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Bradesco vê espaço para crescer em seguros no Brasil

Brasil tem a oitava economia do mundo e somente a 18ª posição em indústria de seguros, segundo Trabuco

Bradesco: o consumo médio de seguros no Brasil é de 300 dólares por ano. Nos países que lideram esse ranking, o consumo chega a 2.500 dólares por ano (.)

Bradesco: o consumo médio de seguros no Brasil é de 300 dólares por ano. Nos países que lideram esse ranking, o consumo chega a 2.500 dólares por ano (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

São Paulo - O Bradesco aposta no potencial de crescimento da indústria de seguros brasileira, segundo Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do banco. Em apresentação realizada hoje (2/9), o executivo destacou o bom momento econômico do país e essa possibilidade de crescer.

"O Brasil tem a oitava economia do mundo, mas conta apenas com a décima oitava indústria de seguros", afirmou Trabuco para exemplificar o potencial de crescimento. Segundo ele, o consumo médio de seguros no Brasil é de 300 dólares por ano. Nos países que lideram esse ranking, o consumo chega a 2.500 dólares por ano. "A possibilidade de crescer nessa indústria no Brasil é muito grande", afirmou.

O Bradesco encerrou o primeiro semestre com lucro líquido ajustado de 4,602 bilhões de reais, sendo 3,198 bilhões de reais em atividades financeiras e 1,404 bilhões de reais em operações de seguros, previdência e capitalização. 

Mais crédito

Para Trabuco, o Brasil poderá passar por um momento de liberação de recursos para crédito. Até o final de 2010, o Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia deverá definir uma convergência entre os padrões internacionais de depósito compulsório.

"Quando isso for definido, terá de haver uma convergência com os padrões internacionais, que são de compulsórios menores", disse Trabuco. "Provavelmente, os banco terão mais acesso a recursos para financiar pequenas e médias empresas", afirmou.

O depósito compulsório no Brasil é de cerca de 50%, enquanto na Inglaterra ele é de cerca de 5%, por exemplo. A regulação vai fazer uma revisão e uma uniformização maior do critério. "Temos que ter uma convergência, os níveis de compulsório na América Latina, Estados Unidos, Europa, Ásia... tenderão a ser iguais", disse Trabuco.

 


Eleição

O presidente do Bradesco mostrou-se tranquilo com relação às eleições presidenciais desse ano. "O Brasil vai se mostrar como a maior democracia em qualidade. Temos a sorte de os três candidatos terem uma visão correta do Brasil, de ele se alterar sem mudar o modo de produção", disse.

Ele também destacou a convivência entre o público e o privado no país. "Nossa convivência entre o público e o privado é uma grande plataforma para o país passar os desafios do século 20", afirmou.

Sonho americano

"À proporção que, no Brasil, conseguimos transformar pobres em consumidores, talvez possamos na segunda década do século 20 vivenciar o sonho americano", disse Trabuco. Ele traçou um panorama da situação econômica atual do Brasil, e citou que o país passou de protagonista de manchetes como "o país onde o futuro nunca chega" na imprensa internacional para a capa de revista mais vendida nos Estados Unidos  em 2009, com a manchete "O Brasil decola" na The Economist.

Trabuco destacou a participação da classe C no banco, que registra cerca de 6.000 contas abertas por dia para as classes C, D e E. “Entre quinta e sexta-feira, nós realizamos 280.000 empréstimos nos caixas eletrônicos, para as pessoas terem mais dinheiro, no sábado e no domingo, por exemplo”, disse. Na agência do banco em Heliópolis, há nove clientes de alta renda.

Apesar disso, o Brasil ainda vive alguns descompassos, segundo Trabuco, como, por exemplo, a existência de mobilidade social e as falhas que ainda existem no transporte. "Não adianta vibrarmos que 11 milhões de brasileiros vão viajar de avião no próximo ano, os chamados gargalos atrapalham", disse.

Trabuco disse acreditar que, no futuro, haverá um grande número de novos negócios, que também auxiliam na mobilidade social uma vez que com eles cresce a possibilidade de geração de empregos. As perspectivas do banco para as pessoas físicas também são otimistas.

"Se nos próximos 10 anos o Brasil não tiver aberto 100 milhões de novas contas bancárias, alguma coisa não deu certo no plano sócio-econômico do país", disse o presidente do Bradesco, que encerrou sua apresentação com a frase "Deus não dá aquilo que pedimos, mas aquilo em que acreditamos".

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