Busca por receitas vegetarianas no site Cybercook movimenta o Carrefour
Site do Grupo Carrefour ajuda a varejista entender os hábitos do brasileiro e focar em produtos para vegetarianos e flexitarianos, que buscam diminuir o consumo de carnes
Marina Filippe
Publicado em 20 de março de 2021 às 08h37.
O Cybercook, site de receitas do Grupo Carrefour , constatou-se ao longo de 2020 1,2 mil buscas com o termo " vegano ", representando quase 50% do volume de buscas para "carne moída". O mesmo comportamento foi percebido para alimentos como abobrinha, grão de bico e couve-flor, sendo que a plataforma registrou quase 1,2 milhão de visualizações de páginas geradas a partir de receitas com esse ingrediente, sendo a principal de abobrinha refogada.
Para os executivos do site, não é possível olhar para esses dados isoladamente. A cada ano, o número de pessoas que busca substituir a carne, total ou parcialmente, em seu dia a dia aumenta. Dados de uma pesquisa encomendada pela Archer Daniels Midland (ADM) ao Ibope DTM mostram que mais de metade dos consumidores brasileiros se identifica como “flexitariana”, isto é, comem carne em menos de três refeições por semana.
A busca por uma boa saúde é o fator principal que encoraja estes consumidores, além da busca pela qualidade nutricional, paladar e sabor. Com isso, novas opções de alimentos e de receitas são procuradas pelos consumidores. A pesquisa mostra também que o interesse dos consumidores por proteínas alternativas está alto, com bom índice de intenção do consumidor em experimentar e de retornar ao produto experimentado.
Mais de 5 em cada 10 entrevistados já consumiram produtos à base de plantas, 32% consumiriam novamente e 18% afirmaram consumir sempre ou de vez em quando. Os dados revelaram, ainda, que 45% nunca experimentaram produtos à base de proteína vegetal, mas 42% se interessam em experimentar, o que indica grande potencial de criação de uma demanda maior vinda de futuros consumidores.
Vendas no Carrefour
O CyberCook reúne mais de 100 mil receitas e conta com funcionalidades para que o usuário encontre receitas adequadas ao seu perfil e com estimativas de custo. Ao ser adquirido pelo Grupo Carrefour Brasil em 2018, ele passou a integrar o movimento global Act for Food da companhia, que tem o objetivo de tornar a alimentação saudável acessível a todos, além de estar alinhado ao programa Desperdício Zero, criado em 2015.
Entender os hábitos e interesse do consumidor é também cada vez mais relevante. "Usamos tecnologias e dados para gerar insights relevantes para o negócio. Com isso, mergulhamos no entendimento do cliente, tanto observando seu comportamento de compra quanto analisando quais são os itens mais comprados nas lojas ou consultados nas receitas de CyberCook. Ao agir dessa maneira, entregamos aos consumidores uma proposta que envolve variedade e custo-benefício, apoiando-o em escolhas mais equilibradas e saudáveis", diz do Alexandre Canatella, presidente do CyberCook e diretor de negócios digitais do Carrefour.
Nos últimos anos, a plataforma passou por uma série de mudanças e hoje se propõe a mostrar que o hábito de comer de forma saudável não tem relação com a renda, mas com conhecimento e planejamento, aspectos com os quais busca contribuir.
A partir do entendimento do consumidor os 90 hipermercados Carrefour também impulsionam o sortimento de produtos saudáveis. Nesses espaços, estão disponíveis mais de 3.500 itens, sendo que constatamos o aumento de 37% de orgânicos e 24% de demais saudáveis nas vendas de produtos saudáveis em 2020.
Dentre os produtos, há um crescente sortimento de produtos à base de plantas. Em outubro de 2020, por exemplo, o Carrefour passou a oferecer, com exclusividade, a The Vegetarian Butcher’, marca holandesa de produtos plant-based, em suas rotisserias.
“Especificamente sobre a carne bovina, com base nos dados obtidos na plataforma, não tivemos uma substituição propriamente dita, mas sim uma flexibilização na forma como ela é servida, priorizando cortes com melhor custo-benefício e possibilidade de armazenamento. Ao mesmo tempo, foi possível se constatar que a concentração de proteínas bovinas tem se dissipado, o que está muito ligado ao crescimento da oferta de outras proteínas, sejam elas animais ou vegetais”, afirma Canatella.