As lições do Google para empresas venderem cada vez mais a outras empresas
Dicas passam por relevância da marca à disponibilidade das empresas de adaptarem seu produto
Repórter de Negócios
Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 07h58.
FLORIANÓPOLIS (SC)* — Quando uma empresa vende para outra, não é só uma transação. É estratégia, tecnologia e, muitas vezes, sobrevivência no mercado.
Vender para outras empresas (o famoso B2B) é uma via de faturamento essencial, especialmente para negócios de tecnologia, que oferecem soluções como softwares de gestão, automação e e-commerce.
E as empresas estão comprando. Negócios menores buscam sistemas para automatizar processos, enquanto empresas médias procuram plataformas que ajudem a organizar o recrutamento ou a logística. Já as grandes companhias contratam tecnologias que aumentem a eficiência de operações, por vezes, engessada.
Uma pesquisa conduzida pelo Google revelou que, em média, cada negócio usa 3,3 plataformas para gerenciar suas operações, e nove em cada dez empresas têm um sistema de gestão. E muitas vezes, essas empresas compram esses sistemas de outras companhias — os fornecedores.
O problema? Muitos fornecedores não conseguem se comunicar bem. 58% das empresas compradoras reclamam que têm dificuldade para encontrar e entender o que os fornecedores oferecem, segundo o levantamento. Isso significa que, mesmo com demanda, muitas vendas acabam não acontecendo.
A boa notícia é que há maneiras claras e práticas de se destacar nesse mercado tão disputado. E o Google quer ajudar.
“Às vezes, um sistema que poderia resolver o problema de uma empresa não consegue se fazer entender. A mensagem não é clara, o site não explica bem ou até mesmo o fornecedor parece ‘escondido’. Isso precisa mudar”, disse Rachel Cintra, executiva de contas sênior do Google, durante painel no CRM Zummit 2024, evento de venda e relacionamento com clientes promovido pela gigante indiana de tecnologia Zoho em Florianópolis.
Clareza é prioridade
Empresas que desejam vender mais precisam simplificar a comunicação.
Rachel destacou que os fornecedores devem explicar suas soluções de forma direta e objetiva.
“Se o cliente não entende o que você faz em poucos segundos, você perdeu a chance. A clareza é essencial desde o primeiro contato.”Essa transparência inclui desde descrições objetivas em sites até a adaptação dos produtos para diferentes perfis de empresas.
Segundo a pesquisa do Google, 90% dos contratantes preferem plataformas prontas, em vez de desenvolver internamente, o que reforça a importância de comunicar o valor real de um produto ou serviço.
Adapte-se ao tamanho do cliente
Nem todas as empresas têm as mesmas dores. Negócios pequenos valorizam ferramentas rápidas e acessíveis para otimizar tarefas do dia a dia. Empresas médias querem ajuda para crescer, seja recrutando mais rápido ou organizando a logística. Já grandes empresas, com operações mais complexas, priorizam a reputação do fornecedor e a segurança das plataformas contratadas.
“Flexibilidade é a palavra de ordem. Um empresa pequena quer algo rápido e direto. Já uma grande precisa de customização e suporte especializado”, disse Rachel.
Além disso, o tempo médio de decisão varia: dois meses para empresas menores e mais de quatro meses para grandes corporações. Isso significa que o processo de venda precisa ser estratégico e paciente, atendendo às necessidades de cada etapa da jornada do comprador.
A marca importa, e muito
Outro ponto da pesquisa é o peso da marca no mercado B2B.
Rachel observou que, em muitas situações, a reputação de um fornecedor supera até mesmo o preço como fator decisivo.
“Empresas contratam quem elas conhecem e confiam. E se algo dá errado, os impactos podem ser enormes”, afirmou.
Para construir essa confiança, estar presente no momento certo é fundamental. 86% dos compradores fecham negócios com fornecedores que conheceram no primeiro dia de pesquisa, seja pelo Google, por indicação ou por materiais já acessados previamente.
As lições, então, passam por:
- Ter clareza
- Ser flexívek para se ajustar às demandas do cliente
- Marca forte
Rachel destacou, para fechar, que a demanda acontece o ano todo, mas quem não estiver bem posicionado na lista mental dos compradores pode ficar para trás.
*A reportagem viajou a convite da Zoho CRM