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Bradesco não mudará concessão de crédito por Lava Jato

Às vésperas de a operação ser deflagrada, o banco emprestou R$ 4 bilhões para que fossem usados nas obras de duas refinarias


	Bradesco: o banco assegurou que todas as operações atenderam às regras da instituição
 (Adriano Machado/Bloomberg News)

Bradesco: o banco assegurou que todas as operações atenderam às regras da instituição (Adriano Machado/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 09h25.

São Paulo - O banco Bradesco não vê necessidade de mudar suas regras de concessão de crédito em função de empréstimos liberados pela instituição às refinarias Abreu e Lima e ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Às vésperas de a operação Lava Jato, que investiga casos de corrupção na Petrobras, ser deflagrada, o banco emprestou R$ 4 bilhões à empresa para que fossem usados nas obras das duas refinarias.

O crédito foi dado na modalidade de "imobiliário", que tem juros mais baixos que outras linhas e também exige garantias hipotecárias.

Questionado se a operação teria ferido alguma regra interna de compliance do banco, o presidente da instituição, Luiz Carlos Trabuco Cappi, disse que não fala especificamente de clientes, mas assegurou que todas as operações atenderam às regras da instituição.

Ressaltou ainda que esse tipo de operação, de crédito imobiliário, exige garantias hipotecárias.

Trabuco disse que o banco faz, em geral, análise da situação das empresas para a quais empresta para que possa decidir custo, taxa de risco de provisões e rating da operação, mas que a instituição não tem uma relação com o desempenho da empresa ou com "a performance que o cliente tenha tomado o recurso e executado sua ação empresarial".

"Foge ao nosso controle", disse o presidente, em referência ao fato de as refinarias, segundo as investigações, terem sido superfaturadas e, com isso, não darem retorno adequado para a Petrobras.

Para a instituição, o mercado ainda observa o que pode acontecer caso a empresa não publique um balanço auditado a tempo de evitar uma aceleração para pagamento de dívidas.

Apesar do desconforto, o executivo não vê possibilidade de um risco no sistema bancário, que, segundo ele, teria como absorver eventuais prejuízos pelo nível de provisionamento atual dos bancos e também pelo fato de o capital ser suficiente para fazer frente aos riscos.

Dessa forma, a instituição avalia que o nível de provisionamento e os níveis de inadimplência não devem crescer durante este ano. Em 2014, as provisões para devedores duvidosos cresceu cerca de 7%, chegando a R$ 23,14 bilhões e a carteira de crédito cresceu em ritmo parecido.

Segundo o diretor de Relações com Investidores do banco, Luiz Carlos Angelotti, não há risco de mudança no nível de inadimplência no próximo ano. Ele prevê que o índice para grandes empresas volte ao patamar histórico de 0,4%.

No último trimestre do ano, a classificação do crédito para esse segmento ficou deteriorada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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