Alibaba levará US$ 200 bilhões em produtos importados para a China
A maior companhia da China agora atende mais de 100 milhões de clientes no exterior.
Mariana Desidério
Publicado em 10 de novembro de 2018 às 07h00.
Última atualização em 10 de novembro de 2018 às 07h00.
A Alibaba Group Holding prometeu movimentar US$ 200 bilhões em produtos importados pela China na próxima meia década, contribuindo para reduzir o superávit comercial de US$ 400 bilhões do país.
A expansão da classe média alimenta a demanda por marcas e produtos estrangeiros, disse o diretor-executivo, Daniel Zhang. A gigante do e-commerce está prestes a lançar seu maior evento anual – no Dia dos Solteiros, em 11 de novembro, com liquidações que incluem muitos produtos de fora. A maior companhia da China agora atende mais de 100 milhões de clientes no exterior, acrescentou o executivo.
O superávit comercial chinês é um dos principais pontos de conflito com os EUA, junto com o acesso ao mercado e proteções à propriedade intelectual. Embora a Alibaba gere a maior parte da receita no mercado doméstico, a empresa promove a China como destino para produtos importados – dos EUA e outros países.
A companhia já hospeda famosas marcas americanas (como Nike e UrbanOutfitters) em websites como Tmall Global e ajuda comerciantes do mundo inteiro a exportar produtos para a China (de lagostas a morangos).
“Ao longo dos próximos cinco anos, ajudaremos empreendimentos globais a importar mais de US$ 200 bilhões em produtos para a China. É um compromisso nosso”, disse Zhang, que assumirá a presidência do conselho, atualmente ocupada por Jack Ma, no ano que vem. A declaração foi feita durante a feira China International Import Expo, em Xangai. “Queremos ajudar nossos clientes a entrar na China via tecnologias digitais.”
Na véspera, o bilionário cofundador da Alibaba, Jack Ma, se referiu à disputa comercial como “a coisa mais estúpida do mundo” e voltou a criticar o alastramento do conflito entre as duas maiores economias mundiais. Na terça, Zhang afirmou que a China está cada vez mais preparada para abrir seus mercados. Isso seria um progresso em uma questão polêmica que desagrada o governo do presidente Donald Trump e ajudou a desencadear a imposição de tarifas de importação sobre bilhões de dólares em produtos trocados pelos dois países.
“Estamos totalmente cientes de que a transformação econômica é necessária para a economia chinesa”, disse Zhang.