As revelações do Projeto Olímpico, o plano de resgate da OGX
OGX divulgou o plano que propôs para os credores – e que eles não aceitaram
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2013 às 16h36.
São Paulo – Salvar a OGX da falência é uma tarefa hercúlea – e os seus assessores não se fizeram de rogados. O plano de resgate da problemática petroleira de Eike Batista foi, apropriadamente, batizado de “Project Olympic” (algo como Projeto Olímpico) pelos seus idealizadores – a Blackstone e a Lazard.
As propostas negociadas com os credores foram divulgadas nesta terça-feira pela OGX, após a empresa anunciar que encerrou as conversas sem chegar a nenhum acordo. Foram esses planos que estiveram na mesa de negociações com os credores, nas últimas semanas.
O arquivo divulgado pela OGX contém 92 páginas, compostas por um conjunto de apresentações a credores e projeções. No geral, elas trazem uma apresentação feita ao banco Rothschild em 23 de outubro; uma apresentação da Blackstone e da Lazard aos credores, de 7 de outubro, com as linhas gerais do Project Olympic; uma apresentação anterior do mesmo projeto, feita apenas pela Blackstone e datada de setembro; e uma série de imagens de campos de petróleo da OGX, com o logotipo do Scotiabank.
Caixa minguando
Na apresentação ao Rothschild, há uma semana, as informações mais interessantes são as que se referem à situação de caixa da OGX. Segundo a empresa, para garantir a liquidez no primeiro trimestre de 2014, seria necessária uma injeção de 250 milhões de dólares no caixa.
O pico de desembolsos, segundo a OGX, está previsto para janeiro, quando serão requeridos 215 milhões de dólares.
Uma planilha com projeções da OGX até 2020 mostra que a situação da empresa não tende a melhorar muito, pelo menos até 2016. O motivo é o fluxo de caixa. O fluxo livre de caixa teria um saldo positivo de 413 milhões de dólares no ano que vem, mas ficaria negativo em 2015 e 2016. Já o fluxo de caixa operacional ficaria negativo até 2016, sem exceção.
Outra informação que mostra como a OGX está estrangulada pelas dívidas vem da apresentação de 7 de outubro, da Blackstone e Lazard. Nela, consta que a OGX encerrou setembro com 82 milhões de dólares em “unrestrited cash”, ou “caixa sem restrições”. O documento não detalha, porém, se o caixa efetivamente gerado pela OGX foi maior, mas teve parte dele desviado compulsoriamente para alguma finalidade – como o pagamento de dívidas, por exemplo.
No mesmo documento, a OGX afirma que deve desembolsar ainda 89 milhões de dólares até o final do ano para pagar fornecedores “críticos”, isto é, aqueles envolvidos na implantação do Campo de Tubarão Martelo, a nova tábua de salvação da companhia.
Otimismo
Páginas depois, a Blackstone e Lazard estimam que o valor da OGX, baseado nas projeções de receita de Tubarão Martelo, Atlanta e descontados os custos de exploração e despesas, é atualmente de 2,723 bilhões de dólares. A cifra é maior que os 2,3 bilhões estimados pela DeGolyer and MacNaughton, uma das mais importantes auditorias de petróleo do mundo.
O motivo é simples: a DeGolyer foi mais conservadora na estimativa de produção física e no preço médio do barril. O curioso é que, na versão original do Project Olympic, apresentado pela Blackstone em setembro, uma das páginas mencionava explicitamente “metas muito ambiciosas” como uma das razões para que a OGX chegasse à beira do abismo.
Pelas projeções mostradas aos credores, Eike e seus assessores parecem continuar contando com o otimismo e com a ajuda dos deuses do Olimpo para resgatar a problemática OGX.
São Paulo – Salvar a OGX da falência é uma tarefa hercúlea – e os seus assessores não se fizeram de rogados. O plano de resgate da problemática petroleira de Eike Batista foi, apropriadamente, batizado de “Project Olympic” (algo como Projeto Olímpico) pelos seus idealizadores – a Blackstone e a Lazard.
As propostas negociadas com os credores foram divulgadas nesta terça-feira pela OGX, após a empresa anunciar que encerrou as conversas sem chegar a nenhum acordo. Foram esses planos que estiveram na mesa de negociações com os credores, nas últimas semanas.
O arquivo divulgado pela OGX contém 92 páginas, compostas por um conjunto de apresentações a credores e projeções. No geral, elas trazem uma apresentação feita ao banco Rothschild em 23 de outubro; uma apresentação da Blackstone e da Lazard aos credores, de 7 de outubro, com as linhas gerais do Project Olympic; uma apresentação anterior do mesmo projeto, feita apenas pela Blackstone e datada de setembro; e uma série de imagens de campos de petróleo da OGX, com o logotipo do Scotiabank.
Caixa minguando
Na apresentação ao Rothschild, há uma semana, as informações mais interessantes são as que se referem à situação de caixa da OGX. Segundo a empresa, para garantir a liquidez no primeiro trimestre de 2014, seria necessária uma injeção de 250 milhões de dólares no caixa.
O pico de desembolsos, segundo a OGX, está previsto para janeiro, quando serão requeridos 215 milhões de dólares.
Uma planilha com projeções da OGX até 2020 mostra que a situação da empresa não tende a melhorar muito, pelo menos até 2016. O motivo é o fluxo de caixa. O fluxo livre de caixa teria um saldo positivo de 413 milhões de dólares no ano que vem, mas ficaria negativo em 2015 e 2016. Já o fluxo de caixa operacional ficaria negativo até 2016, sem exceção.
Outra informação que mostra como a OGX está estrangulada pelas dívidas vem da apresentação de 7 de outubro, da Blackstone e Lazard. Nela, consta que a OGX encerrou setembro com 82 milhões de dólares em “unrestrited cash”, ou “caixa sem restrições”. O documento não detalha, porém, se o caixa efetivamente gerado pela OGX foi maior, mas teve parte dele desviado compulsoriamente para alguma finalidade – como o pagamento de dívidas, por exemplo.
No mesmo documento, a OGX afirma que deve desembolsar ainda 89 milhões de dólares até o final do ano para pagar fornecedores “críticos”, isto é, aqueles envolvidos na implantação do Campo de Tubarão Martelo, a nova tábua de salvação da companhia.
Otimismo
Páginas depois, a Blackstone e Lazard estimam que o valor da OGX, baseado nas projeções de receita de Tubarão Martelo, Atlanta e descontados os custos de exploração e despesas, é atualmente de 2,723 bilhões de dólares. A cifra é maior que os 2,3 bilhões estimados pela DeGolyer and MacNaughton, uma das mais importantes auditorias de petróleo do mundo.
O motivo é simples: a DeGolyer foi mais conservadora na estimativa de produção física e no preço médio do barril. O curioso é que, na versão original do Project Olympic, apresentado pela Blackstone em setembro, uma das páginas mencionava explicitamente “metas muito ambiciosas” como uma das razões para que a OGX chegasse à beira do abismo.
Pelas projeções mostradas aos credores, Eike e seus assessores parecem continuar contando com o otimismo e com a ajuda dos deuses do Olimpo para resgatar a problemática OGX.