Plataforma P-52, da Petrobras, fica na Bacia de Campos (Germano Luders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2010 às 08h13.
Rio - Ao mesmo tempo em que concentra esforços nas reservas gigantes do entorno de Tupi, na Bacia de Santos, a Petrobras vem anunciando várias descobertas no pré-sal da Bacia de Campos, abaixo de reservatórios que já produzem petróleo há décadas. As projeções do mercado apontam para recursos já estimados em mais de 1 bilhão de barris. Embora menores do que as reservas de Santos, eles têm grande potencial de garantir lucro à companhia, dizem especialistas.
As descobertas são fruto de um projeto interno chamado Varredura, que tem como objetivo encontrar reservatórios de petróleo próximos a áreas em produção. Segundo relatório elaborado pelo analista Emerson Leite, do Credit Suisse, apenas neste ano foram anunciadas quatro jazidas, abaixo dos campos de Marlim, Pampo, Barracuda e Caratinga e Albacora Leste.
Os cálculos de Leite apontam 765 milhões de barris apenas nas três primeiras descobertas, além de uma jazida potencialmente gigante na última. Perfurações adicionais são esperadas para os próximos trimestres e, na nossa visão, o potencial é bem grande, escreve o analista. Oficialmente, porém, a Petrobras confirma apenas 500 milhões de barris em descobertas batizadas de Carimbé, Tracajá e Nautilus. A companhia acrescentou que há outras quatro descobertas do pré-sal no projeto Varredura.
Para Leite, o sucesso do projeto pode representar uma mudança para a Petrobras. Não apenas porque os volumes podem ser significativos, mas porque as novas descobertas podem ser conectadas rapidamente à infraestrutura da área. A Bacia de Campos tem mais de 40 plataformas, além de uma rede extensa de gasodutos submarinos.
As descobertas são muito importantes porque garantem receita a curto prazo, comentou o gerente executivo da Petrobras para o pré-sal, José Formigli, em evento realizado na semana passada para comemorar o início da produção definitiva de Tupi. Além da agilidade no início da produção, os novos reservatórios podem garantir mais rentabilidade, uma vez que não precisam de grandes investimentos em plataformas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.