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AES Brasil busca aquisições de eólicas e descarta Neoenergia

O grupo não avalia o crescimento por meio de aquisições de novos ativos que estariam à venda no momento

AES Eletropaulo (Germano Lüders/EXAME)

AES Eletropaulo (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2012 às 19h45.

São Paulo - A AES Brasil avalia aquisições no segmento de energia eólica para compor um portfólio de geração, além de outras oportunidades para participação em leilões de energia com essa fonte, disse o presidente do grupo, Britaldo Soares.

"A gente está olhando uma série de oportunidades que podem viabilizar a participação em leilões e também oportunidades de aquisições", afirmou ele durante o Reuters Latin American Investment Summit, nesta sexta-feira.

A AES Brasil pretende aumentar a capacidade de geração na AES Tietê em 3 mil megawatts até o final de 2015, com energia eólica e termogeração a gás, sendo que esta última será o foco de interesse para competição no leilão de energia A-5 em outubro, e para o qual cadastrou a termelétrica Termo São Paulo (550 MW), na cidade de Canas (SP).

No entanto, a Termo São Paulo, que também está cadastrada para participar do leilão A-3 deste ano, ainda depende da garantia de suprimento de gás natural para que efetivamente possa entrar no certame. A licença ambiental prévia da usina, que estava suspensa por liminar da Justiça, já foi derrubada em maio, informou o presidente da AES Brasil.

Já o projeto da termelétrica em Araraquara, de 579 MW, no qual a AES Tietê tem uma opção de compra a ser exercida, ainda não deve entrar em leilões neste ano. "Acho pouco provável", afirmou, ao mencionar que os trâmites para que a empresa exerça a opção de compra estão em andamento.


Britaldo Soares disse ainda que a empresa não está avaliando disputar a concessão de hidrelétricas que o governo pretende licitar no leilão A-5 deste ano. "O primeiro interesse nosso no A-5 é cuidar das termelétricas."

No setor de distribuição, no qual a AES Brasil atua por meio da Eletropaulo e da AES Sul, o grupo não avalia o crescimento por meio de aquisições de novos ativos que estariam à venda no momento.

"A gente não está olhando Grupo Rede e Neoenergia também não estamos avaliando. Acho que ali (na Neoenergia) tem uma equação societária que deve ter a sua própria solução. A AES tem por vocação operar o negócio que ela detém, ser controladora."

O Grupo Rede Energia busca investidor para sua controlada Celpa, distribuidora paraense de energia, que está em processo de recuperação judicial, e o sócio majoritário do grupo, Jorge Queiroz Jr., chegou a colocar à venda sua participação de cerca de 54 por cento na holding.

A espanhola Iberdrola estaria considerando alienar sua participação de 39 por cento na Neoenergia, companhia que controla as distribuidoras Coelba (BA), Cosern (RN) e Celpe (PE) e que tem participações nas hidrelétricas Teles Pires e Belo Monte. Os outros sócios da Neoenergia são o fundo de pensão Previ e o Banco do Brasil.

Revisão tarifária

A proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de redução média de 8,81 por cento na tarifa da Eletropaulo dentro da revisão tarifária da empresa deve ser amenizada para a distribuidora, de acordo com expectativa do presidente da AES Brasil.

"Nós estamos trabalhando nessa direção.. Houve uma intensa troca de informações, existem algumas diferenças, que é o que estamos discutindo, mas eu acredito que vamos ter uma evolução, sim", disse.


O processo de revisão tarifária da empresa segue até o fim do mês e a nova tarifa deve entrar em vigor a partir de 4 de julho.

"Esse é uma assunto no qual vamos caminhar até o final dele. As discussões vão até lá (final de junho), de maneira que a gente tenha um processo com um cuidado de trazer para a distribuidora uma revisão tarifária que tenha consistência com o equilíbrio daquilo que coloquei na audiência pública: modicidade tarifária, investimento, qualidade do serviço e retorno do negócio", completou.

O principal ponto de discordância da Eletropaulo no processo de revisão tarifária está relacionado à base de remuneração da empresa considerada pela Aneel. A agência reguladora não teria considerado todos os investimentos que a distribuidora esperava constarem no cálculo para a definição da nova tarifa.

Desoneração da tarifa 

Apesar de a desoneração da carga fiscal nas tarifas de energia não afetar as empresas de distribuição, Britaldo Soares considera que uma medida nesse sentido por parte do governo é fundamental, principalmente em um momento em que há certa preocupação com a competitividade da indústria brasileira.

"É muito bem vindo. Não é que vá favorecer as distribuidoras. Na verdade, vai é favorecer a sociedade brasileira como um todo e, naturalmente, contribuir para a discussão da competitividade da indústria brasileira também."

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