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Camargo Corrêa e Suez fecham consórcio que vai disputar Jirau com Odebrecht

A Suez, maior geradora privada de energia do Brasil, terá 50,1% do consórcio

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Já estão fechados os consórcios que vão disputar o segundo leilão do rio Madeira. O Portal EXAME apurou que Suez e Camargo Corrêa assinam nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, o contrato que oficializa a formação de um consórcio único para a disputa da usina hidrelétrica de Jirau. As duas empresas, que foram concorrentes na licitação anterior, da usina de Santo Antônio, agora vão disputar juntas o leilão contra o grupo encabeçado pela Odebrecht.

No contrato fechado hoje, fica estabelecido que o consórcio será formado por Suez (50,1%), Camargo Corrêa (9,9%) e as estatais Chesf (20%) e Eletrosul (20%). O consórcio liderado pela Odebrecht, vencedor do primeiro leilão, será novamente formado pela construtora Andrade Gutierrez, um fundo de investimentos composto por Banif e Santander e as estatais Cemig e Furnas.

A francesa Suez é hoje a maior geradora privada de energia do Brasil. A empresa é uma gigante do setor de infra-estrutura na Europa, com um faturamento que supera 70 bilhões de euros. No Brasil, a empresa é dona da Tractebel. A empresa francesa inicialmente não queria que as estatais Eletrosul e Chesf tivessem a elevada participação de 40% no consórcio. Como as regras do leilão permitem que esses percentuais sejam alterados posteriormente, entretanto, o fechamento do contrato ficou mais fácil, principalmente porque há a expectativa de que fundos de empresas estatais adquiriam cotas do projeto nos próximos meses. Já a construtora Camargo Corrêa se contentou com a fatia de 9,9% do projeto porque, além de investidora, também será a principal responsável pela execução da obra em caso de vitória.

Com a formação de um consórcio único, a Suez espera ter mais força para disputar com o consórcio de  Odebrecht e Furnas, que foram responsáveis pelos estudos de viabilidade das duas usinas do rio Madeira. Para Fernando Camargo, sócio-diretor da LCA Consultores, Odebrecht e Furnas são favoritas porque têm um conhecimento melhor da região e da obra, conseguirão reduzir custos com sinergias entre as usinas se vencerem também a licitação de Jirau e puderam planejar a compra de equipamentos e estruturar o financiamento do negócios com um prazo maior.

Outra aposta da Suez é vender parte da energia de Jirau três dias antes do leilão. Pelo edital, 30% da energia gerada pela usina será direcionada ao mercado livre, composta por grandes consumidores. A Suez vai realizar um leilão dessa energia, onde espera conseguir um preço alto o suficiente para cobrar uma tarifa mais baixa das distribuidoras no mercado cativo. Vale lembrar que vencerá o leilão de Jirau, marcado para o dia 19 de maio, o consórcio que oferecer a menor tarifa a ser cobrada das distribuidoras.

A usina de Jirau tem capacidade instalada de 3,3 mil MW, mas fornecerá 1,975 mil MW de energia firme. O governo fixou o preço-máximo do leilão em 91 reais por MWh para o mercado cativo. No primeiro leilão, o consórcio Furnas-Odebrecht levou a usina de Santo Antônio com uma proposta de 78,87 reais por MWh. Apesar de o Brasil ter obtido neste mês o grau de investimento, há dúvidas sobre a possibilidade de o preço cair ainda mais no leilão de Jirau porque a energia firme gerada é menor e o custo da obra é considerado um pouco maior.

Procuradas, as assessorias de imprensa de Suez, Camargo Corrêa e Eletrosul não quiseram falar sobre o leilão até o momento.

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