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BB tem lucro menor e vê acomodação no crédito

Maior banco do país reportou lucro líquido de 2,704 bilhões de reais no terceiro trimestre, queda de 0,9 por cento ante um ano antes


	Banco do Brasil: lucro do terceiro trimestre veio um pouco acima do esperado pela média de previsões de analistas
 (Adriano Machado)

Banco do Brasil: lucro do terceiro trimestre veio um pouco acima do esperado pela média de previsões de analistas (Adriano Machado)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2013 às 15h25.

São Paulo - Um dos líderes na oferta de crédito do país nos últimos anos, o Banco do Brasil sinalizou um tom mais conservador nesta terça-feira, indicando que sua carteira para varejo deve crescer menos do que o esperado neste ano, assim como a sua margem financeira, o que derrubava suas ações na Bovespa.

O maior banco do país reportou lucro líquido de 2,704 bilhões de reais no terceiro trimestre, queda de 0,9 por cento ante um ano antes. Em termos ajustados, o lucro foi de 2,61 bilhões de reais, queda de 1,8 por cento na mesma comparação.

O lucro veio pouco acima do esperado pela média de previsões de analistas ouvidos pela Reuters, de 2,527 bilhões.

Porém, o aumento da inadimplência e as previsões mais fracas do banco para margens decepcionaram o mercado e fazia as ações do BB desabarem 5,5 por cento às 16h10, a pior queda do Ibovespa, que caía 1,6 por cento no mesmo instante.

Pressionado pela menor demanda por crédito devido ao fraco crescimento econômico e pela concorrência mais acirrada dos bancos privados, o banco moderou suas previsões para o crédito pessoa física, segundo o vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do BB, Ivan de Souza Monteiro.

A previsão de crescimento desta carteira para este ano passou da faixa de 16 a 20 por cento para 14 a 18 por cento. A revisão refletiu menor demanda por crédito e mais concorrência, disse Monteiro. "Não foi orientação do governo, mas resultado de menor demanda e mais concorrência", disse a jornalistas.

O banco manteve a previsão para o crescimento total da carteira de crédito ampliada no Brasil em 2013 em 17 a 21 por cento, já que elevou a expectativa de expansão de empréstimos ao agronegócio, para 24 a 28 por cento ante 22 a 26 por cento.

A projeção de crédito para 2014 ainda será definida, mas devem ficar mais conservadoras nas duas modalidades de crédito que mais impulsionam a carteira neste ano: o imobiliário e o agronegócio. Para Monteiro, será difícil obter em 2014 o mesmo crescimento obtido neste ano. "Deve haver uma acomodação porque o desempenho foi muito forte e é difícil repetir", disse.


No fim de setembro, a carteira ampliada do banco tinha crescido 22,5 por cento em 12 meses, a 652,29 bilhões de reais. No mesmo período, o Itaú Unibanco teve expansão de 9,3 por cento dos empréstimos, enquanto o Bradesco teve alta de 11 por cento.

Mesmo com o crescimento mais fraco em algumas linhas, o BB viu aumentar a inadimplência acima de 90 dias, que ficou em 1,97 por cento, queda ante 2,19 por cento no mesmo período de 2012, mas avanço sobre os 1,87 por cento do segundo trimestre, o que desagradou analistas, com os do JPMorgan.

De todo modo, as despesas com provisões para liquidação duvidosa somaram de 3,875 bilhões de reais. Embora tenham crescido 7,2 por cento sobre um ano antes, caíram 9,8 por cento sobre o segundo trimestre.

O fraco crescimento da margem financeira também desagradou o mercado. "A pressão na margem financeira líquida das atividades de crédito persiste", disse o banco em relatório.

Diante de crescimento do crédito em linhas de menor risco e do aumento de custo de captação, o BB agora estima que o crescimento da margem financeira bruta este ano ficará entre 2 e 5 por cento. Antes, o banco previa alta anual de 4 a 7 por cento, depois de ter começado 2013 esperando uma expansão da margem em 7 a 10 por cento.

Segundo Monteiro, como a reprecificação da carteira não é imediata, o aumento no custo impactou a margem negativamente no curto prazo.

Do lado positivo, o JPMorgan destacou o bom desempenho das despesas e o crescimento mais moderado do crédito, o que sugere mais disciplina em relação a risco.

O BB reiterou a expectativa de melhora nos resultados do banco Votorantim no quarto trimestre. Monteiro disse esperar um perda máxima de 10 milhões de reais no período. Segundo ele, o banco está começando a apresentar melhorias após esforços para redução de despesas e da inadimplência.

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