Boeing: a empresa informou que o valor será pago ao longo de vários anos (Tiksa Negeri/Reuters)
AFP
Publicado em 3 de julho de 2019 às 14h14.
Última atualização em 3 de julho de 2019 às 15h54.
A Boeing anunciou nesta quarta-feira (3) que vai pagar 100 milhões de dólares para as comunidades e famílias das vítimas de dois acidentes com o avião 737 MAX,, nos quais 346 pessoas morreram.
"Esses fundos ajudarão a financiar a educação, as despesas diárias e as dificuldades das famílias das vítimas" e também "o desenvolvimento econômico das comunidades afetadas", afirmou a companhia em um comunicado.
Amplamente criticada pela forma como lidou com as duas tragédias, a construtora americana descreveu a quantia como um "investimento inicial a ser pago ao longo de vários anos".
A empresa enfrenta inúmeros processos abertos pelas famílias das vítimas, algumas das quais compareceram em coletivas de imprensa, ou durante as audiências no Congresso que investigam os desastres.
A cifra de 100 milhões de dólares é menor do que o valor de tabela de vários dos principais aviões 737 MAX.
"Na Boeing, lamentamos a trágica perda de vidas nesses acidentes, e estas vidas perdidas continuarão pesando em nossos corações e mentes durante os próximos anos", afirmou o CEO da empresa, Dennis Muilenburg, em um comunicado.
"As famílias e os entes queridos dos que estavam a bordo têm nossa mais sinceras condolências, e esperamos que este compromisso inicial possa ajudá-los a se sentirem confortáveis", completou.
A companhia fez referência a vários julgamentos em uma apresentação de valores de abril, afirmando que também está cooperando com várias investigações regulatórias.
"Não podemos estimar razoavelmente um valor de perdas, se houver, que possam resultar do estado atual desses processos e investigações", afirma o texto.
Em 10 de março, um avião 737 MAX operado pela Ethiopian Airlines caiu, matando seus 157 ocupantes.
Foi o segundo acidente de um modelo similar em cinco meses. Em 29 de outubro passado, a queda de uma aeronave da Lion Air deixou 189 mortos.