Agnelli diz que Vale negocia preços com cada cliente
Belo Horizonte - O presidente da Vale, Roger Agnelli, disse hoje que a companhia ainda negocia com cada cliente o reajuste nos preços de referência do minério de ferro para 2010. Apesar de a Associação do Ferro e do Aço da China (Cisa, na sigla em inglês) ter informado que a mineradora pediu às siderúrgicas […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Belo Horizonte - O presidente da Vale, Roger Agnelli, disse hoje que a companhia ainda negocia com cada cliente o reajuste nos preços de referência do minério de ferro para 2010. Apesar de a Associação do Ferro e do Aço da China (Cisa, na sigla em inglês) ter informado que a mineradora pediu às siderúrgicas chinesas um aumento de 90% a 100%, Agnelli não revelou qual patamar de reajuste vem sendo negociado.
Segundo ele, o que a Vale tem argumentado é que a demanda pelo produto está muito forte e continuará assim pelos próximos três ou quatro anos. Por outro lado, a produção não tem acompanhado a demanda. Agnelli reiterou, no entanto, que a mineradora não tem a característica de sair da mesa de negociações. "Vamos ter aumento de preço, sim, assim como o preço do carvão e do aço já vêm subindo", afirmou.
Segundo o presidente da Vale, o modelo de negociação que vem sendo proposto pela companhia inclui flutuações de preços trimestrais ou semestrais. Agnelli enfatizou, no entanto, que a Vale ainda não chegou ao fim dessa negociação com as siderúrgicas.
Nas conversas que vêm sendo travadas com os clientes, segundo Agnelli, a Vale tem dito que não dá para haver uma distorção tão grande entre os preços praticados no mercado à vista (spot) e os contratos de longo prazo. "Não faz sentido vender com desconto alguma coisa que no mercado à vista tem o preço maior."
De acordo com o executivo, a companhia tem argumentado que há uma série de fatores que poderão levar a um reajuste de preços "importante", entre eles o câmbio, o frete e a demanda. "A gente tem que trazer a realidade da nossa produção à realidade de mercado", disse.
Belo Monte
Agnelli afirmou que a Vale ainda não definiu a participação que terá no consórcio para disputar o leilão da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Segundo ele, a mineradora ainda está estudando os detalhes de engenharia do projeto. "Nossa vontade é de participar, se houver viabilidade econômica e se a tarifa for compatível com a necessidade da companhia."
O presidente da Vale participou hoje, ao lado do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, do pré-lançamento do Memorial Minas Gerais Vale. O espaço, que integra o circuito cultural Praça da Liberdade, receberá investimentos de R$ 23 milhões por parte da companhia e será instalado no antigo prédio da Secretaria de Estado da Fazenda. O Memorial deverá ser aberto ao público no segundo semestre deste ano.