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Aéreas fazem acordo para "abrir céus" entre Brasil e EUA

Projeto visa a retirada das barreiras para operações de companhias aéreas entre os dois países

Latam: argumento das aéreas é que a redução das amarras para o setor aumentaria o comércio entre os países (Divulgação/Divulgação)

Latam: argumento das aéreas é que a redução das amarras para o setor aumentaria o comércio entre os países (Divulgação/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 08h58.

Última atualização em 7 de dezembro de 2017 às 09h11.

São Paulo - As aéreas Latam Brasil e American Airlines lideram um movimento para "destravar" uma demanda de uma década do setor: a retirada das barreiras para operações de companhias aéreas entre o Brasil e os Estados Unidos.

Na prática, isso significa que cairiam os limites para voos entre os países - que passariam a ser definidos pelas empresas, conforme a demanda -, o que poderia ampliar as opções para os consumidores.

O acordo de "céus abertos" também é apoiado por várias outras companhias - com exceções, como a Azul - e por entidades de classe.

Foi assinado em 2011 pelos presidentes da época, Dilma Rousseff e Barack Obama. Já passou por Casa Civil e Ministério de Relações Exteriores, mas espera apreciação pela Câmara há um ano. Embora já tenha passado por várias comissões especiais, a mudança depende ainda da ratificação nos plenários da Câmara e do Senado para entrar em vigor.

A ideia do Movimento Céus Abertos, agora, é tentar deixar mais claros os benefícios à economia que a concretização do acordo pode trazer.

"Tentamos mudar a maneira como estamos atacando o tema, porque ele já está na mesa há vários anos", disse ao Estadão/ Broadcast o presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier. O executivo admite, porém, que a proximidade das eleições e a agenda de reformas podem ser um empecilho para que o tema seja apreciado no curto prazo pelo Congresso.

As empresas já se movimentam visando a decisão favorável do Congresso. Latam Brasil e American Airlines firmaram no ano passado um acordo de operação conjunta rotas entre Brasil e EUA.

Entretanto, por causa de uma determinação do governo americano, a parceria depende da ratificação das novas regras no Brasil para poder entrar plenamente em vigor.

O argumento das aéreas é que a redução das amarras para o setor aumentaria o comércio entre os países e poderia também reduzir o valor cobrado pelas passagens nos trechos entre o Brasil e os EUA, e vice-versa.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) estima que o número de passageiros em rotas internacionais com origem ou destino no Brasil poderá aumentar 47% após a ratificação do céus abertos.

Outro estudo, da própria American Airlines, prevê que a oferta de assentos entre Brasil e Estados Unidos aumentará 13% nos cinco anos seguintes à assinatura do acordo.

O diretor regional de vendas da American Airlines, Dilson Verçosa, diz acreditar que existe uma "brecha" para o tema voltar a ganhar força.

"Já vemos uma melhora na economia. E o 'céus abertos' pode beneficiar bastante a economia, com aumento de fluxo de passageiros entre os dois países."O executivo lembra que, na semana passada, foram aprovados acordos de serviços aéreos entre Brasil e os governos de Cuba, Ucrânia e Índia. "O movimento desses países juntos não chega a 10% do que é o tráfego de passageiros com Estados Unidos. Então achamos que essa é uma oportunidade."

Contra

Entre as aérea contrárias ao movimento de abertura aérea entre o Brasil e os Estados Unidos, a mais vocal tem sido a Azul. "Seríamos favoráveis se tivéssemos as mesmas regras para os dois lados", afirma o presidente da Azul, John Rodgerson.

Para ele, o problema é que pilotos americanos podem voar mais horas do que os profissionais brasileiros, de modo que as empresas nacionais perderiam competitividade nas rotas entre as duas nações. "Teríamos que mudar as regras para jogar com as mesmas ferramentas."

"Já vemos uma melhora na economia. E o 'céus abertos' pode beneficiar bastante a economia, com aumento de fluxo de passageiros entre os dois países, com base em exemplos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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