultado da Smiles. Atualmente, o índice está em 42 por cento.

Segundo o executivo, mesmo com o acirramento da competição no setor e com uma volatilidade cambial maior no ano que vem devido ao cenário eleitoral, a aceleração do consumo das famílias permitirá que o desempenho operacional se sobressaia.

O aumento na frequência dos resgates, disse ele, pode ser mais incentivada pelas próprias gestoras dos programas, já que o ganho financeiro com o estoque de milhas tende a ser menor num ambiente de juros mais baixos.

As compras com cartões de crédito e débito no Brasil somaram 308 bilhões de reais no terceiro trimestre, crescimento de 9 por cento em sobre mesma etapa do ano passado, maior ritmo de expansão anual desde o segundo quarto de 2015, segundo a entidade que representa o setor, Abecs.

Administradora dos programas de fidelidade da sua controladora, a companhia aérea Gol, a Smiles assumiu no terceiro trimestre a liderança do mercado de programas de fidelidade em total de milhas acumuladas, superando a rival Multiplus, da Latam Airlines no Brasil.

A companhia teve uma reação morna dos investidores após ter divulgado resultados mistos referentes ao terceiro trimestre em termos de receita líquida e margem Ebitda. Mas nas semanas seguintes, analistas reforçaram otimismo com as ações, avaliando que a empresa tem conseguido manter níveis satisfatórios de rentabilidade em diferentes cenários.

Atualmente, 9 de 11 analistas que cobrem o papel recomendam compra da ação. Outros dois recomendam manutenção.

Além do ambiente operacional mais favorável, a Smiles vai ampliar algumas parcerias com companhias aéreas. Além da Gol, a Smiles vende passagens de outras 13 operadoras, incluindo Delta, Air Canadá, Alitalia, TAP e Qatar Airlines.

Atualmente, a Smiles tem acesso apenas aos assentos que essas companhias destinam a programas de recompensas, os chamados rewards. A partir de janeiro, poderá oferecer passagens comerciais.

"Talvez de imediato isso não represente preços menores para os clientes, mas eles passarão a ter acesso às promoções das próprias companhias aéreas", disse Andrade.

Em outra mão, a Smiles também deve fazer mudanças em seu website que permitirão, entre outras funções, encontrar passagens com preços menores em dias próximos das datas solicitadas.

"É esse tipo de facilidade que as pessoas procuram em sites de pesquisas de passagens e que nós vamos passar a ter", disse Andrade. "Esse é o nosso principal projeto para 2018."

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraSmiles

Mais de Negócios

Empreendedorismo feminino cresce com a digitalização no Brasil

Quanto aumentou a fortuna dos 10 homens mais ricos do mundo desde 2000?

Esta marca brasileira faturou R$ 40 milhões com produtos para fumantes

Esse bilionário limpava carpetes e ganhava 3 dólares por dia – hoje sua empresa vale US$ 2,7bi