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Apple pede que EUA retire pedido para desbloquear iPhone

Empresa se negou a proporcionar o acesso do governo americano a um iPhone usado por um dos autores do tiroteio de dezembro em San Bernardino

Tim Cook: "O que está em risco é a segurança de centenas de milhões de pessoas que cumprem a lei", disse o CEO (David Paul Morris/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2016 às 16h25.

San Francisco - A Apple pediu nesta segunda-feira que o governo dos Estados Unidos retire o pedido que exige que a empresa ajude o FBI a acessar um iPhone para uma investigação sobre terrorismo.

O CEO da Apple, Tim Cook , afirmou em e-mail enviado aos funcionários e em uma série de perguntas e respostas no site da empresa que aceitar esse pedido teria consequências "perigosas".

"O que está em risco é a segurança de centenas de milhões de pessoas que cumprem a lei. Isso estabeleceria um perigoso precedente que ameaça as liberdades civis de todo o mundo", destacou Cook.

A Apple se negou na semana passada a proporcionar o acesso do governo americano a um iPhone usado por um dos autores do tiroteio de dezembro na cidade californiana de San Bernardino, no qual morreram 14 pessoas.

A juíza federal Sheri Pym ordenou na terça-feira da semana passada que a Apple ajude os agentes do FBI (polícia federal americana) a acessar os dados do telefone.

O Departamento de Justiça americano foi um passo além na sexta-feira, ao apresentar uma moção para obrigar que a empresa tecnológica cumpra com o solicitado pelos tribunais.

A moção chega antes mesmo do prazo limite de 26 de fevereiro que a Apple tem para responder formalmente à juíza Pym.

A empresa sugeriu à Casa Branca, em uma série de perguntas e respostas publicadas em seu site, criar uma comissão governamental para avaliar os problemas gerados pelo crescente uso da encriptação.

"Nosso país sempre foi mais forte quando unido", declarou a Apple em informação publicada nesta segunda-feira em seu site, no qual diz que a melhor forma de avançar neste caso seria o governo "retirar" suas exigências e formar uma comissão ou algum tipo de painel para avaliar a situação.

"A Apple participaria com prazer de um esforço desse tipo", garantiu a companhia.

A empresa lembra que o pedido do governo se baseia em desenvolver uma nova versão de sistema operacional iOS para driblar as proteções de segurança quando a tela do telefone está bloqueada.

A Apple ressalta que, com isso, seria criada uma função nova ao permitir que se introduzam senhas de forma eletrônica e não manualmente. A gigante tecnológica destaca que atender essa solicitação teria duas repercussões "perigosas".

"A primeira é que o governo faria com que criássemos um sistema operacional completamente novo para seu uso", afirmou Apple, que lembrou que, uma vez feito isso, o FBI poderia desbloquear o telefone mediante o uso de "força bruta", como se chama o sistema eletrônico que usa milhões senhas até acertar a combinação correta.

A segunda das consequências "perigosas" seria, segundo a Apple, a abertura de um precedente legal que ampliaria os poderes do governo.

"Não sabemos aonde isso pode nos levar", alertou a empresa em comunicado.

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San Francisco - A Apple pediu nesta segunda-feira que o governo dos Estados Unidos retire o pedido que exige que a empresa ajude o FBI a acessar um iPhone para uma investigação sobre terrorismo.

O CEO da Apple, Tim Cook , afirmou em e-mail enviado aos funcionários e em uma série de perguntas e respostas no site da empresa que aceitar esse pedido teria consequências "perigosas".

"O que está em risco é a segurança de centenas de milhões de pessoas que cumprem a lei. Isso estabeleceria um perigoso precedente que ameaça as liberdades civis de todo o mundo", destacou Cook.

A Apple se negou na semana passada a proporcionar o acesso do governo americano a um iPhone usado por um dos autores do tiroteio de dezembro na cidade californiana de San Bernardino, no qual morreram 14 pessoas.

A juíza federal Sheri Pym ordenou na terça-feira da semana passada que a Apple ajude os agentes do FBI (polícia federal americana) a acessar os dados do telefone.

O Departamento de Justiça americano foi um passo além na sexta-feira, ao apresentar uma moção para obrigar que a empresa tecnológica cumpra com o solicitado pelos tribunais.

A moção chega antes mesmo do prazo limite de 26 de fevereiro que a Apple tem para responder formalmente à juíza Pym.

A empresa sugeriu à Casa Branca, em uma série de perguntas e respostas publicadas em seu site, criar uma comissão governamental para avaliar os problemas gerados pelo crescente uso da encriptação.

"Nosso país sempre foi mais forte quando unido", declarou a Apple em informação publicada nesta segunda-feira em seu site, no qual diz que a melhor forma de avançar neste caso seria o governo "retirar" suas exigências e formar uma comissão ou algum tipo de painel para avaliar a situação.

"A Apple participaria com prazer de um esforço desse tipo", garantiu a companhia.

A empresa lembra que o pedido do governo se baseia em desenvolver uma nova versão de sistema operacional iOS para driblar as proteções de segurança quando a tela do telefone está bloqueada.

A Apple ressalta que, com isso, seria criada uma função nova ao permitir que se introduzam senhas de forma eletrônica e não manualmente. A gigante tecnológica destaca que atender essa solicitação teria duas repercussões "perigosas".

"A primeira é que o governo faria com que criássemos um sistema operacional completamente novo para seu uso", afirmou Apple, que lembrou que, uma vez feito isso, o FBI poderia desbloquear o telefone mediante o uso de "força bruta", como se chama o sistema eletrônico que usa milhões senhas até acertar a combinação correta.

A segunda das consequências "perigosas" seria, segundo a Apple, a abertura de um precedente legal que ampliaria os poderes do governo.

"Não sabemos aonde isso pode nos levar", alertou a empresa em comunicado.

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