Carlos Ghosn: ex-executivo fugiu do Japão, onde é investigado por acusações de fraudes e corrupção (Getty Images/Getty Images)
EFE
Publicado em 3 de janeiro de 2020 às 19h02.
Última atualização em 4 de janeiro de 2020 às 10h19.
Nova York - O executivo brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da aliança entre as montadoras Nissan e Renault que fugiu do Japão, onde enfrentava um julgamento por ser acusado de cometer irregularidades financeiras, deixou o país dentro de uma grande caixa preta em que normalmente são colocados equipamentos de áudio, segundo informações divulgadas pelo jornal americano "Wall Street Journal".
O periódico, que aponta para "pessoas conhecedoras da investigação turca sobre a fuga", observa ainda que dois homens com o mesmo nome de dois empreiteiros de empresas de segurança americanas acompanharam Ghosn na sua partida em um avião particular.
O jornal disse também que o fugitivo decolou de um aeroporto na cidade japonesa de Osaka no domingo e aterrissou na segunda-feira pela manhã em Istambul, onde um carro o transportou por cerca de 90 metros para uma aeronave menor, que o levou ao Líbano.
A empresa operadora de aeronaves MNG Jet Havacilik AS confirmou ter encontrado a caixa preta junto com outras contendo alto-falantes após a chegada do voo de Osaka, segundo fontes do renomado jornal nova-iorquino.
No início desta semana, a empresa apresentou uma queixa acusando um de seus funcionários de alterar registros para que o nome de Ghosn não aparecesse. Porém, o trabalhador alega que não cometeu crime algum e explicou como a caixa dos aparelhos musicais foi usada para esconder o empresário.
O artigo publicado pelo "WSJ" contrasta com a informação publicada nesta sexta-feira pelo canal japonês "NHK", que afirma que as imagens das câmaras de vigilância colocadas na sua casa em Tóquio mostram que Ghosn deixou a casa no domingo sem companhia e nunca mais voltou.
Nesta quinta, a "MTV" libanesa falou de um método de fuga semelhante ao relatado pelo "Wall Street Journal", algo que a esposa do ex-presidente da Nissan, Carole, descreveu como "ficção".
Ghosn fugiu do Japão no domingo e apareceu em Beirute na terça-feira. Ele estava sob fiança em Tóquio, à espera de julgamento, sob acusação de irregularidades financeiras.