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Após título, Corinthians encerra 2011 menos endividado e com estádio

Andrés Sanchez, presidente do time, conseguiu diminuir a relação entre endividamento e receita do atual Campeão Brasileiro em sua gestão – e se despede em grande estilo

Corinthians: o faturamento cresceu durante a gestão Sanchez (Renato Pizzutto / Placar)

Corinthians: o faturamento cresceu durante a gestão Sanchez (Renato Pizzutto / Placar)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2011 às 08h41.

São Paulo - Com o título do Campeonato Brasileiro em mãos, Andrés Sanches despede-se da presidência do Corinthians nesse final de ano. Em janeiro ele assumirá o cargo de diretor de seleções da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Como legado, deixa um time com uma relação entre o endividamento e a receita menor – e com um estádio para chamar de seu.

Apesar das benfeitorias, o ambiente de amadorismo predomina no futebol brasileiro, segundo especialistas ouvidos por EXAME.com. “As administrações dos clubes não são meritocráticas, são políticas. Não dá pra esperar uma administração profissional num ambiente desses”, disse Robert Alvarez, professor do Núcleo de Negócios do Esporte da ESPM. Para ele, o administrador do time não pode ter paixão. 

Sanchez tem uma longa relação com o Corinthians, onde jogou aos 14 anos. Ele entrou para a política corintiana na década de 90. O dirigente apoiou a assinatura da parceria com a MSI e foi vice do ex-presidente, Alberto Dualib, período em que se aproximou também do iraniano Kia Joorabchian, representante do fundo de investimentos, contra quem a Justiça brasileira expediu mandado de prisão. 

Nesse período, o ainda atual presidente do Corinthians chegou a ser investigado pela Polícia Federal e alvo de escutas telefônicas. Para Alvarez, não há nada de memorável na última gestão do Campeão Brasileiro. Já Amir Somoggi, diretor da área de consultoria esportiva da BDO CRS, elencou alguns pontos que merecem ser lembrados:

Faturamento

O faturamento cresceu durante a gestão Sanchez. Em 2007, ano em que Sanchez assumiu o time, o faturamento do Corinthians havia sido de 134 milhões de reais, sendo 71 milhões de venda de jogadores. Em 2010, foi o maior da história do futebol brasileiro, segundo Somoggi: 212,6 milhões de reais, sendo 35 milhões de reais com vendas de jogadores.

O presidente também conseguiu diminuir a relação entre endividamento do clube e receita sem atletas. Em 2007, quando ele assumiu a presidência, a relação era de 1,61. Em 2010, foi de 0,69. Em 2009, a relação foi ainda menor, 0,66. Para Alvarez, os times brasileiros seguem ainda bastante endividados. 

Patrocínios

O faturamento com patrocínio também cresceu. Em 2007, a receita do Corinthians com patrocínios e publicidade era de 19 milhões de reais. O valor saltou para 47 milhões em 2010. O crescimento foi de 147%. 


Entre 2004 e 2007, durante parte da gestão de Dualib, o faturamento com patrocínios cresceu 34,7%. Somoggi atenua que hoje há um novo cenário econômico, mesmo assim, a diferença é grande.  “Quanto mais profissionais qualificados tiver dentro do clube, mais chances de melhorar seu resultado”, disse Somoggi.

Fenômeno

Outro grande feito de Sanchez foi a vinda de Ronaldo, o “Fenômeno”, para o time. O que o ídolo não trouxe de títulos, gerou de visibilidade, torcida e patrocínios. O Corinthians é, hoje, o 78° clube mais valioso no mundo, com valor estimado em 172 milhões de reais – atrás dos brasileiros Santos, São Paulo e Internacional, segundo estudo realizado pela Pluri Consultoria.

Estádio

Talvez o maior legado de Sanchez seja proporcionar um estádio para o Corinthians. As obras começaram em maio de 2011 e têm previsão para ser entregues em 2014, ano da Copa do Mundo no país. Se tudo de certo, o “Fielzão”, servirá de palco para a abertura do campeonato mais importante do futebol. 

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