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Após acidente, Voepass suspende temporariamente venda de passagens no Nordeste; veja destinos

Segundo a companhia, a medida foi adotada “em decorrência da reorganização da malha por contingenciamento”, o que causou atrasos e cancelamentos de voos

Voepass: voo com destino ao aeroporto de Guarulhos tinha 58 passageiros e quatro tripulantes (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 20 de agosto de 2024 às 16h31.

A empresa aérea Voepass suspendeu a venda de passagens para voos nos aeroportos de Fortaleza, Natal, Fernando de Noronha e Juazeiro do Norte até o dia 31 de agosto.

A decisão ocorre 10 dias após o quinto pior acidente da história aeronáutica brasileira: um ATR 72 que caiu em Vinhedo (SP), matando as 62 pessoas a bordo.

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No site da empresa, a venda de passagens para voos que interligam Fortaleza e Natal e estas duas cidades a Fernando de Noronha ou Juazeiro do Norte está bloqueada até pelo menos 31 de agosto. Também não é possível comprar bilhetes para viajar entre Fernando de Noronha e Juazeiro do Norte antes de 1º de setembro.

Segundo a companhia, a medida foi adotada “em decorrência da reorganização da malha por contingenciamento”, o que causou atrasos e cancelamentos de voos.

A operadora responsável pelo aeroporto de Fernando de Noronha não vem realizando os voos que interligam o arquipélago a Fortaleza e Natal desde o dia 12, além de suspender a venda de passagens da Voepass. A operadora só manteve dois voos diários entre Recife e Fernando de Noronha, que atendem prioritariamente aos clientes que adquiriram bilhetes vendidos pela Latam, da qual a Voepass é parceira comercial.

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Clientes pedem cancelamentos de voos

Desde o acidente com o voo 2283, consumidores que decidiram não voar com a Voepass e cancelar suas passagens têm procurado órgãos e plataformas de direitos do consumidor, como o site Reclame Aqui, relatando que enfrentam dificuldades para receber o reembolso integral do valor que gastaram com os bilhetes, ou mesmo a realocação em outros voos. A

s queixas sobre cancelamentos de voos pela própria empresa também se multiplicaram.

Em nota, a Voepass lamentou os “contratempos causados pelo contingenciamento”.

“Estamos trabalhando para minimizar transtornos aos nossos clientes. Todos os passageiros estão sendo alocados em outros voos. A Voepass trabalha arduamente para atender às expectativas de seus clientes e é solidária a eventuais queixas, que são consideradas para aprimorar a prestação de nossos serviços, e concentra o atendimento a elas em seus canais oficiais”, informou a companhia, em nota, sem detalhar o impacto da suspensão temporária da venda de passagens e a quantidade de voos cancelados a partir do último dia 9.

Responsável por regular e fiscalizar as atividades de aviação civil no Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que monitora, regularmente, as reclamações que passageiros registram nos canais de atendimento da própria agência ou na plataforma Consumidor.gov. Além disso, na última sexta-feira, 16, servidores da agência se reuniram com representantes da Voepass para discutir as providências que a empresa deve adotar para garantir a normalidade de suas operações.

“Após priorizar, no primeiro momento, a assistência às famílias das vítimas, a Anac iniciou a operação assistida com o objetivo de manter a prestação do serviço da Voepass em condições adequadas”, informou a Anac. “No atual contexto pós-acidente aéreo, e considerando aspectos de fatores humanos, a agência entende ser importante intensificar a vigilância continuada e o monitoramento do serviço prestado pela empresa, estabelecendo parâmetros para evitar anormalidades na operação.”

Quem é a Voepass

A Voepass é uma das principais companhias de aviação regional do país e tem sede em Ribeirão Preto, no interior paulista. Criada em 1995 como Passaredo, a empresa adotou o nome de Voepass em 2019, após adquirir a MAP Linhas Aéreas, conhecida na região norte do país.

A empresa tem como base a Viação Passaredo, que começou a operar viagens rodoviárias em 1978. Quase duas décadas mais tarde, o fundador do grupo, José Luiz Felício, decidiu entrar no mercado de aviação, inaugurando a Passaredo Transportes Aéreos em 1995.

À época, com duas aeronaves, a Passaredo fazia viagens a municípios como Ribeirão Preto, Goiânia, Brasília, São Paulo e Curitiba.

A companhia opera com aeronaves de modelo turboélice comercial bimotor de médio porte. Os veículos são conhecidos como ATRs, nome da fabricante, a franco-italiana Avions de Transport Régional (ATR). A companhia opera apenas aeronaves de modelo ATR 72, versões 500 e 600.

A empresa tem 47 destinos, e a maior parte de suas operações está no aeroporto Dr. Leite Lopes, em Ribeirão Preto, e no aeroporto Internacional de Guarulhos. A companhia tem parceria com Gol e Latam (o chamado code share) para que as duas companhias aéreas vendam passagens para destinos operados pela Passaredo.

(Com Agência Brasil)

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