Calor aquece vendas das fabricantes de ar-condicionado
Apesar de algumas lojas apontarem falta de aparelhos, indústria diz que aumento nas vendas vai além da temperatura
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 15h21.
São Paulo – Em um verão tão quente que empresas inteiras abandonaram o protocolo e permitiram o uso de bermudas e até chinelos, as vendas de ventiladores e ar-condicionado subiram de agosto a janeiro - uma demanda suficiente para derreter até os estoques de lojas de eletrodomésticos em algumas capitais brasileiras.
Segundo especialistas do setor, porém, o calor não foi o principal responsável pelo aumento nas vendas, que na temporada anterior subiu 10% , segundo estimativas da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).
E, apesar de lojas como a Ponto Frio e a Tele-Rio, no Rio de Janeiro, terem registrado fila de espera para compra do equipamento, a indústria afirma que está preparada.
De acordo com Mauro Apor, vice-presidente do Departamento Nacional de Ar-condicionado Residencial da Abrava, a explicação é simples: seria impossível reagir imediatamente a um aumento nas vendas com um aumento da produção.
“O ciclo de produção dos aparelhos é de 180 dias. As plantas de todas as fabricantes ficam em Manaus , os fornecedores são distantes e todos trabalham praticamente em suas capacidades máximas. Se faltassem aparelhos nas lojas, não daria tempo de repô-los por meio do aumento da produção”, explicou Apor.
Para evitar que os consumidores procurem e não achem os aparelhos, a produção é programada para permitir um estoque razoável que, garantem as fabricantes, não chegou perto do limite.
Consumo restrito
O que, então, explica a alta nas vendas? Principalmente o fato de que, na verdade, o consumo de ar-condicionado ainda é muito restrito no Brasil. A Abrava estima uma penetração de apenas 33% no mercado consumidor possível.
Essa proporção já é mais que o dobro da apresentada em 2010. “Está acontecendo com os refrigeradores o mesmo que aconteceu com outros eletrodomésticos: aumento de renda gera aumento consumo, que gera procura por conforto”, afirmou Apor.
Para a LG, de que o executivo também é gerente de produtos e operações, esse aumento na procura foi bastante expressivo. Em 2013, a empresa completou a expansão de sua fábrica em Manaus, que permitiu praticamente dobrar sua capacidade produtiva.
Como resultado, suas vendas na temporada aumentaram 71% em relação à temporada anterior. “Nós vendemos o ano inteiro, porque as pessoas costumam comprar os aparelhos quando constroem ou reformam suas casas. E porque já há diversas linhas que, além de resfriar, são capazes de aquecer os ambientes”, explica.
Armando Valle, vice-presidente de Relações Institucionais da WhirlPool, as vendas só atingiram os 15% esperados porque em janeiro e fevereiro o volume foi muito maior e compensou os fracos números de novembro e dezembro.
Além disso, o desconforto causado pelas altas temperaturas deste verão com certeza estimulará a procura, em preparação para a temporada do ano que vem.
Na indústria de ventiladores, porém, o impacto foi imediato. A fila para reposição de estoque de algumas marcas passou de um mês. Em janeiro, as vendas foram duas vezes maiores do que no mesmo mês do ano anterior.
Espera-se que, para o próximo verão, a indústria de ventiladores e ar-condicionado esteja mais preparada. A de refrigeradores aguarda ansiosa pela próxima temporada.
São Paulo – Em um verão tão quente que empresas inteiras abandonaram o protocolo e permitiram o uso de bermudas e até chinelos, as vendas de ventiladores e ar-condicionado subiram de agosto a janeiro - uma demanda suficiente para derreter até os estoques de lojas de eletrodomésticos em algumas capitais brasileiras.
Segundo especialistas do setor, porém, o calor não foi o principal responsável pelo aumento nas vendas, que na temporada anterior subiu 10% , segundo estimativas da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).
E, apesar de lojas como a Ponto Frio e a Tele-Rio, no Rio de Janeiro, terem registrado fila de espera para compra do equipamento, a indústria afirma que está preparada.
De acordo com Mauro Apor, vice-presidente do Departamento Nacional de Ar-condicionado Residencial da Abrava, a explicação é simples: seria impossível reagir imediatamente a um aumento nas vendas com um aumento da produção.
“O ciclo de produção dos aparelhos é de 180 dias. As plantas de todas as fabricantes ficam em Manaus , os fornecedores são distantes e todos trabalham praticamente em suas capacidades máximas. Se faltassem aparelhos nas lojas, não daria tempo de repô-los por meio do aumento da produção”, explicou Apor.
Para evitar que os consumidores procurem e não achem os aparelhos, a produção é programada para permitir um estoque razoável que, garantem as fabricantes, não chegou perto do limite.
Consumo restrito
O que, então, explica a alta nas vendas? Principalmente o fato de que, na verdade, o consumo de ar-condicionado ainda é muito restrito no Brasil. A Abrava estima uma penetração de apenas 33% no mercado consumidor possível.
Essa proporção já é mais que o dobro da apresentada em 2010. “Está acontecendo com os refrigeradores o mesmo que aconteceu com outros eletrodomésticos: aumento de renda gera aumento consumo, que gera procura por conforto”, afirmou Apor.
Para a LG, de que o executivo também é gerente de produtos e operações, esse aumento na procura foi bastante expressivo. Em 2013, a empresa completou a expansão de sua fábrica em Manaus, que permitiu praticamente dobrar sua capacidade produtiva.
Como resultado, suas vendas na temporada aumentaram 71% em relação à temporada anterior. “Nós vendemos o ano inteiro, porque as pessoas costumam comprar os aparelhos quando constroem ou reformam suas casas. E porque já há diversas linhas que, além de resfriar, são capazes de aquecer os ambientes”, explica.
Armando Valle, vice-presidente de Relações Institucionais da WhirlPool, as vendas só atingiram os 15% esperados porque em janeiro e fevereiro o volume foi muito maior e compensou os fracos números de novembro e dezembro.
Além disso, o desconforto causado pelas altas temperaturas deste verão com certeza estimulará a procura, em preparação para a temporada do ano que vem.
Na indústria de ventiladores, porém, o impacto foi imediato. A fila para reposição de estoque de algumas marcas passou de um mês. Em janeiro, as vendas foram duas vezes maiores do que no mesmo mês do ano anterior.
Espera-se que, para o próximo verão, a indústria de ventiladores e ar-condicionado esteja mais preparada. A de refrigeradores aguarda ansiosa pela próxima temporada.