O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, se reúne nesta quarta-feira, às 14 horas, para decidir sobre a adoção de medida cautelar no caso Sé/Pão de Açúcar. Pela operação, a Companhia Brasileira de Distribuição passaria a controlar as lojas de super e hipermercados da rede Sé existentes no Brasil.

Segundo denúncia da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda, a operação caracteriza formação de cartel.

Miguel Tebar é o relator escolhido por sorteiro pelo Cade para estudar o pedido de suspensão temporária do negócio. Tebar foi empossado como conselheiro do órgão recentemente.

No último dia 30, as ações do grupo Pão de Açúcar caíam acentuadamente, reagindo ao risco de ser suspensa a aquisição da rede de supermercados Sé, um negócio de 400 milhões de reais anunciado no início do mês de julho pelo empresário Abílio Diniz.

Com o pedido de medida preventiva, a Seae tenta evitar o fechamento de estabelecimentos comerciais, alterações de relações contratuais com terceiros, demissão de pessoal e transferência de ativos até que seja definitivamente julgado o negócio.

Para a Seae, a aquisição do Sé pelo Pão de Açúcar pode resultar em concentração em algumas cidades no Estado de São Paulo. Uma decisão final sobre o caso pode demorar ainda alguns meses.

Na época, o grupo Pão de Açúcar afirmou que chegou a consultar advogados especializados que emitiram parecer favorável à aquisição. "A empresa acredita fortemente que não haverá nenhum impedimento à conclusão do negócio, uma vez que não existe concentração de mercado", informou a nota.

Para a analista Tina Barroso, do UBS Warburg, o grupo Pão de Açúcar -- que controla também as bandeiras Barateiro e Extra, além da cadeia de eletrodomésticos Eletro -- passou a deter entre 23% e 24% do mercado paulista de supermercados.