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BRF concederá férias coletivas a funcionários de 4 unidades do Sul

Segundo a empresa, "decisão leva em conta a necessidade de ajustes para atender a demanda atual, agravada pela greve dos caminhoneiros"

Férias: ao todo, 5.600 funcionários terão as atividades suspensas nas linhas de produção de frango (BRF/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de junho de 2018 às 13h32.

Última atualização em 20 de junho de 2018 às 13h45.

São Paulo - A companhia de alimentos BRF informou ao Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) que concederá férias coletivas em quatro unidades da empresa localizadas nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ao todo, 5.600 funcionários terão as atividades suspensas nas linhas de produção de frango.

Segundo a BRF, "a decisão leva em conta a necessidade de ajustes para atender a demanda atual, agravada pela recente greve dos caminhoneiros", que parou o tráfego de cargas por mais de 10 dias no fim de maio. As unidades vêm sendo notificadas das férias desde a segunda-feira, 18.

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Em Chapecó (SC), serão concedidos 30 dias de férias, a cerca de 1.400 funcionários. A unidade catarinense de Concórdia vai dar 12 dias de férias, a 1.700 empregados.

Outros 10 dias de férias serão concedidos a 1.000 funcionários da planta de Lajeado (RS) e 10 dias também serão dados a 1.500 integrantes da linha de frangos da unidade de Serafina Correa (RS). Apesar das suspensões nos abates, a BRF ressaltou que "nenhuma das plantas estará completamente paralisada".

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Carnes e Derivados de Chapecó (Sindicarnes), Jenir de Paula, disse ao Broadcast Agro que as férias da unidade da BRF no município têm previsão de início em 30 de julho e término em 28 de agosto. A média de abates da linha de frangos é de 220 mil unidades por dia.

"Durante a greve dos caminhoneiros, a produção de frangos foi suspensa por dois dias e a de perus por cinco. Neste período, cerca de 550 mil frangos deixaram de ser abatidos e outros 150 mil perus também", lembra Jenir de Paula.

No entanto, o presidente do sindicato afirma que a demanda para a unidade chapecoense já vinha sendo prejudicada por problemas relacionados à exportação, tendo como estopim o embargo imposto pela União Europeia à compra de frangos da BRF neste ano. "Estávamos trabalhando em regime normal, mas o entrave nos embarques encalhou um pouco da produção", comenta.

Ainda em Santa Catarina, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Indústria de Alimentação de Concórdia e Região (Sintrial), Jair Baller, diz que as férias da unidade estão previstas para começar no dia 2 de julho, com retorno esperado para o dia 16. Após esse período, a expectativa é retomar o abate de 280 mil aves por dia.

"A greve dos caminhoneiros afetou o alojamento de pintinhos e o peso dos frangos. Agora a planta não consegue compor a média diária de abates, o que originou a suspensão dos funcionários", explica o executivo. A paralisação dos caminhões impediu o transporte de ração até as granjas e prejudicou a alimentação dos animais.

A planta da BRF em Concórdia teve as atividades suspensas por cinco dias durante a greve e, segundo o presidente do Sintrial, houve redução nos abates de pelo menos 10 mil frangos.

Quanto aos efeitos do embargo europeu, Baller vai na mesma linha do dirigente do sindicato de Chapecó e acredita que também houve reflexo negativo na planta de Concórdia. "Um aumento no quadro de funcionários estava programado para maio e foi suspenso. Pelo menos 600 novos empregados seriam contratados e não foram por causa da medida imposta pela União Europeia", afirma.

 

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