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Brasil e Quinsa garantem resultados da Ambev

Operações na América do Norte e Hila apresentam desempenho negativo

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Quinta maior cervejaria do mundo, a Ambev sustentou seus resultados financeiros do terceiro trimestre nas operações do Brasil e da Quinsa, subsidiária que atende os mercados da Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia. Esses mesmos países também respondem pelo bom desempenho no acumulado de nove meses, já que as demais regiões em que a Ambev atua apresentam números negativos neste ano. A companhia opera na América do Norte por meio da canadense Labatt. Já as contas da América Central e porção superior da América do Sul estão segregadas na Hila.

No conjunto, a Ambev registrou lucro líquido consolidado de 589,9 milhões de reais no terceiro trimestre, um incremento de 21,3% sobre o mesmo período de 2006. No acumulado de janeiro a setembro, a companhia lucrou 1,684 bilhão de reais, 3,6% mais. A empresa vendeu 98,860 milhões de hectolitros de bebida em nove meses, um incremento de 12,4%. O mercado cervejeiro respondeu por 72% desse volume; e os refrigerantes e bebidas não-alcóolicas por 28%; porcentagens semelhantes ao do mesmo período de 2006: 73% contra 27%.

A receita líquida até setembro somou 13,821 bilhões de reais, um aumento de 12%. O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 14,7% e atingiu 5,871 bilhões de reais. Já a margem de ebitda subiu um ponto percentual, para 42,5%.

Cone Sul

Os países do Cone Sul foram os principais responsáveis pelo avanço dos números. O Brasil ainda é a maior operação da Ambev. De janeiro a setembro, o país representou 66% do volume total de bebidas comercializado pela companhia, ou 64,961 milhões de hectolitros. No mesmo período do ano passado, o percentual foi de 69%. A receita líquida oriunda do país foi de 8,591 bilhões de reais, ou 62% do total da empresa. A cifra significa um crescimento de 12,2% sobre a comparação.

Já a Quinsa viu seu volume de vendas saltar 54,5% em nove meses, de 13,393 milhões de hectolitros para 20,691 milhões. Já a receita líquida, de 1,831 bilhão de reais, subiu 56,4%.

Efeito Venezuela

Do lado das más notícias, a Ambev viu suas operações na América Hispânica, coordenadas pela Hila, recuarem 10,3% em volume, para 4,579 milhões de hectolitros, e 8% em receita líquida, para 512,3 milhões de reais. Mesmo quando se considera o crescimento orgânico da companhia - números que descontam eventuais mudanças estruturais, como compra ou venda de unidades fabris, e o impacto do câmbio, entre outros - os números continuam negativos. Nos nove primeiros meses do ano, houve queda de 10,3% no volume de vendas e de 0,5% na receita.

Segundo o diretor-presidente da Ambev para a América Latina, Luiz Fernando Edmond, os números mostram o impacto negativo da Venezuela sobre as operações. De acordo com o executivo, o país responde pela maior parte das operações da Hila, e o recuo da indústria local neste ano afetou os resultados. A expansão de dois dígitos de alguns países da América Central, como a República Dominicana, compensou parte das perdas.

Na América do Norte, a receita recuou 2,5%, para 2,886 bilhões de reais, embora as vendas físicas tenham subido 4,2%, para 8,628 milhões de hectolitros. "O mercado canadense está estagnado, e é muito complexo, com muita disputa de preços", afirmou Edmond. O executivo observou que, no terceiro trimestre, a indústria cervejeira local recuou 0,1% e a Ambev, 0,4%, em vendas físicas. "Perdemos um pouco de participação", disse.

Investimentos

Um modo de reagir na América do Norte é a ampliação das operações. A empresa espera anunciar, até o início do próximo ano, novos planos de investimento para a região, que podem envolver a construção de uma nova planta. "Necessitamos de capacidade para atender a demanda no ano que vem. Esta é uma decisão que não pode ser mais adiada", afirmou Edmond, em teleconferência com jornalistas nesta tarde.

A Ambev também avalia a construção de uma unidade na região Norte do Brasil, que atualmente é atendida pelos estados de outras partes do país. "Já temos massa crítica para pensar em uma fábrica próxima aos consumidores do Norte", disse. Outra opção seria ampliar a capacidade produtiva de uma planta próxima.

Quando teve sua criação aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a partir da fusão das cervejarias Brahma e Antárctica, a Ambev foi forçada a vender cinco unidades de produção. Entre elas, estava a de Manaus.

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