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Acionistas vêm por último na crise do coronavírus, diz bilionário

Mark Cuban afirma que pensar no bem coletivo vale a pena para as empresas: "se você é uma ótima companhia, seus acionistas irão entender”

Mark Cuban, do Shark Tank: (Facebook/Shark Tank/Divulgação)

Mark Cuban, do Shark Tank: (Facebook/Shark Tank/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 29 de março de 2020 às 13h06.

Última atualização em 3 de abril de 2020 às 21h39.

Para Mark Cuban, bilionário e um dos investidores no programa Shark Thank, presidentes de empresas precisam pensar primeiro em seus funcionários e suas famílias durante a crise do coronavírus.

Em entrevista ao veículo Just Capital, ele afirma que pensar no bem coletivo vale a pena para as empresas. "Se você é uma ótima companhia, seus acionistas irão entender e expandir o P/E (relação entre o preço e o lucro, um índice usado por investidores para precificar empresas) por respeito, porque eles estão todos lidando com as mesmas circunstâncias", afirmou. 

Por outro lado, "se você tentar espremer tudo para tentar otimizar seus ganhos por ação para manter os acionistas felizes, e ao mesmo tempo seus empregados sofrem e têm dificuldades, você vai ser atingido".

O bilionário, dono de empresas de entretenimento e do time de basquete Dallas Mavericks, alerta que os consumidores mais jovens e antenados estão atentos às ações da empresa nesse momento de crise. Se uma empresa é vista como tendo agido de má fé durante esse momento, os consumidores irão se lembrar dessas ações.

Quando todos os jogos do campeonato da NBA foram cancelados no início  do mês, por conta da pandemia, o bilionário prometeu que os funcionários dos estádios continuariam a receber, mesmo sem os jogos.

Em entrevista à Bloomberg, Cuban disse que os americanos deveriam prestar mais atenção aos infectologistas e profissionais de saúde do que aos bilionários e donos de negócios nesse momento de epidemia. 

Nos Estados Unidos, bilionários como Tom Golisano, fundador da Paychex, a segunda maior empresa de pagamento de processador nos Estados Unidos, e o ex-executivo do banco Goldman Sachs Lloyd Blankfein estão pressionando funcionários a voltar ao trabalho o mais rapidamente possível. "Ignore qualquer coisa que alguém como eu possa dizer. Vidas estão em risco", disse Cuban.

“Essa é uma pandemia, e todas as pessoas nesse país, e nesse mundo, efetivamente são impactadas por isso. Ninguém está imune. Ninguém pode evitar. E, por causa disso, você pode mudar suas prioridades", disse Cuban ao Just Capital.

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