As principais fusões e aquisições do Pão de Açúcar
Líder varejista com 17,9% de participação de mercado e vendas de 36,1 bilhões em 2010, o grupo fez 22 operações desde os anos 60. O Carrefour vai entrar na lista?
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2011 às 06h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h33.
São Paulo – No final de maio surgiram especulações sobre a aquisição da operação brasileira do Carrefour pelo Pão de Açúcar, do empresário Abílio Diniz. O grupo negou qualquer tipo de conversa, em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A informação gerou desconforto entre a maior varejista do país com o grupo francês Casino, que detém 35% de participação no Pão de Açúcar, por desconhecer o contato entre as redes. Em comunicado, na época das especulações, Abílio Diniz disse estar “sempre em busca de alternativas para o crescimento da companhia”. No final de junho, as negociações entre Abílio Diniz e Carrefour foram confirmadas. Para se tornar a maior rede do país, o Pão de Açúcar utilizou bastante essas alternativas. Foram 22 operações desde os anos 60. atualizado em 28 de junho de 2011.
A operação com a empresa da família Klein é considerada o maior negócio do varejo brasileiro. Em dezembro de 2009, o Pão de Açúcar assumiu o controle das Casas Bahia, que foi integrada à Globex (Ponto Frio) -- adquirida por Abílio Diniz em junho -- e às lojas Extra-Eletro do conglomerado do empresário. Juntos, o conjunto de empresas do grupo Pão de Açúcar e a Casas Bahia fatura cerca de 40 bilhões de reais por ano -- o oitavo maior conglomerado empresarial do país, com participação de 42% nas vendas de eletroeletrônicos do país. O acordo foi finalizado apenas em julho do ano passado. Michael Klein, dono das Casas Bahia, pediu a revisão dos termos do contrato por considerar que saía prejudicado financeiramente na operação.
A aquisição da tradicional rede do pingüim, por 824,5 milhões de reais, deu ao Pão de Açúcar a liderança no varejo brasileiro. Com a aquisição anunciada em junho de 2009, a empresa passou a ter um faturamento de cerca de 26 bilhões de reais. Em 2011, o grupo planeja investir entre 100 milhões e 120 milhões de reais na repaginação das lojas do Ponto Frio.
Quando o Pão de Açúcar comprou 60% da rede Assai, em 2007, o grupo era o segundo varejista do país, atrás do Carrefour, que havia comprado a rede Atacadão. Por 208 milhões de reais, o negócio fez a rede de Abílio Diniz encostar no grupo francês. Dois anos depois, o Pão de Açúcar comprou o restante do Assai por 175 milhões de reais e expandiu a rede que atuava apenas no estado de São Paulo. O Assai atua no chamado "atacarejo", com a venda de produtos no atacado para pequenos negócios, como pizzarias e restaurantes.
Depois de diversas conversas ao longo dos anos, Arthur Sendas decidiu vender ao Pão de Açúcar metade da rede Sendas – então a quinta maior rede varejista do país –, em 2003. Em maio deste ano, o Pão de Açúcar concluiu as negociações com o Sendas para a aquisição das ações remanescentes da empresa. Com essa aquisição, o Pão de Açúcar e suas controladas passaram a deter conjuntamente 100% do capital social total da Sendas Distribuidora. O valor total da operação é de 377 milhões de reais. O Pão de Açúcar agora foca na conversão da marca Sendas em lojas Extra Supermercado.
Em 2002, o Grupo Pão de Açúcar comprou a rede Sé, a segunda maior de São Paulo, por 250 milhões de reais e assumiu uma dívida de 125 milhões de reais. Hoje, a marca já não existe mais, apenas na memória dos paulistanos.
Em 2001, o grupo anunciou a aquisição de 26 lojas da rede Supermercados ABC, no estado do Rio de Janeiro. O Pão de Açúcar já dava os primeiros passos para se tornar o gigante do varejo.
A lista de compras do Pão de Açúcar conta com mais 17 operações. Nem a própria empresa tem os detalhes de cada uma delas, a não ser a data. Só no ano 2000, o grupo fez cinco aquisições: as paulistas Reimberg, Nagumo e Rosado, a paranaense Parati e a cearense Mercadinho São Luiz. Em 1999, o Pão de Açúcar arrendou 25 supermercados da rede Paes Mendonça, então a sétima no ranking brasileiro, além de comprar duas unidades do Mappin. No mesmo ano, o grupo se associou com o francês Casino, que adquiriu 24,5% do controle do conglomerado de Abílio Diniz. Em 1998, o Pão de Açúcar comprou o Barateiro. Três anos antes, o grupo fazia mais negócios com as paulistas Millo´s Comercial Carajás e G.Aronson e com a brasiliensa SAB. Em 1978, o grupo fechou outros três negócios: Superbom, Peg-pag e Mercantil. Dois anos antes comprou a Eletroradiobraz, que resultaria na divisão Eletro. A primeira aquisição foi em 1965, com a compra de rede Sirva-se.