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Aviões da Varig parados no Galeão começam a ser desmontados para virar sucata

O desmonte deve durar três dias e está sendo feito pela TAP, de Portugal, que tem a concessão para uso da área onde os aviões estão parados há anos

O Espaço Livre Aeroportos foi iniciado em fevereiro deste ano e já conseguiu desmontar quatro aviões da massa falida da Vasp (Wikimedia Commons)

O Espaço Livre Aeroportos foi iniciado em fevereiro deste ano e já conseguiu desmontar quatro aviões da massa falida da Vasp (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2012 às 16h49.

Rio de Janeiro - Começou hoje (16), no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão, o desmonte de três aviões Boeing 727-200 da empresa Varig Log, que se encontra em processo de recuperação judicial. O desmonte deve durar três dias e está sendo feito pela TAP, de Portugal, que tem a concessão para uso da área onde os aviões estão parados há anos.

A operação inaugura, no estado do Rio, o Programa Espaço Livre Aeroportos, da Corregedoria Nacional de Justiça, vinculada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “São mais três que nós conseguimos [desmontar] por meio de um termo de mediação, [firmado] por todas as partes envolvidas”, explicou, em entrevista à Agência Brasil, o juiz auxiliar da Corregedoria Marlos Melek, coordenador do programa.

Em janeiro, serão desmontados no Galeão mais sete Boeing 737-200, estes da Varig S/A, cuja falência já foi declarada.

Marlos Melek informou que a sucata resultante do desmonte dos aviões será repassada à Varig Log e deverá render cerca de R$ 30 mil por avião. Os recursos irão para o caixa da empresa.

No caso da Varig S/A, o lixo que resultar do desmonte será leiloado, “uma vez que tem trabalhadores ainda para receber dinheiro da massa falida da companhia”, destacou o juiz. A sucata deverá ser leiloada também pelo preço de R$ 30 mil por aeronave. Melek observou, porém, que caberá ao perito judicial fixar o valor exato.


O Espaço Livre Aeroportos foi iniciado em fevereiro deste ano e já conseguiu desmontar quatro aviões da massa falida da Vasp, que estavam no Aeroporto de Congonhas (SP). Mais três receberam autorização judicial para desmonte em janeiro. O último avião estacionado no pátio de Congonhas, um 737-200, também da Vasp, será vendido do jeito em que se encontra, “porque ele está inteiro, com turbinas, painel e poltronas de couro”, disse Melek.

Em janeiro, outra aeronave da Varig Log, parada no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, será transferida para um museu de aviação no estado. Nesse caso, serão retiradas apenas as asas, para posterior remontagem.

Melek estimou que a desmontagem de um avião inteiro, como os da Varig Log, custa em torno de R$ 34 mil. No caso dos aviões que estão sendo desmontados no Rio, não há ônus para o Estado, uma vez que as despesas estão sendo pagas pela TAP. A companhia portuguesa mantém, nas proximidades do Galeão, uma oficina de manutenção e está usando no desmonte empregados e maquinário próprios. Depois de concluído o trabalho, a TAP terá à disposição uma área de 6,3 mil metros quadrados (m²). Em Porto Alegre, serão desocupados 2,1 mil m² de pátio.

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) será a maior beneficiada pelo projeto. Em Congonhas, serão 170 mil m² devolvidos à estatal, o que corresponde a 10% do pátio de manobras do aeroporto. O juiz salientou que, rapidamente, a Infraero poderá recuperar os recursos investidos no desmonte, porque o espaço devolvido poderá ser alugado para as companhias de aviação. Ele lembrou que um hangar em Guarulhos foi alugado recentemente por R$ 700 mil mensais e, no Galeão, por R$ 300 mil.

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