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BicBanco cobra R$ 67 milhões da Engevix na Justiça

A cobrança oficializa o primeiro caso de inadimplência do grupo

Projeto Cacimbas, da Engevix: a estimativa é de que atualmente a dívida some R$ 1,5 bilhão (Divulgação/ Engevix)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2015 às 10h32.

São Paulo - As cobranças de dívidas da Engevix, grupo envolvido na Operação Lava Jato , começam a chegar à Justiça, oficializando, assim, o primeiro caso de inadimplência do grupo.

O Banco Industrial e Comercial ( BicBanco ) entrou com uma ação de execução na semana passada para cobrar o pagamento imediato de R$ 67 milhões.

Parte é cobrada diretamente da Engevix e outra parte da Ecovix, que tem como sócio o fundo de pensão da Caixa (Funcef) e é a empresa dona do estaleiro Rio Grande.

O grupo vem renegociando com seus credores desde que começou o processo da Lava Jato, em que um dos sócios, Gerson de Mello Almada, foi preso.

A estimativa é de que atualmente a dívida some R$ 1,5 bilhão, que poderá ser exigida imediatamente por outros credores em função de cláusulas de aceleração de pagamento em casos de inadimplência.

Se os credores acionarem essas cláusulas, vai complicar a já delicada situação financeira do grupo, que tenta se desfazer de ativos como os aeroportos de Natal e Brasília.

Ainda na semana passada, a Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 153 milhões da empresa e do sócio do grupo, o que pode afetar diretamente seu caixa.

No início do ano, o grupo se desfez de sua empresa de energia por R$ 500 milhões, mas ainda precisa de mais recursos. O maior problema financeiro está no estaleiro Rio Grande.

Há alguns meses a empresa vem negociando com bancos chineses, mas até agora não conseguiu financiamento necessário para manter a operação.

O estaleiro tem contratos para construção de plataformas e navios-sonda estimados em R$ 15 bilhões.

Um deles foi firmado com a Sete Brasil para a construção de três navios-sonda para exploração do pré-sal.

A Sete é a empresa que administra a contratação de sondas para a Petrobrás e que desde novembro está inadimplente com os estaleiros.

Somente à Engevix, a empresa deve cerca de R$ 200 milhões.

Os maiores contratos, entretanto, são feitos diretamente com a Petrobras para construir plataformas FPSO, que são basicamente navios usados para produção, armazenamento e escoamento de petróleo ou gás.

A Engevix é dona de 75% do estaleiro e o restante pertence a um consórcio japonês.

Sem garantias

O advogado do BicBanco, Marcial Herculino de Hollanda Filho, diz que os empréstimos que estão sendo executados agora não possuem quaisquer garantias.

Uma das possibilidades é de que essas garantias até existissem, mas expiraram em função de cancelamentos de contratos de clientes da Engevix que garantiam receita à empresa.

O grupo, que contratou a empresa Valuation para fazer uma proposta de reestruturação financeira, manifestou-se apenas por meio de sua assessoria de imprensa e informou que está renegociando com o BicBanco para tentar extinguir o processo. São duas as execuções em curso.

Uma delas, de R$ 18,6 milhões, é diretamente contra a Engevix, em um empréstimo firmado em outubro do ano passado a juros de 17,65% ao ano.

A outra ação judicial é contra a Ecovix, em uma cobrança no valor de R$ 48,5 milhões.

Esse empréstimo venceu em janeiro e foi renegociado para ser pago em março. Os juros são de 20,19%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - As cobranças de dívidas da Engevix, grupo envolvido na Operação Lava Jato , começam a chegar à Justiça, oficializando, assim, o primeiro caso de inadimplência do grupo.

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Parte é cobrada diretamente da Engevix e outra parte da Ecovix, que tem como sócio o fundo de pensão da Caixa (Funcef) e é a empresa dona do estaleiro Rio Grande.

O grupo vem renegociando com seus credores desde que começou o processo da Lava Jato, em que um dos sócios, Gerson de Mello Almada, foi preso.

A estimativa é de que atualmente a dívida some R$ 1,5 bilhão, que poderá ser exigida imediatamente por outros credores em função de cláusulas de aceleração de pagamento em casos de inadimplência.

Se os credores acionarem essas cláusulas, vai complicar a já delicada situação financeira do grupo, que tenta se desfazer de ativos como os aeroportos de Natal e Brasília.

Ainda na semana passada, a Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 153 milhões da empresa e do sócio do grupo, o que pode afetar diretamente seu caixa.

No início do ano, o grupo se desfez de sua empresa de energia por R$ 500 milhões, mas ainda precisa de mais recursos. O maior problema financeiro está no estaleiro Rio Grande.

Há alguns meses a empresa vem negociando com bancos chineses, mas até agora não conseguiu financiamento necessário para manter a operação.

O estaleiro tem contratos para construção de plataformas e navios-sonda estimados em R$ 15 bilhões.

Um deles foi firmado com a Sete Brasil para a construção de três navios-sonda para exploração do pré-sal.

A Sete é a empresa que administra a contratação de sondas para a Petrobrás e que desde novembro está inadimplente com os estaleiros.

Somente à Engevix, a empresa deve cerca de R$ 200 milhões.

Os maiores contratos, entretanto, são feitos diretamente com a Petrobras para construir plataformas FPSO, que são basicamente navios usados para produção, armazenamento e escoamento de petróleo ou gás.

A Engevix é dona de 75% do estaleiro e o restante pertence a um consórcio japonês.

Sem garantias

O advogado do BicBanco, Marcial Herculino de Hollanda Filho, diz que os empréstimos que estão sendo executados agora não possuem quaisquer garantias.

Uma das possibilidades é de que essas garantias até existissem, mas expiraram em função de cancelamentos de contratos de clientes da Engevix que garantiam receita à empresa.

O grupo, que contratou a empresa Valuation para fazer uma proposta de reestruturação financeira, manifestou-se apenas por meio de sua assessoria de imprensa e informou que está renegociando com o BicBanco para tentar extinguir o processo. São duas as execuções em curso.

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A outra ação judicial é contra a Ecovix, em uma cobrança no valor de R$ 48,5 milhões.

Esse empréstimo venceu em janeiro e foi renegociado para ser pago em março. Os juros são de 20,19%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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