Multinacional alemã quer abocanhar pelo menos 20% do mercado brasileiro de soja transgênica (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
São Paulo - A multinacional alemã Basf quer abocanhar pelo menos 20% do mercado brasileiro de soja transgênica nos próximos cinco anos. A afirmação foi feita hoje pelo vice-presidente da unidade de Proteção de Cultivos para a América Latina, Walter Dissinger, durante encontro de executivos da companhia com jornalistas em São Paulo.
A Basf lançou recentemente, em parceria com a Embrapa, sua primeira variedade geneticamente modificada de soja, batizada de Cultivance. O produto, que ainda carece de liberação na Europa e na China, começa a ser comercializado no País na temporada 2011/12. O gene desenvolvido pela multinacional oferece resistência a herbicidas.
Com o Cultivance, resultado de um investimento final de aproximadamente US$ 20 milhões, a Basf marca sua entrada no mercado global de plantas transgênicas. A intenção da empresa é expandir-se no segmento. "A transgenia é a resposta para os desafios que se colocam para a agricultura nos próximos anos", afirmou Dissinger. Segundo ele, a produtividade média das lavouras precisa dobrar nas próximas duas décadas.
Até 2018, a Basf pretende lançar uma variedade de cana-de-açúcar geneticamente modificada capaz de assegurar um ganho de produtividade de 25% e tolerância à seca. A tecnologia está sendo desenvolvida em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira, com quem a multinacional firmou convênio no ano passado. A companhia possui ainda linhas de pesquisa com o objetivo de desenvolver variedades de soja e milho com maior produtividade e tolerância à seca.
A Divisão Global de Proteção de Cultivos da Basf faturou mais de 3,6 bilhões de euros em 2009, quase 7% em relação ao ano anterior. O bloco formado por América Latina, África e Oriente Médio respondeu por 23% da vendas - a companhia não abre os dados referentes ao Brasil, individualmente.
Dissinger afirmou que a América Latina vai puxar o crescimento da empresa nos próximos anos. "As vendas para o bloco devem crescer, em média, 5% nos próximos anos, ante um crescimento próximo de 1% a 2% das vendas para Europa e Estados Unidos", estima. "Até o fim da década, a região deve responder por 30% a 32% do faturamento global dessa divisão."