Apesar de lucro, CSN continua sob pressão, dizem analistas
O que impulsionou o lucro da siderúrgica foi a combinação dos negócios de mineração, mas resultado operacional continua ruim
Karin Salomão
Publicado em 30 de março de 2016 às 11h14.
São Paulo - Com um lucro líquido de 2,37 bilhões de reais no quarto trimestre, a CSN reverteu um prejuízo de 533 milhões de reais no trimestre anterior. O resultado bilionário, porém, não indica uma melhora na situação operacional da empresa, afirmam analistas ouvidos por EXAME.com.
O que impulsionou o resultado da siderúrgica foi a combinação dos negócios de mineração da CSN e de um consórcio asiático, formado pelas empresas Itochu Corporation, a JFE Steel Corporation, a Posco, a Kobe Steel, a Nisshin Steel e a China Steel Corp.
A aliança , concluída em novembro de 2015, criou uma nova empresa, chamada Congonhas Minérios. Ela reunirá a mineradora Namisa, a mina Casa de Pedra e a área de logística MRS. A CSN será a controladora com 87,52% de participação, enquanto o consórcio tem 12,48%.
Além da transferência de dívidas da CSN para a nova empresa, também foi realizado um procedimento contábil, que gerou um resultado de 2,9 bilhões de reais para a CSN e garantiu o lucro no trimestre.
Segundo o analista Bruno Piagentini, da Coin Valores, a história começou quando o consórcio entrou como sócio na Namisa , em 2008. O contrato firmado na época tinha certas exigências de investimento e de crescimento.
Se essas metas não fossem cumpridas, o consórcio asiático sairia da empresa e obrigaria a CSN a comprar sua fatia de 40% por 3 bilhões de dólares. Com o novo acordo, a empresa brasileira não corre esse risco.
Em relatório, o analista Victor Penna, do BB Investimentos, afirmou que a medida foi positiva para os resultados financeiros da empresa. “A CSN está mostrando melhorar após a conclusão da rolagem de dívida e a união de ativos na Congonhas Minérios”, disse ele.
Sem perspectiva de melhoras
No entanto, o lucro da empresa de siderurgia vem unicamente de fatores não recorrentes. Ou seja, não significa que ela está em uma situação melhor.
As vendas de aço da companhia caíram 4% em 2015 em comparação ao ano anterior, principalmente por conta da piora no mercado interno. Já as vendas de minério de ferro caíram 11%.
A receita líquida diminuiu 5% no ano e o Ebitda ajustado despencou 31%. Ao mesmo tempo, a dívida líquida chegou a 26,5 bilhões de reais no ano, aumento de 40%. A relação entre o endividamento e as receitas chegou a 8,2, número bastante preocupante, segundo analistas.
No ano passado, ela desligou temporariamente um de seus fornos e planeja demitir centenas de funcionários. Além disso, as agências de risco S&P e Fitch rebaixaram o rating da companhia.
"O contexto é muito ruim, como também tem sido o caso da Usiminas e Gerdau", diz Piagentini. Enquanto a Usiminas teve prejuízo de 1,6 bilhão de reais no quarto trimestre, a Gerdau divulgou resultado negativo em 3,17 bilhões de reais.
Segundo o analista da Coin Valores, a demanda por aço e minérios tem caído constantemente. Os setores que mais demandam a matéria prima, como a construção civil, indústria automobilística, de petróleo e de eletrodomésticos, são os que mais sofrem com a crise econômica no Brasil. O excesso de aço no mercado internacional e a queda do preço no minério de ferro também abalaram a empresa.
Segundo Penna, do BB Investimentos, a gestão continua se esforçando para melhorar o balanço, mas a venda de ativos para desalavancar a companhia tem demorado mais que o esperado. “Não erramos ao afirmar que a perspectiva para o negócio de aço continua sobre pressão, sem nenhum sinal de recuperação”, diz análise.
![1. Vale](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_db_15026.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
2 /12(Bloomberg)
Setor: | Mineração |
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Prejuízo: | R$ 44,2 bilhões |
Ano: | 2.015 |
![2. Banco Nacional](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_investidor-prejuizo.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
3 /12(ThinkStock/alphaspirit)
Setor: | Banco |
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Prejuízo: | R$ 26,4 bilhões |
Ano: | 1.995 |
![3. Banco do Brasil](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_bb25.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
4 /12(Pilar Olivares/REUTERS)
Setor: | Banco |
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Prejuízo: | R$ 24,8 bilhões |
Ano: | 1.996 |
![4. Petrobras](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_db_160225.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
5 /12(Bloomberg)
Setor: | Petróleo e Gás |
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Prejuízo: | R$ 23,8 bilhões |
Ano: | 2.014 |
![5. OGX](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_navio-plataforma-ogx.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
6 /12(Divulgação)
Setor: | Petróleo e Gás |
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Prejuízo: | R$ 20,5 bilhões |
Ano: | 2.014 |
![6. Nova Óleo](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_ogxgal7.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
7 /12(Divulgação)
Setor: | Petróleo e Gás |
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Prejuízo: | R$ 29,8 bilhões |
Ano: | 2.014 |
![7. Banco do Brasil](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_sx00090_96.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
8 /12(Adriano Machado)
Setor: | Banco |
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Prejuízo: | R$ 15,3 bilhões |
Ano: | 1.995 |
![8. Banestado](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_dinheiro13.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
9 /12(Nathan Congleton via Photopin)
Setor: | Banco |
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Prejuízo: | R$ 8,8 bilhões |
Ano: | 1.998 |
![9. Eletrobras](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_px033_7d8d_93.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
10 /12(Adriano Machado/Bloomberg)
Setor: | Energia Elétrica |
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Prejuízo: | R$ 8,5 bilhões |
Ano: | 2.012 |
![10. Cesp](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_hidreletrica-ilha-solteira-cesp-nova4.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
11 /12(Divulgação/Cesp)
Setor: | Energia Elétrica |
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Prejuízo: | R$ 7,5 bilhões |
Ano: | 2.002 |
![Veja também](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_app-do-buzzfeed.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
12 /12(Daniel Acker//Bloomberg)