Negócios

AT&T abre era de competição com Carlos Slim

Planejada compra da DirecTV pela AT&T está encerrando uma conexão com Slim que vem da década de 90


	DirecTV: AT&T ofereceu 48,5 bilhões de dólares pela operadora norta-americana de TV por satélite
 (Paul Taggart/Bloomberg)

DirecTV: AT&T ofereceu 48,5 bilhões de dólares pela operadora norta-americana de TV por satélite (Paul Taggart/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2014 às 17h39.

Cidade do México - Por uma geração, a AT&T e os negócios de telecomunicações do bilionário mexicano Carlos Slim andaram juntos e cresceram para virarem gigantes da indústria ao norte e ao sul do Rio Grande.

Agora, a planejada compra da operadora norta-americana de TV por satélite DirecTV pela AT&T está encerrando uma conexão com Slim que vem da década de 1990, tornando os grupos rivais. A AT&T ofereceu 48,5 bilhões de dólares pela DirecTV.

A AT&T anunciou no domingo que vai vender sua participação de 8,4 por cento na América Móvil, principal geradora de recursos para Slim, e retirar seus membros do conselho da empresa para evitar conflitos de interesse com as operações latino-americanas de TV da companhia mexicana.

A notícia do desinvestimento atingiu Slim imediatamente. As ações da América Móvil caíram mais de 5 por cento nesta segunda-feira, reduzindo o valor da companhia em 3,5 bilhões de dólares.

O presidente-executivo da AT&T, Randall Stephenson, não perdeu tempo em reconhecer que o relacionamento mudou.

"Aprendi muito com o Carlos e, obviamente, Carlos e eu conversamos. Ele é um amigo muito querido, mas agora ele será um competidor e nós reconhecemos isso", disse Stephenson em teleconferência com analistas nesta segunda-feira.

Slim tem quase 20 milhões de clientes de TV paga na América Latina, o que o coloca em competição ferrenha com a DirecTV, especialmente no Brasil. Ele ainda não tem permissão para ingressar no mercado de televisão por assinatura mexicano diante de temores de que possa esmagar competidores. A DirecTV, enquanto isso, tem 18 milhões de assinantes na América Latina.

"Ao se livrar das ações (da América Móvil), a AT&T pode buscar uma estratégia mais agressiva na América Latina", afirmou o analista Walter Piecyk, da BTIG Research.

O analista Kevin Smithen, do Macquarie, disse que a América Móvil pode agora tentar fazer ingressos mais intensivos nos EUA.

"Eu creio que vamos ver que a América Móvil está agora livre para entrar nos EUA. Poderemos ver a empresa tentar ser parceira de uma das outras três empresas, seja Sprint, T-Mobile ou Dish", disse Smithen.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasPersonalidadesEmpresas americanasAT&TEmpresáriosTelecomunicaçõesAmérica MóvilEmpresas mexicanasClaroCarlos SlimTelmex

Mais de Negócios

Como um criador transformou design em um negócio digital de cinco dígitos

Novo CEO quer triplicar receita com distribuição de alimentos até 2030

Startup de IA que processa empréstimos atinge US$ 25 mi em receita anual em apenas dois anos

Em 5 meses, essa startup salta de zero a US$ 6,6 bi e desafia modelo de TI corporativa