Autometal busca fusão enquanto BMW e Audi aumentam produção
A fornecedora de autopeças está estudando aquisições de concorrentes de médio porte que sofrem com a falta de expertise para trabalhar com marcas de alto padrão
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2013 às 14h14.
São Paulo - Os planos de fabricantes globais de automóveis como a BMW e a Audi AG para a produção brasileira estão levando a empresa fornecedora de peças com maior venda no país, a Autometal SA, a buscar aquisições em um mercado pronto para a consolidação.
A Autometal está estudando aquisições entre oito a 10 concorrentes de médio porte que sofrem com a falta de expertise para trabalhar com marcas de alto padrão e não têm sido capazes de atingir a demanda de forma lucrativa, enquanto a produção doméstica de carros sobe para um patamar recorde neste ano, disse o diretor financeiro Fernando Mearim.
“Nem todas as empresas continuarão a operar nesse mercado”, disse Mearim, em um seminário com executivos de fabricantes de carros e peças, em São Paulo, em 5 de dezembro. “A torta está ficando do mesmo tamanho e apenas será dividida em pedaços menores”.
Os fornecedores brasileiros estão sendo pressionados enquanto empresas como a Daimler AG, fabricante dos modelos de luxo Mercedes-Benz, e a produtora chinesa de carros compactos Chery Automobile Co. correm para a sétima maior economia do mundo.
Embora as vendas domésticas tenham desacelerado em 2013, o mercado cresceu a um ritmo médio anual de cerca de 10 por cento entre 2002 e 2012, mostram dados compilados pela Bloomberg.
Fabricantes menores de peças com pouco poder financeiro estão tendo dificuldades para se manterem com as demandas técnicas cada vez maiores dos fabricantes e estão se tornando alvo de aquisições à medida que seus preços de venda caem, disse Mearim.
Movimento de consolidação
Existem quase 700 empresas de autopeças no Brasil. Mearim não identificou nenhum alvo potencial para a Autometal, que tem sede em Diadema. Ele disse apenas que não está interessado em “nada menor que R$ 20 milhões” (US$ 9 milhões).
“Muitas delas não são eficientes em termos de controle e gerenciamento de custo”, disse Gustavo Pérez, analista em São Paulo da Fator Corretora SA, em entrevista por telefone. “Existe um movimento em direção à consolidação”.
Alguns fornecedores menores não sobreviverão à desaceleração do setor neste ano, disse Pérez. As vendas de veículos no Brasil caíram 2,8 por cento em novembro em relação ao ano anterior e foram 0,8 por cento mais baixas nos 11 primeiros meses de 2013, segundo a Anfavea, a associação das montadoras.
Ao mesmo tempo, os potenciais compradores de carros estão sendo eliminados por exigências mais restritas de crédito bancário após enfrentarem uma série de não pagamentos e as famílias estão carregando cargas mais pesadas de dívida.
As empresas se deparam com custos trabalhistas que aumentam acima do nível de inflação e com o desemprego a 5,2 por cento em outubro, a maior baixa em 10 meses. No terceiro trimestre, a economia do Brasil encolheu 0,5 por cento.
Encolhimento das ações
Embora a queda de 17 por cento da Autometal nesse ano, até 6 de dezembro, possa ser comparada com o declínio de 16 por cento do Ibovespa, o índice de referência do Brasil, as vendas cresceram a uma taxa de 36 por cento, em torno de três vezes a média do setor, segundo dados compilados pela Bloomberg. A Autometal é uma unidade da Cie Automotive SA, da Espanha.
“Os estoques do setor automotivo estão em alta, as fabricantes interromperam a produção e deram férias aos trabalhadores a partir de meados de dezembro, então não é um cenário otimista de médio prazo”, disse Mearim.
As novas medidas de nacionalização, que incluem um imposto de 30 por cento sobre carros importados, entram em vigor em janeiro, e as vendas de empresas locais de autopeças tendem a subir, disse Paulo Butori, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças, no evento da semana passada.
O grupo prevê um aumento da produção de carros para 4,8 milhões de veículos em 2018. O total do ano passado foi de 3,36 milhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Até 2016, o número de fábricas crescerá de 29 para 42, incluindo plantas construídas pela Bayerische Motoren Werke AG (BMW) e pela Jaguar Land Rover Automotive Plc, disse Butori. A Audi disse em setembro que retomaria a fabricação de carros no Brasil no ano que vem.
Essas fábricas produzirão alguns modelos que poderão ser exportados, disse Mearim, da Autometal, e exigirão um nível mais alto de capacidade tecnológica, que muitas empresas de autopeças não terão.
“Eu vejo um futuro interessante para aqueles que investem, que têm capacidade técnica”, disse ele.
São Paulo - Os planos de fabricantes globais de automóveis como a BMW e a Audi AG para a produção brasileira estão levando a empresa fornecedora de peças com maior venda no país, a Autometal SA, a buscar aquisições em um mercado pronto para a consolidação.
A Autometal está estudando aquisições entre oito a 10 concorrentes de médio porte que sofrem com a falta de expertise para trabalhar com marcas de alto padrão e não têm sido capazes de atingir a demanda de forma lucrativa, enquanto a produção doméstica de carros sobe para um patamar recorde neste ano, disse o diretor financeiro Fernando Mearim.
“Nem todas as empresas continuarão a operar nesse mercado”, disse Mearim, em um seminário com executivos de fabricantes de carros e peças, em São Paulo, em 5 de dezembro. “A torta está ficando do mesmo tamanho e apenas será dividida em pedaços menores”.
Os fornecedores brasileiros estão sendo pressionados enquanto empresas como a Daimler AG, fabricante dos modelos de luxo Mercedes-Benz, e a produtora chinesa de carros compactos Chery Automobile Co. correm para a sétima maior economia do mundo.
Embora as vendas domésticas tenham desacelerado em 2013, o mercado cresceu a um ritmo médio anual de cerca de 10 por cento entre 2002 e 2012, mostram dados compilados pela Bloomberg.
Fabricantes menores de peças com pouco poder financeiro estão tendo dificuldades para se manterem com as demandas técnicas cada vez maiores dos fabricantes e estão se tornando alvo de aquisições à medida que seus preços de venda caem, disse Mearim.
Movimento de consolidação
Existem quase 700 empresas de autopeças no Brasil. Mearim não identificou nenhum alvo potencial para a Autometal, que tem sede em Diadema. Ele disse apenas que não está interessado em “nada menor que R$ 20 milhões” (US$ 9 milhões).
“Muitas delas não são eficientes em termos de controle e gerenciamento de custo”, disse Gustavo Pérez, analista em São Paulo da Fator Corretora SA, em entrevista por telefone. “Existe um movimento em direção à consolidação”.
Alguns fornecedores menores não sobreviverão à desaceleração do setor neste ano, disse Pérez. As vendas de veículos no Brasil caíram 2,8 por cento em novembro em relação ao ano anterior e foram 0,8 por cento mais baixas nos 11 primeiros meses de 2013, segundo a Anfavea, a associação das montadoras.
Ao mesmo tempo, os potenciais compradores de carros estão sendo eliminados por exigências mais restritas de crédito bancário após enfrentarem uma série de não pagamentos e as famílias estão carregando cargas mais pesadas de dívida.
As empresas se deparam com custos trabalhistas que aumentam acima do nível de inflação e com o desemprego a 5,2 por cento em outubro, a maior baixa em 10 meses. No terceiro trimestre, a economia do Brasil encolheu 0,5 por cento.
Encolhimento das ações
Embora a queda de 17 por cento da Autometal nesse ano, até 6 de dezembro, possa ser comparada com o declínio de 16 por cento do Ibovespa, o índice de referência do Brasil, as vendas cresceram a uma taxa de 36 por cento, em torno de três vezes a média do setor, segundo dados compilados pela Bloomberg. A Autometal é uma unidade da Cie Automotive SA, da Espanha.
“Os estoques do setor automotivo estão em alta, as fabricantes interromperam a produção e deram férias aos trabalhadores a partir de meados de dezembro, então não é um cenário otimista de médio prazo”, disse Mearim.
As novas medidas de nacionalização, que incluem um imposto de 30 por cento sobre carros importados, entram em vigor em janeiro, e as vendas de empresas locais de autopeças tendem a subir, disse Paulo Butori, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças, no evento da semana passada.
O grupo prevê um aumento da produção de carros para 4,8 milhões de veículos em 2018. O total do ano passado foi de 3,36 milhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Até 2016, o número de fábricas crescerá de 29 para 42, incluindo plantas construídas pela Bayerische Motoren Werke AG (BMW) e pela Jaguar Land Rover Automotive Plc, disse Butori. A Audi disse em setembro que retomaria a fabricação de carros no Brasil no ano que vem.
Essas fábricas produzirão alguns modelos que poderão ser exportados, disse Mearim, da Autometal, e exigirão um nível mais alto de capacidade tecnológica, que muitas empresas de autopeças não terão.
“Eu vejo um futuro interessante para aqueles que investem, que têm capacidade técnica”, disse ele.