São Paulo - O impacto das investigações de corrupção na Petrobras deve criar oportunidades de negócios em assessoria para assuntos de governança corporativa e controles internos para grandes empresas, disse nesta quinta-feira o presidente-executivo da Deloitte no Brasil, Juarez Lopes de Araújo.
"Acredito que esse episódio vai levar muitas companhias a procurarem ajuda para melhorar seus controles", disse Araújo a Reuters.
Serviços de assessoria a empresas, incluindo temas como gestão tributária, governança e controles internos representam 68 por cento das receitas da companhia no Brasil, que estão crescendo cerca de 12 por cento neste ano ante 2013, disse Araújo. O braço de auditoria externa responde pelos 32 por cento restantes. A empresa não divulga seus resultados no Brasil.
Segundo o executivo, outros segmentos de mercado que devem ser carros-chefes da Deloitte no país em 2015 serão relacionados à busca das empresas para lidar com o fraco crescimento da economia do país, em operações como fusões e ganho de produtividade.
"Os preços dos ativos caíram bastante no Brasil recentemente e isso tem criado muitas oportunidades para investidores estratégicos, como fundos de private equity", disse.
A Deloitte compõe o grupo das quatro maiores firmas de auditoria do mundo, do qual também fazem parte KPMG, Ernst & Young e PricewaterhouseCoopers.
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1. 2014 problemático
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1/11 (Galdieri/Bloomberg)
São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a
Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das
ações despencando e produção de
petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
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2. Investigação sobre propina
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2/11 (Sérgio Moraes/Reuters)
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3. Endividamento bilionário
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3/11 (REUTERS/Nacho Doce)
A captação de 8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo,
a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.
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4. Queda da produção
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4/11 (Pedro Lobo/Bloomberg News)
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5. Multa bilionária
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5/11 (REUTERS/Sergio Moraes)
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6. Ações despencaram
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6/11 (Alexandre Battibugli/EXAME)
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7. Valor de mercado menor
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7/11 (Dado Galdieri/Bloomberg)
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8. Preço do dólar divergente
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8/11 (Bruno Domingos/Reuters)
Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
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9. Preço do combustível
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9/11 (Divulgação/Petrobras)
A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico reajuste no preço do combustível.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.
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10. Independência do governo
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10/11 (Francois Lenoir/Reuters)
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11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país
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11/11 (AGÊNCIA BRASIL)