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Candidatura de Donald Trump prejudica sua marca e seu bolso

A pré-campanha eleitoral de Trump, que muitos viram como estratégia de publicidade, está prejudicando tanto sua marca como seu bolso devido à onda de rejeição

O Donald Trump: Trump não só perdeu lucrativos contratos, mas também se transformou no alvo de uma inundação de críticas, mesmo dentro das fileiras de seu partido (Daniel Acker/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2015 às 18h32.

Washington - A pré-campanha eleitoral de Donald Trump , na qual muitos viram uma estratégia de publicidade para seus negócios, está se mostrando contraproducente tanto para sua marca como para seu bolso devido à onda de rejeição provocada por seus comentários ofensivos contra imigrantes mexicanos.

A polêmica lhe custou até agora a quebra de contratos com as redes de televisão "Univisión", "NBC" e "Ora TV", o Grupo Televisa, a gigante comercial Macy's, e a Associação Nacional de Stock Car Auto Racing (Nascar).

Longe de pedir perdão por suas infelizes palavras, Trump as reafirmou e se lançou em uma guerra aberta contra todos os que lhe enfrentaram.

"Obrigado a todas as pessoas que ligaram para dizer que estão cortando seus cartões da Macy's como protesto contra os imigrantes ilegais que chegam aos montes aos Estados Unidos", é a última mensagem que escreveu nesta segunda-feira em sua conta oficial no Twitter, através da qual pediu um boicote a essa rede de lojas.

Só é preciso dar uma rápida passada de olho em seu perfil na rede social para constatar que seus ataques contra os imigrantes não começaram com o anúncio de sua pré-candidatura, no último dia 16 de junho, quando os focos da campanha presidencial deram uma magnitude a suas palavras que nem ele mesmo esperava.

"Não sabia que seria tão grave, mas sabia que seria ruim", reconheceu Trump no sábado em uma entrevista à emissora conservadora "Fox News".

"Isto não é bom para minha marca. Acho que é ruim para minha marca. Talvez esteja liderando as pesquisas, mas certamente isto não é bom. Estou perdendo clientes, estou perdendo gente", admitiu.

A polêmica começou quando, em seu primeiro discurso como pré-candidato presidencial, disse sem rodeios: "O México manda a sua gente, mas não manda os melhores. Está enviando pessoas com um montão de problemas (...). Estão trazendo drogas, crime, os estupradores".

Desde então, não só perdeu lucrativos contratos, mas também se transformou no alvo de uma inundação de críticas, mesmo dentro das fileiras de seu partido, o Republicano.

Os pré-candidatos republicanos Jeb Bush, Marco Rubio, Rick Perry, Lindsey Graham e Chris Christie se apressaram para tomar distância de seus comentários, criticaram suas palavras e aproveitaram para lembrar seu histórico de grandes doações a políticos democratas e sua relação com os Clinton.

"Fazer este tipo de comentário extraordinariamente feio não representa o Partido Republicano. Trump está errado. Vamos ganhar onde somos otimistas e promissores, e grandes e amplos, ao invés de zangados o tempo todo", opinou Jeb Bush, casado com uma mexicana e o mais taxativo em seus comentários contra o magnata.

No entanto, a polêmica não parece passar ter passado a conta para Trump nas enquetes, que lhe situam entre os primeiros colocados da movimentada corrida republicana pela Casa Branca.

A última pesquisa da "CNN" o coloca em segundo lugar, com 12% dos votos, atrás apenas de Jeb Bush (19%) e a uma notável distância do terceiro colocado, o ex-governador de Arkansas, Mike Huckabee (8%).

O magnata teve bons resultados nas enquetes sempre que considerou a ideia de candidatar-se a presidente, algo que especulou pela primeira vez em 1988.

Em 2011, depois que disse abertamente que cogitava concorrer, uma pesquisa do "Wall Street Journal" e da emissora "NBC News" lhe situava em segundo lugar na corrida republicana, muito perto de quem acabou sendo o candidato, o ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney.

Nessas ocasiões, Trump acabou dizendo que não se candidataria porque seus negócios, que lhe proporcionaram uma fortuna de mais de US$ 4 bilhões segundo a revista "Forbes", eram o mais importante para ele.

Agora, apenas duas semanas depois do início da corrida presidencial das primárias, o magnata já reconhece as consequências econômicas e de marca que teve sua entrada na primeira linha política.

"Eu tinha um dos programas de TV mais vistos, 'The Apprentice' ("O Aprendiz"), e decidi não fazê-lo porque queria fazer isto (apresentar-se às primárias). Quem faz isso? Além disso, deixei de ganhar milhões de dólares em acordos porque estou fazendo isto", disse Trump à "Fox News".

"E então você fica sabendo da Nascar, da 'NBC', e das pessoas que criticam Trump apenas porque Trump quer segurança (frente à imigração ilegal)", concluiu o pré-candidato, em alusão aos comentários que acenderam a polêmica.

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Washington - A pré-campanha eleitoral de Donald Trump , na qual muitos viram uma estratégia de publicidade para seus negócios, está se mostrando contraproducente tanto para sua marca como para seu bolso devido à onda de rejeição provocada por seus comentários ofensivos contra imigrantes mexicanos.

A polêmica lhe custou até agora a quebra de contratos com as redes de televisão "Univisión", "NBC" e "Ora TV", o Grupo Televisa, a gigante comercial Macy's, e a Associação Nacional de Stock Car Auto Racing (Nascar).

Longe de pedir perdão por suas infelizes palavras, Trump as reafirmou e se lançou em uma guerra aberta contra todos os que lhe enfrentaram.

"Obrigado a todas as pessoas que ligaram para dizer que estão cortando seus cartões da Macy's como protesto contra os imigrantes ilegais que chegam aos montes aos Estados Unidos", é a última mensagem que escreveu nesta segunda-feira em sua conta oficial no Twitter, através da qual pediu um boicote a essa rede de lojas.

Só é preciso dar uma rápida passada de olho em seu perfil na rede social para constatar que seus ataques contra os imigrantes não começaram com o anúncio de sua pré-candidatura, no último dia 16 de junho, quando os focos da campanha presidencial deram uma magnitude a suas palavras que nem ele mesmo esperava.

"Não sabia que seria tão grave, mas sabia que seria ruim", reconheceu Trump no sábado em uma entrevista à emissora conservadora "Fox News".

"Isto não é bom para minha marca. Acho que é ruim para minha marca. Talvez esteja liderando as pesquisas, mas certamente isto não é bom. Estou perdendo clientes, estou perdendo gente", admitiu.

A polêmica começou quando, em seu primeiro discurso como pré-candidato presidencial, disse sem rodeios: "O México manda a sua gente, mas não manda os melhores. Está enviando pessoas com um montão de problemas (...). Estão trazendo drogas, crime, os estupradores".

Desde então, não só perdeu lucrativos contratos, mas também se transformou no alvo de uma inundação de críticas, mesmo dentro das fileiras de seu partido, o Republicano.

Os pré-candidatos republicanos Jeb Bush, Marco Rubio, Rick Perry, Lindsey Graham e Chris Christie se apressaram para tomar distância de seus comentários, criticaram suas palavras e aproveitaram para lembrar seu histórico de grandes doações a políticos democratas e sua relação com os Clinton.

"Fazer este tipo de comentário extraordinariamente feio não representa o Partido Republicano. Trump está errado. Vamos ganhar onde somos otimistas e promissores, e grandes e amplos, ao invés de zangados o tempo todo", opinou Jeb Bush, casado com uma mexicana e o mais taxativo em seus comentários contra o magnata.

No entanto, a polêmica não parece passar ter passado a conta para Trump nas enquetes, que lhe situam entre os primeiros colocados da movimentada corrida republicana pela Casa Branca.

A última pesquisa da "CNN" o coloca em segundo lugar, com 12% dos votos, atrás apenas de Jeb Bush (19%) e a uma notável distância do terceiro colocado, o ex-governador de Arkansas, Mike Huckabee (8%).

O magnata teve bons resultados nas enquetes sempre que considerou a ideia de candidatar-se a presidente, algo que especulou pela primeira vez em 1988.

Em 2011, depois que disse abertamente que cogitava concorrer, uma pesquisa do "Wall Street Journal" e da emissora "NBC News" lhe situava em segundo lugar na corrida republicana, muito perto de quem acabou sendo o candidato, o ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney.

Nessas ocasiões, Trump acabou dizendo que não se candidataria porque seus negócios, que lhe proporcionaram uma fortuna de mais de US$ 4 bilhões segundo a revista "Forbes", eram o mais importante para ele.

Agora, apenas duas semanas depois do início da corrida presidencial das primárias, o magnata já reconhece as consequências econômicas e de marca que teve sua entrada na primeira linha política.

"Eu tinha um dos programas de TV mais vistos, 'The Apprentice' ("O Aprendiz"), e decidi não fazê-lo porque queria fazer isto (apresentar-se às primárias). Quem faz isso? Além disso, deixei de ganhar milhões de dólares em acordos porque estou fazendo isto", disse Trump à "Fox News".

"E então você fica sabendo da Nascar, da 'NBC', e das pessoas que criticam Trump apenas porque Trump quer segurança (frente à imigração ilegal)", concluiu o pré-candidato, em alusão aos comentários que acenderam a polêmica.

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