Negócios

Asiáticos ganham destaque em fusões e aquisições no Brasil

Asiáticos participaram de 35% do total de transações entre brasileiros e estrangeiros neste semestre, segundo Anbima

Usina de álcool: Do montante total anunciado em 2010, o setor de agronegócios respondeu pela maior participação, de 23,8% (.)

Usina de álcool: Do montante total anunciado em 2010, o setor de agronegócios respondeu pela maior participação, de 23,8% (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

São Paulo - A Ásia teve sua participação destacada nas fusões e aquisições desse semestre, de acordo com relatório da Anbima. Em valores, a região respondeu por 35,8% dos 16,8 bilhões de reais dos negócios anunciados entre empresas brasileiras e estrangeiras. Em número, os asiáticos estiveram em 25,0% das 12 aquisições anunciadas.

Apesar de a fatia ser muito inferior à européia - cuja participação foi de 63,6% em valores e 58,3% em número de operações - ela indica que, cada vez mais, as empresas nacionais interessam ao mercado asiático, segundo Bruno Amaral, coordenador do subcomitê de fusões e aquisições da Anbima.

Nos últimos anos, a participação asiática era quase inexpressiva, de acordo com Amaral. O que inaugurou essa tendência de investimentos foram as negociações do empresário Eike Batista com asiáticos, segundo Amaral. "No segundo semestre, com certeza aparecerão mais conversas com chineses no Brasil", diz o coordenador. No segundo semestre, Amaral também espera uma maior participação dos europeus como compradores.

Entre as aquisições de empresas estrangeiras por brasileiras, em valores, predominam as negociações com a Europa (77,1%) e com os Estados Unidos (20,5%). A América Latina teve uma representação bem menor, de 2,4%. Entre as 18 aquisições de estrangeiras por brasileiras no período, 66,7% foram de empresas européias, 22,2% de norte-americanas e o restante de companhias da América Latina. A participação dos Estados Unidos nas aquisições de empresas brasileiras foi de 0,6% em montante e 8,3% em número de operações. A participação de empresas latino-americanas foi de 8,3% em número.

 


Setores

Do montante total anunciado em 2010, o setor de agronegócios respondeu pela maior participação, de 23,8%. Como o setor inclui açúcar e álcool, ele engloba a maior transação do período, a joint venture entre Shell e Cosan, que movimentou 11,6 bilhões de reais (veja aqui as dez maiores operações do semestre). Depois do agronegócio, os setores que tiveram maior participação no montante anunciado foram metalurgia e siderurgia (20,2%) e química e petroquímica (16,8%).

A expectativa de Amaral para o segundo semestre do ano é uma maior participação de TI/Telecom em decorrência das operações entre Vivo e Telefônica e Oi e PT. Nesse semestre, a participação do setor no montante total anunciado foi de 2,3%.

Em número de operações, o setor de agronegócios também registrou a maior participação no total, de 16,9%, seguido pelos setores financeiro e de energia, com 10,1% cada. Em número de operações, a participação dos setores é menos concentrada do que em montante. Isso mostra que a economia brasileira está ativa para todos os setores, segundo o coordenador.

No semestre, o Brasil somou 59 operações anunciadas e um montante de 84,8 bilhões de reais, sendo a maior parte dele aquisições de estrangeiras por brasileiras. No primeiro semestre de 2009, o montante total anunciado foi de 59,2 bilhões de reais (em 48 operações) e a maior parcela dele era formada por aquisições entre empresas brasileiras. Esse tipo de aquisições também foi predominante no primeiro semestre de 2008, que registrou 48 operações anunciadas e o valor de 55,2 bilhões de reais.

Leia mais notícias sobre aquisições

Siga as notícias do site EXAME sobre Negócios no Twitter

 

 

 


Acompanhe tudo sobre:América LatinaAnbimaÁsiaDados de BrasilFusões e Aquisições

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia