AT&T diz que conclusão do acordo com Time Warner é incerta
Anteriormente, a operadora havia dito que a aquisição de 85,4 bilhões de dólares, anunciada em outubro de 2016, seria finalizada até o final deste ano
Reuters
Publicado em 8 de novembro de 2017 às 17h06.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) está colocando a AT&T em "remediação estrutural", a fim de sanar preocupações antitruste sobre a compra da Time Warner, disse uma fonte à Reuters nesta quarta-feira.
Essas correções, que geralmente envolvem a venda de ativos, representam um obstáculo maior para a AT&T do que apenas atender condições sobre o que a empresa pode ou não fazer após o acordo.
A demanda do Departamento de Justiça pode complicar as negociações do órgão com a AT&T, que disse nesta quarta-feira que agora era incerto quando o acordo seria concluído.
Anteriormente, a operadora havia dito que a aquisição de 85,4 bilhões de dólares, anunciada em outubro de 2016, seria finalizada até o final deste ano.
O Departamento de Justiça e a AT&T não responderam aos pedidos de comentários.
Uma série de grupos de consumidores e redes de televisão menores se opõe ao acordo, alegando que o negócio daria à AT&T muito poder sobre o conteúdo que distribuiria aos seus clientes sem fio. A Time Warner possui canais a cabo como a HBO e a CNN, bem como o estúdio de cinema Warner Bros.
"Estamos em discussões ativas com o DOJ. Não posso comentar sobre essas discussões", disse o vice-presidente financeiro da AT&T, John Stephens, em uma conferência em Nova York. "Mas com essas discussões posso dizer que o momento do encerramento do negócio agora é incerto".
Os comentários de Stephens indicam aos investidores que o Departamento de Justiça poderia impedir ou revisar a fusão e a empresa lutará no tribunal para tentar obter aprovação, informou uma pessoa familiarizada com o assunto.
Um ponto controverso nas discussões é o período de tempo que o governo dos EUA quer impor condições sobre o que a AT&T pode ou não fazer. Duas pessoas com conhecimento das discussões disseram que o governo pediu até 10 anos para tais condições, enquanto a operadora pressiona por um período mais curto.