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Bradesco amplia lucro com cautela, mas corrói margem

Banco colheu os frutos do conservadorismo na concessão de crédito, com redução da inadimplência e aumento do lucro no terceiro trimestre

Agência do Bradesco em Brasília: companhia fechou o terceiro trimestre com lucro de 3,06 bilhões de reais (Bloomberg/Adriano Machado)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2013 às 15h17.

O Bradesco colheu os frutos do conservadorismo na concessão de crédito, com redução da inadimplência e aumento do lucro no terceiro trimestre, mas um novo corte na previsão para a margem financeira de juros desagradou o mercado.

Gastos menores com provisões para perdas com calotes, resultado do foco do segundo maior banco privado do país por modalidades de empréstimo de menor risco, como consignado e imobiliário, o ajudaram a ter lucro de 3,06 bilhões de reais no período, avanço de 7,1 por cento ante mesma etapa de 2012.

O lucro líquido recorrente ficou ligeiramente acima da expectativa do mercado, a 3,082 bilhões de reais, enquanto oito analistas consultados pela Thomson Reuters previam, em média, lucro recorrente de 3,06 bilhões de reais. Em bases anuais, o lucro recorrente cresceu 6,5 por cento.

Apesar do lucro maior, as ações do banco caíam 2,5 por cento, ante alta de 0,23 por cento do Ibovespa, às 15h00. O que desagradou o mercado foi a previsão de menor margem financeira com juros para o acumulado do ano.

No segundo trimestre, o banco já havia ajustado esta linha, da faixa de 7 a 11 por cento para a de 4 a 8 por cento. Nesta segunda-feira, um novo corte ocorreu, chegando a uma estimativa de 1 a 3 por cento de crescimento no ano.

Segundo o diretor executivo e de Relações com Investidores do Bradesco, Luiz Carlos Angelotti, o corte foi motivado pelo avanço tímido do crédito. "O crédito representa 75 por cento da margem e foi o principal motivo para a revisão", afirmou em teleconferência com jornalistas.

O Bradesco tinha expectativa de 13 e 17 por cento de crescimento do crédito para o ano e revisou esta projeção no segundo trimestre para 11 a 15 por cento. Para o fechamento de 2013, a instituição prevê avanço no piso da projeção atual.

No terceiro trimestre, a carteira de crédito do banco subiu 11 por cento em bases anuais, a 412,56 bilhões de reais. O crescimento um ano antes havia sido de 11,8 por cento e no mesmo período de 2011 a expansão fora de 22 por cento.

Como reflexo da alta modesta do crédito, a margem financeira de juros teve um ligeiro avanço de 1,1 por cento no acumulado do ano até setembro, a 31,7 bilhões de reais.


E o retorno anualizado sobre patrimônio líquido (ROE), medida de rentabilidade para os bancos, recuou de 19,9 por cento para 18,4 por cento, também na comparação anual. No segundo trimestre, o ROE havia sido de 18,8 por cento.

Após a divulgação, a XP investimentos afirmou que o resultado "não surpreendeu positivamente" e destacou a revisão para baixo da previsão para margem financeira de juros como o ponto negativo do balanço.

Inadimplência

Os analistas do Goldman Sachs, também em relatório, afirmaram que a melhora na qualidade dos ativos do banco foi "impressionante, porém já era esperada".

A cautela na concessão de novos empréstimos deixou a instituição mais protegida de calotes. A inadimplência acima de 90 dias foi de 3,6 por cento, ante 4,1 por cento um ano antes e 3,7 por cento no segundo trimestre.

O maior recuo ocorreu no segmento de pessoa física, cuja inadimplência passou de 6,2 por cento para 5,2 por cento na comparação anual.

Os calotes em pequenas e médias empresas passaram de 4,3 para 4 por cento na mesma comparação, enquanto atrasos acima de 90 dias em grandes empresas ficaram estáveis em 0,4 por cento, mas avançando ante o 0,2 por cento do segundo trimestre.

A expectativa do banco é de que a inadimplência se estabilize ou caia no terceiro trimestre e em 2014. Segundo Angelotti, o foco do banco em modalidades de crédito de menor risco, como consignado e imobiliário, justificam o otimismo em relação à inadimplência.

Com isso, as despesas com provisão para devedores duvidosos recuaram 12,8 por cento em bases anuais, a 2,88 bilhões de reais. Ante o período de abril a junho deste ano, a queda foi de cerca de 7 por cento.

Aliviando preocupações do mercado, os ganhos com tesouraria somaram 107 milhões de reais no terceiro trimestre, bem acima do resultado de 18 milhões de reais obtido no trimestre anterior. No mesmo intervalo de 2012, os ganhos com tesouraria tinham sido de 197 milhões de reais.

As despesas operacionais cresceram dentro do nível esperado pelo banco, de 2 a 6 por cento. Este item somou 6,98 bilhões de reais, avanço de 4,2 por cento ante o mesmo trimestre de 2012. (Por Natalia Gómez e Guillermo Parra-Bernal)

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O Bradesco colheu os frutos do conservadorismo na concessão de crédito, com redução da inadimplência e aumento do lucro no terceiro trimestre, mas um novo corte na previsão para a margem financeira de juros desagradou o mercado.

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O lucro líquido recorrente ficou ligeiramente acima da expectativa do mercado, a 3,082 bilhões de reais, enquanto oito analistas consultados pela Thomson Reuters previam, em média, lucro recorrente de 3,06 bilhões de reais. Em bases anuais, o lucro recorrente cresceu 6,5 por cento.

Apesar do lucro maior, as ações do banco caíam 2,5 por cento, ante alta de 0,23 por cento do Ibovespa, às 15h00. O que desagradou o mercado foi a previsão de menor margem financeira com juros para o acumulado do ano.

No segundo trimestre, o banco já havia ajustado esta linha, da faixa de 7 a 11 por cento para a de 4 a 8 por cento. Nesta segunda-feira, um novo corte ocorreu, chegando a uma estimativa de 1 a 3 por cento de crescimento no ano.

Segundo o diretor executivo e de Relações com Investidores do Bradesco, Luiz Carlos Angelotti, o corte foi motivado pelo avanço tímido do crédito. "O crédito representa 75 por cento da margem e foi o principal motivo para a revisão", afirmou em teleconferência com jornalistas.

O Bradesco tinha expectativa de 13 e 17 por cento de crescimento do crédito para o ano e revisou esta projeção no segundo trimestre para 11 a 15 por cento. Para o fechamento de 2013, a instituição prevê avanço no piso da projeção atual.

No terceiro trimestre, a carteira de crédito do banco subiu 11 por cento em bases anuais, a 412,56 bilhões de reais. O crescimento um ano antes havia sido de 11,8 por cento e no mesmo período de 2011 a expansão fora de 22 por cento.

Como reflexo da alta modesta do crédito, a margem financeira de juros teve um ligeiro avanço de 1,1 por cento no acumulado do ano até setembro, a 31,7 bilhões de reais.


E o retorno anualizado sobre patrimônio líquido (ROE), medida de rentabilidade para os bancos, recuou de 19,9 por cento para 18,4 por cento, também na comparação anual. No segundo trimestre, o ROE havia sido de 18,8 por cento.

Após a divulgação, a XP investimentos afirmou que o resultado "não surpreendeu positivamente" e destacou a revisão para baixo da previsão para margem financeira de juros como o ponto negativo do balanço.

Inadimplência

Os analistas do Goldman Sachs, também em relatório, afirmaram que a melhora na qualidade dos ativos do banco foi "impressionante, porém já era esperada".

A cautela na concessão de novos empréstimos deixou a instituição mais protegida de calotes. A inadimplência acima de 90 dias foi de 3,6 por cento, ante 4,1 por cento um ano antes e 3,7 por cento no segundo trimestre.

O maior recuo ocorreu no segmento de pessoa física, cuja inadimplência passou de 6,2 por cento para 5,2 por cento na comparação anual.

Os calotes em pequenas e médias empresas passaram de 4,3 para 4 por cento na mesma comparação, enquanto atrasos acima de 90 dias em grandes empresas ficaram estáveis em 0,4 por cento, mas avançando ante o 0,2 por cento do segundo trimestre.

A expectativa do banco é de que a inadimplência se estabilize ou caia no terceiro trimestre e em 2014. Segundo Angelotti, o foco do banco em modalidades de crédito de menor risco, como consignado e imobiliário, justificam o otimismo em relação à inadimplência.

Com isso, as despesas com provisão para devedores duvidosos recuaram 12,8 por cento em bases anuais, a 2,88 bilhões de reais. Ante o período de abril a junho deste ano, a queda foi de cerca de 7 por cento.

Aliviando preocupações do mercado, os ganhos com tesouraria somaram 107 milhões de reais no terceiro trimestre, bem acima do resultado de 18 milhões de reais obtido no trimestre anterior. No mesmo intervalo de 2012, os ganhos com tesouraria tinham sido de 197 milhões de reais.

As despesas operacionais cresceram dentro do nível esperado pelo banco, de 2 a 6 por cento. Este item somou 6,98 bilhões de reais, avanço de 4,2 por cento ante o mesmo trimestre de 2012. (Por Natalia Gómez e Guillermo Parra-Bernal)

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