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Após aquisição bilionária, a Notredame Intermédica quer mais

A compra do Medisanitas é a quinta do grupo neste ano; a companhia continua em busca de oportunidades e deve crescer principalmente em Minas Gerais

Notredame Intermédica: a companhia fez uma série de aquisições e quer mais (NotreDame Intermédica/Divulgação)

Notredame Intermédica: a companhia fez uma série de aquisições e quer mais (NotreDame Intermédica/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 27 de agosto de 2020 às 12h55.

Última atualização em 27 de agosto de 2020 às 13h09.

A operadora de planos de saúde Notredame Intermédica anunciou ontem um acordo para a compra do Grupo Medisanitas Brasil, com o valor da transação fixado em 1 bilhão de reais. A transação ainda precisa ser aprovada pelo Cade e pela ANS, mas, se concretizada, consolida a companhia como a maior operadora de planos de saúde do país, com 4,1 milhões de beneficiários.

A transação foi bem recebida pelo mercado, que ainda espera novas movimentações da Notredame, em especial em Minas Gerais. A compra do Medisanitas é a quinta do grupo neste ano. E a Notredame Intermédica quer mais.

Em relatório, o banco BTG Pactual destacou a estratégia robusta de consolidação da companhia. “A empresa parece pronta para continuar fazendo seu dever de casa, reforçando sua rede, ao mesmo tempo, aprimorando sua vantagem competitiva no mercado de saúde brasileiro”, disseram os analistas.

O banco destaca que a Notredame Intermédica ainda vê oportunidades de fusão e aquisição em Minas Gerais e planeja expandir a rede verticalizada da Medisanitas. No radar da companhia estão em especial operadoras de saúde com cerca de 100.000 membros e aquelas com estrutura hospitalar robusta, diz o BTG.

O Bradesco BBI pontuou que, com a compra, a expansão do grupo para Minas Gerais torna-se mais relevante, já que o Medisanitas tem cerca de 7% do mercado de beneficiários no estado. Com isso, a Notredame chega a 8% de participação de mercado em Minas. A operadora ganha assim mais musculatura para concorrer com a Unimed BH, que tem 25% do mercado no estado, destacam os analistas do banco.

O banco lembra que a sinistralidade da Medisanitas é de 82,5%, bem acima da taxa da Notredame Intermédica, de 70%, “o que dá ao GNDI bastante espaço para trabalhar”. Na avaliação dos analistas do banco, o GNDI pagou um bom preço pela Medisanitas, considerando uma média de 3.000 reais por vida.

“Junto com as recentes aquisições do grupo, que comprou a Climepe e o Grupo Santa Mônica, acreditamos que o negócio reforça a estratégia de expansão do GNDI em Minas Gerais, que se torna outro polo de expansão para a companhia”, disseram os analistas.

A aquisição consolida a GNDI como a maior operadora de saúde do país em número de beneficiários. Dados de julho mostram que a operadora chegou a 3,7 milhões de beneficiários no plano de saúde, ante 3,5 milhões da Bradesco e 3,4 milhões da Hapvida. Com a aquisição, o GNDI chega a 4,1 milhões de vidas.

Isso em um cenário ainda incerto, devido ao desemprego. Os dados de julho também mostram que as grandes operadoras perderam beneficiários. O grupo Hapvida perdeu 20.800 vidas em julho, o grupo GNDI perdeu 6.900 vidas e a SulAmérica teve perda de 300 vidas.

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