As 5 maiores falências de 2011 nos Estados Unidos
Crise que chacoalha o país deixou rastro de falências bilionárias
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2012 às 05h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h27.
São Paulo – O segundo semestre de 2011 foi fatal para algumas empresas americanas. Foi nesse período que se concentraram as cinco maiores falências decretadas no país. É claro que, lá, a falência é mais parecida com a recuperação judicial brasileira, do que com fechar as portas. Sob a proteção do Capítulo 11, as empresas americanas podem renegociar dívidas e ganhar fôlego para se reestruturar. Em conjunto, as empresas afetadas empregavam quase 90.000 pessoas e contavam com ativos de mais de 83 bilhões de dólares. A lista envolve empresas diversos setores – um sinal de como a crise se espraiou por toda a economia dos Estados Unidos . Veja, a seguir, quem foram as suas maiores vítimas, em uma lista da CNBC.
O banco de investimentos ocupa a nada honrosa posição de protagonizar a maior falência dos Estados Unidos no ano passado – e a mais ruidosa de Wall Street, desde a quebra do Lehman Brothers em 2008. O MF Global Holdings quebrou ao apostar alto nos títulos soberanos de países europeus. No ano passado, a instituição elevou sua exposição a esses papéis de 1,5 bilhão para 6,3 bilhões de dólares. Com o agravamento da crise europeia, porém, os papéis viraram pó – e arrastou para o buraco a MF Global, que detinha ativos de 40,54 bilhões de dólares e empregava 2.850 pessoas.
O grupo que controla a American Airlines, terceira maior companhia aérea dos Estados Unidos, decretou sua falência no final de novembro. A empresa possui 25,09 bilhões de dólares em ativos e 78.250 funcionários. Segundo a CNBC, o que mais pesa para a dona da American Airlines são os custos trabalhistas. No balanço anual de 2010, a empresa revelou que essa conta é 600 milhões de dólares maior que a das concorrentes. Somente o fundo de pensão da companhia beneficia 130.000 pessoas, entre funcionários na ativa e aposentados. E seu rombo é estimado em 10 bilhões de dólares.
A Dynegy Holdings, que atua com geração de energia, respondeu pela terceira maior quebra do ano. Seu pedido de falência foi apresentado no início de novembro. A empresa foi vítima de uma conjunção de queda na demanda por energia, devido à desaceleração da economia, baixas tarifas e uma dívida gigantesca: 6,2 bilhões de dólares. A empresa conta com 9,95 bilhões de dólares em ativos e 1.650 funcionários.
Terceira maior seguradora de hipotecas dos Estados Unidos, a PMI Group foi profundamente atingida pelo estouro da bolha imobiliária americana, em 2007, que deu origem à crise que ainda sacode o mundo. Desde aquela época, a instituição precisou desembolsar bilhões de dólares para compensar clientes a quem havia vendido seguros contra o calote de mutuários. Em agosto do ano passado, suas dívidas eram avaliadas em 736 milhões de dólares – o que levou a Justiça americana a decretar sua insolvência. Em novembro, a PMI pediu falência, apesar de contar com 4,21 bilhões de dólares em ativos.
A NewPage é uma das maiores fabricantes de papéis dos Estados Unidos, produzindo mais de 3,5 milhões de toneladas por ano, entre papel-jornal e papéis para impressão em geral. O problema é que o avanço dos meios eletrônicos de informação levou as empresas de comunicação a reduzir os pedidos. No primeiro semestre do ano passado, a NewPage acumulava um prejuízo líquiudo de 229 milhões de dólares. E a dívida alcançava 4,2 bilhões de dólares. Em setembro, a empresa requereu falência. Ela conta com 3,51 bilhões de dólares em ativos e 6.000 funcionários.