Quatro empresas brasileiras aparecem no ranking; país mostra vocação para inovação em energia
América do Sul se destaca em inovação (Rego Korosi/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 12h46.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h43.
1. América do Sul se destaca em inovaçãozoom_out_map
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São Paulo - Engana-se quem pensa que só há inovação acima do Equador. Ranking recém divulgado pela Fast Company mostra os principais feitos das empresas mais inovadoras da América do Sul. O Brasil se destaca pela capacidade inovadora no setor de geração de energia por meios alternativos. Com quatro empresas no ranking, duas delas atuam no ramo. A GraalBio com a geração de energia a partir do lixo e a Tecsis com fabricação de equipamentos para captação eólica. Veja as 10 empresas mais inovadoras da América do Sul, segundo a Fast Company.
Baseada em São Carlos, a brasileira Enalta – que figura entre as 50 empresas mais inovadoras do mundo - é a número um em inovação na América do Sul. Sua atividade – produzir softwares para monitoramento de plantação e irrigação - é de grande relevância para uma economia onde a cana-de-açúcar é um dos pilares do agronegócio. Segundo a Fast Company, as vendas líquidas devem somar US$ 8 milhões neste ano, de US$ 1 milhão em 2011. Fundada em 1999, a empresa é uma representante de criação de propriedade intelectual no Brasil. A empresa detém três patentes nacionais e uma internacional. O primeiro sistema de gerenciamento agrícola foi feito em parceria com a Herbicat – projeto da Embrapa com apoio da Fapesp.
Apelidada pela Fast Company como a versão latinoamericana do eBay, o MercadoLivre está em segundo lugar entre as mais inovadoras do cone sul. Segundo expectativa da Nielsen, publicada pela Fast Company, 134 mil pessoas em toda a A América Latina tem a maior parte da renda originada nas transações da plataforma. Frequentemente o argentino Marcos Galperin, um fundadores, acaba assumindo a posição de mentor entre os empreendedores da região. Um dos efeitos secundários da capacidade inovadora da empresa está na gestão de novos novos negócios. A brasileira Netshoes – de comércio eletrônico, que também aparece no ranking – fez suas primeiras vendas via MercadoLivre. Hoje, ela se prepara para ser a segunda empresa brasileira ou argentina a ter seu capital aberto na Nasdaq, seguindo os passos do Mercado Livre.
Baseada no Uruguai, a empresa é a esperança de muitos empreendedores de startups em solo latinoamericano. Já foram 11 milhões investidos em empresas de IT, comércio eletrônico e tecnologias móveis no Uruguai. Um dos sócios, Paulo Brener, é vice-presidente da Endeavor no Uruguai e tem sido o responsável pela prospecção de novas startups investimentos em terras brasileiras.
Baseada em São Paulo, a empresa de Bernardo Gradin – ex-presidente da Brakem - promete neste ano começar a produzir etanol usando palha e bagaço de cana como matéria-prima. Fundada em 2011, a empresa já recebeu financiamento de R$ 350 milhões de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para construção de uma planta produtiva em Alagoas. Em janeiro deste ano, o BNDES aportou mais R$ 600 milhões na empresa, transformando o BNDESPar em sócio, com 15% de participação acionária. A GraalBio é pioneira na produção de combustíveis de segunda geração.
De olho na sua segurança digital, a empresa argentina foi uma das pioneiras no desenvolvimento de softwares de biometria através do movimento. A aplicação detecta o ritmo de usuários digitando e pode combater a fraudes online. Para este ano, o plano é desenvolver mais métodos de autenticação de usuários de smartphones através dos movimentos e gestos.
O fornecimento de alternativas para geração de energia é um dos pontos fortes do Brasil em inovação. A Tecsis, sediada em São Paulo, é a sexta empresa mais inovadora do Brasil graças ao desenvolvimento de equipamentos para captação de energia eólica e sistemas de ventilação industrial.
A tecnologia veio da indústria aeronáutica e espacial – não podia ser diferente: um dos fundadores é um ex-aluno do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA). Metade da sua produção vai para os Estados Unidos e a General Eletric é um dos maiores clientes, informa a Fast Company.
O comércio eletrônico ficou ainda mais popular no Brasil depois da fundação da Netshoes, especializada em artigos esportivos. A empresa é um dos resultados da atividade do MercadoLivre no Brasil – a empresa começou oferecendo seus produtos na plataforma. A empresa tem buscado a inovação. Além de oferecer produtos customizados e exclusivos, também implanta novos processos: a empresa já faz entregas no mesmo dia dos pedidos e tem bom resultado oriundo de operações em plataformas móveis. Atualmente a Netshoes opera no Brasil no México e na Argentina e prepara a abertura de capital na Nasdaq em breve.
A Kaszek Ventures ganha relevância por remar contra a maré nada favorável dos investimentos na Argentina. Enquanto o capital foge do país, a empresa de Buenos Aires levantou quase US$ 100 milhões para investir em 21 empresas – a maior parte de operação digital. Em janeiro deste ano, a Kaszek se juntou à W7 Capital e à Accel Partners para aportar US$ 5,5 milhões na rede de recomendações brasileiras Kekanto.
Segundo a Fast Company, a Inetsat merece estar no ranking por proporcionar uma oportunidade para as menores emissoras de televisão, que dispõe de pouco capital para participar do sistema tradicional de televisão paga. A empresa uruguaia, inaugurada no ano passado, muda a forma como os programas são transmitidos, resultando em uma redução significativa nos custos operacionais.
Fuerza Bruta foi o espetáculo responsável pela disseminação da produção de teatro argentino pelo mundo. A proposta do espetáculo é provocar todos os sentidos, dança, música e efeitos visuais incríveis, como pessoas se banhando em uma espécie de mundo aquático suspenso acima da cabeça do público e uma corrida através de paredes móveis. Após passar por Lisboa, Tel Aviv e Londres, o show chegou à Nova York com um grande sucesso. Embora a temporada estivesse prevista para acabar em 2013, o excesso de demanda fez com que a companhia decidisse continuar nos palcos americanos por tempo indeterminado, segundo a Fast Company.
O empreendedor mineiro Rodrigo Abreu fundou a UP2Tech em 2014, enfrentou crises e cresceu. A empresa projeta faturar R$ 500 milhões em 2024, com destaque em e-commerce, games e tecnologia para pecuária