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Aneel quer cancelar termelétricas de R$6 bi por atraso

O cancelamento dos projetos pode ajudar a reduzir o atual quadro de sobras de energia das distribuidoras, devido à queda do consumo com a crise


	Usina termelétrica: a Bolognesi disse que "contestou a intimação" e alegou que pretende negociar com as distribuidoras
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Usina termelétrica: a Bolognesi disse que "contestou a intimação" e alegou que pretende negociar com as distribuidoras (.)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2016 às 16h44.

São Paulo - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) iniciou processo que pode resultar na revogação da autorização concedida à Bolognesi Energia para a implementação de duas termelétricas que somariam cerca de 2,5 gigawatts em capacidade e demandariam quase 6 bilhões de reais em investimentos.

O cancelamento dos projetos pode ajudar a reduzir o atual quadro de sobras de energia das distribuidoras, devido à queda do consumo com a crise, ou mesmo exigir recontratação, uma vez que as usinas têm um porte relevante-- se entregues, elas expandiriam em cerca de 5 por cento a capacidade termelétrica do país.

Os empreendimentos, vencedores de um leilão realizado em 2014, deveriam iniciar a entrega de energia em 2019, mas a Aneel entende que os projetos estão atrasados e intimou a Bolognesi, em processo que deverá ser analisado brevemente pela diretoria do regulador, informou a assessoria de imprensa da agência.

Procurada, a Bolognesi disse que "contestou a intimação" e alegou que pretende negociar com as distribuidoras, que são compradoras da energia do projeto, para postergar o início dos contratos para janeiro de 2021.

A companhia disse que já tem acordos com as distribuidoras para mudar a data de "mais de 89 por cento" dos contratos e que "cerca de 65 por cento" das renegociações já foram formalizadas junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

"A negociação também atende aos interesses das distribuidoras para reduzir a sobrecontratação de energia", disse a Bolognesi.

As termelétricas Novo Tempo e Rio Grande, previstas para Pernambuco e Rio Grande do Sul, teriam 1,24 gigawatt cada, e seriam movidas a gás natural.

A Bolognesi teve dificuldades para captar financiamentos para os empreendimentos em meio à crise financeira, mas a companhia alega que a situação do país deverá retornar à estabilidade e permitir "retomada dos financiamentos dos projetos em condições semelhantes àquelas de novembro de 2014".

Recentemente, a viabilidade dos projetos da Bolognesi vinha sendo questionada no mercado, com dúvidas sobre a capacidade de uma empresa de médio porte, e que não é um player tradicional do setor elétrico, entregar empreendimentos tão custosos e complexos em meio a um cenário de crise financeira no país.

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