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Bilionário chinês renuncia a cargo de CEO após ficar um ano desaparecido

Episódio é mais um dos recentes desaparecimentos envolvendo empresários ligados à tecnologia

Bao Fan é um dos investidores de tecnologia de maior sucesso na China dos últimos anos (Patrick T. Fallon/Bloomberg/Getty Images)

Bao Fan é um dos investidores de tecnologia de maior sucesso na China dos últimos anos (Patrick T. Fallon/Bloomberg/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 06h55.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 13h46.

O banqueiro bilionário chinês Bao Fan, que estava desaparecido há quase um ano, renunciou ao cargo de CEO que tinha no China Renaissance Holdings. O banco, em comunicado, disse que Bao renunciou "por motivos de saúde e para passar mais tempo com a família".

O desaparecimento de Bao em fevereiro de 2023 chocou o mundo financeiro chinês. Dias depois do caso vir a público, o China Renaissance informou que estava cooperando com as autoridades envolvidas na investigação do caso.

"O senhor Bao não tem nenhum desentendimento com o board e não há nenhuma outra questão relacionada com sua decisão de sair que precisa ser apreciada pelos investidores", diz nota do conglomerado até então liderado por Bao Fan.

O banco de investimento ainda afirmou que "o board teve conhecimento que o senhor Bao atualmente está cooperando numa investigação conduzida por certas autoridades chinesas. A empresa vai colaborar com qualquer solicitação do governo chinês quando esta for feita".

Sumiço de bilionários

Bao Fan é um dos investidores de tecnologia de maior sucesso na China dos últimos anos, com uma lista de parceiros que inclui os gigantes da internet Tencent, Alibaba e Baidu.

Seu desaparecimento mais uma vez trouxe à tona uma história recente de executivos chineses que desaparecem misteriosamente. Segundo a revista Forbes, pelo menos meia dúzia de bilionários nos últimos anos passaram por desaparecimentos semelhantes após relatos de desentendimentos com o Partido Comunista.

Em vários casos, essas pessoas eram suspeitas de estar envolvidas em investigações de corrupção.

Em um dos casos mais famosos, no final de 2020, o fundador do Alibaba, Jack Ma, sumiu por três meses após criticar as regulações econômicas impostas pelo governo chinês a seus negócios.

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