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Apple tem mais dívida corporativa que maior fundo de renda fixa

A fabricante do iPhone tem US$ 148 bilhões de seu caixa recorde de US$ 257 bilhões investidos em dívida corporativa

Apple: a empresa tem se resistido a transferir o dinheiro que ganha no exterior para os EUA para evitar os impostos sobre a renda das empresas (Scott Barbour/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2017 às 18h53.

Nova York - Se a Apple fosse um fundo de renda fixa, ela eclipsaria a concorrência.

A fabricante do iPhone tem US$ 148 bilhões de seu caixa recorde de US$ 257 bilhões investidos em dívida corporativa, segundo um fato relevante da companhia apresentado na quarta-feira.

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Isso é suficiente para comprar todos os ativos do maior fundo de investimentos em renda fixa do mundo, o Vanguard Total Bond Market Index Fund, que tem cerca de US$ 145 bilhões em ativos, incluindo papéis de empresas, governos e hipotecas.

Como muitas empresas de tecnologia, a Apple tem se resistido a transferir o dinheiro que ganha no exterior para os EUA para evitar os impostos sobre a renda das empresas.

Em vez disso, a empresa com sede em Cupertino, Califórnia, investe em títulos corporativos e outros ativos, como fundos do mercado monetário e títulos do Tesouro americano.

Com mais de 90 por cento de seus fundos no exterior, a empresa emite regularmente papéis próprios para ajudar a financiar programas como recompras de ações e gasto de capital.

A Apple disse nesta quinta-feira que venderá dívida em até seis partes para apoiar um dividendo de 63 centavos de dólar e uma expansão do programa de recompra de ações.

A Apple e outras empresas com muito caixa estão se mantendo firmes, na esperança de que em breve poderão repatriar o dinheiro com um imposto mais baixo.

O plano fiscal do presidente dos EUA, Donald Trump, inclui uma provisão para repatriação, mas não especifica uma taxa.

Trump propôs um imposto de 10 por cento na campanha eleitoral, e o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, disse que a taxa seria “muito competitiva”.

Os ativos da Apple, administrados por sua unidade Braeburn Capital em Reno, Nevada, EUA, podem ser suficientemente grandes para movimentar mercados se a empresa fizer qualquer mudança grande nas alocações.

A Apple normalmente prefere papéis mais seguros, com vencimentos mais curtos, de emissores financeiros com nota de crédito alta e de outras empresas.

Preparar-se para a repatriação pode significar que companhias com muito caixa queiram ter uma maior parte de seus fundos em valores mais líquidos, como títulos do Tesouro americano, disse Benjamin Campbell, CEO da Capital Advisors Group, que assessora empresas sobre gestão de caixa e riscos.

“As empresas estão analisando a questão da repatriação e algumas estão se preparando para isso”, disse Campbell. “Eu acho que os títulos do Tesouro americano acabariam absorvendo parte da oferta.”

Depois da dívida corporativa, os maiores ativos da Apple são US$ 53 bilhões alocados em títulos do Tesouro americano e US$ 21 bilhões que mantém em hipotecas e títulos com garantia de ativos.

Os executivos da Apple se mostraram reservados a respeito do que fariam se a repatriação acontecer.

“Para nós é muito difícil especular”, disse o diretor financeiro da Apple, Luca Maestri, em entrevista na terça-feira. “Gostaríamos de reavaliar o que fizemos se e quando isso acontecer.”

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